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Estado de Minas ECONOMIA

�Estrangeiro tem apetite por empresa brasileira�, diz executivo do Bradesco BBI


postado em 28/08/2019 07:02

Principal executivo do banco de investimentos Bradesco BBI, Alessandro Farkuh v� crescer o interesse de investidores pelo Brasil, mesmo com a economia n�o reagindo como o esperado. "O pacote de privatiza��es trar� um aumento do fluxo de neg�cios", diz. Mais recentemente, por�m, em raz�o da crise ambiental, o Brasil entrou nos holofotes de maneira negativa. Para Farkuh, contudo, � preciso entender o que � barulho e o que pode ser preocupa��o genu�na.

A seguir, os principais trechos da entrevista concedida ao Estado.

O Bradesco BBI tem sido ativo no mercados de capitais e em fus�es e aquisi��es nos primeiros sete meses do ano. O mercado vai seguir� aquecido?

H� um claro ambiente de vento a favor, com o mercado de capitais aberto, muita liquidez e interesse dos principais investidores globais em entrar em empresas de diversos setores.

A retomada da economia tem sido mais lenta que o esperado. Esse vento a favor reflete a agenda econ�mica do governo?

Tem uma s�rie de companhias que v�o se favorecer por qualquer movimento de expans�o da economia depois de um longo per�odo recessivo. H� capacidade produtiva ociosa e empresas que, por terem sobrevivido nesses �ltimos anos, t�m um plano de efici�ncia operacional, que se beneficiariam rapidamente do crescimento. E se posicionar nessas empresas, neste momento, � muito favor�vel para os investidores estrangeiros e locais.

Estamos falando de quais setores industriais?

Depois de muito tempo, temos um mercado receptivo a investir, independentemente da ind�stria. � uma indica��o de que estamos entrando numa onda favor�vel, e n�o em um ciclo de curto prazo. H� empresas que est�o indo a mercado com uma diversidade de temas e teses de neg�cios, como foi o caso de Centauro e do Banco Inter, e follow on (emiss�o de a��es de empresas listadas), como o IRB. � algo que n�o tinha h� muito tempo.

H� um fluxo de investidores estrangeiros seguindo os locais?

� um alinhamento de planetas. A gente tem um evento local forte que acaba criando um interesse internacional grande. Na nossa vis�o, os fundamentos v�o levar a um cen�rio de juros e de infla��o baixos por muito tempo. Temos um fluxo de recursos imenso no Brasil para investimentos. O excesso de liquidez � t�o grande que boa parte do movimento de aloca��o de recursos das grandes ofertas tem sido feita pelos locais, invertendo uma tend�ncia hist�rica, onde globais tinham um papel mais relevante. E � ben�fico para o mercado, uma vez que os investidores globais est�o olhando o movimento dos investidores locais e podem trazer recursos que ainda n�o entraram no Pa�s.

O Brasil est� � frente de outros emergentes nesta corrida?

Temos um ambiente pr�-reforma, pr�-mercado e empres�rios aumentando o n�vel de confian�a. Hoje, h� um descolamento do Brasil de outros emergentes. H� temas complexos, como Argentina, China em disputa comercial, M�xico em um momento dif�cil. Isso coloca o Brasil em cen�rio favor�vel.

Mas h� apetite de investidores estrangeiros para o Brasil?

Hoje, claramente, o volume relevante � de recursos dos locais. H� v�rios estrangeiros olhando v�rias companhias, mas ainda n�o se posicionaram. E h� muito capital para ser colocado no mercado. Esses caras devem vir com mais for�a quando a gente tiver mais clareza no cen�rio macro.

E o que � preciso para ter mais clareza?

Conclus�o da reforma da Previd�ncia, os rumos da reforma fiscal e todas as microrreformas em torno da complexidade tribut�ria no Brasil. E h� outros temas de alt�ssima relev�ncia. Marcos regulat�rios, como o de saneamento, devem destravar investimentos com foco de infraestrutura no Brasil em um patamar que a gente nunca viu.

A crise ambiental pode afugentar investidores?

A percep��o de sustentabilidade � cada vez mais importante em todos os aspectos. Seja em se posicionar no mercado ou como empres�rio. Boa parte dos investidores tem receio de alocar recursos em neg�cios que n�o tenham a percep��o de conviv�ncia saud�vel com o meio ambiente e sociedades locais. Mas hoje tem muito barulho. Temos de ver como essa situa��o vai evoluir e entender o que � barulho e o que � preocupa��o genu�na.

Qual a expectativa de opera��es no mercado de capital?

O mercado est� muito pr�ximo de R$ 60 bilh�es. No ano passado, foram R$ 9 bilh�es. Se pegarmos o ano hist�rico, de 2007, ficou em torno de R$ 70 bilh�es. Em pouco mais de sete meses, a gente j� est� chegando nos recordes hist�ricos de renda vari�vel. Nossa estimativa � superar R$ 100 bilh�es.

Os locais v�o superar os estrangeiros?

Sob o ponto de vista de tend�ncia, os investidores brasileiros t�m tido um papel mais relevante na aloca��o das ofertas do que os estrangeiros. Isso � um fator novo. Dito isso, com o aumento de estrangeiros na aloca��o para o Brasil, essa tend�ncia deve se equilibrar.

Olhando o atual pacote de privatiza��o, h� empresas que s�o mais atraentes?

O mercado de capitais est� aberto. Hoje n�o h� restri��o de ind�stria. Da lista de 17 estatais, a sensa��o � que o tema de fus�es e aquisi��es vai prevalecer e ser� mais relevante do que o mercado de capitais. H� ativos muitos interessantes - desde log�stica, processamento de dados, al�m de energia, que sem sombra de d�vidas atrairiam investidores globais e locais. � preciso saber como ser�o esses processos.

As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.


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