A dire��o da Casa da Moeda enviou comunicado a seus empregados para incentiv�-los a aderir a um plano de demiss�es volunt�rias (PDV), "uma vez que o ajuste ser� inevit�vel". Desde 2017, a empresa est� qualificada no Programa de Parcerias de Investimentos (PPI), �rea do governo que conduz privatiza��es e liquida��es de estatais.
A carta destaca a necessidade de "medidas necess�rias, mesmo que duras", em face do "s�rio risco de seguir para um processo de liquida��o (fechamento) caso o ajuste n�o seja feito".
A dire��o da empresa relata o "risco iminente da perda de exclusividade dos principais neg�cios da Casa". Uma lei sancionada em 2017 deixou claro que o Banco Central pode contratar fornecedores estrangeiros para confec��o de moeda e papel-moeda, retirando a exclusividade do servi�o da estatal.
A dire��o da Casa da Moeda afirma estar "envidando esfor�os para fechar contratos de longo prazo com seus principais clientes". "No entanto, mesmo obtendo sucesso em garantir contratos plurianuais, para garantir a sua sustentabilidade e sobreviv�ncia, ainda ser� necess�rio um grande ajuste nos quadros funcionais, e diversas outras medidas de conten��o de despesas e redu��o de custos", diz o texto.
"Considerando o atual momento da economia, entendemos ser melhor uma sa�da de forma programada, em uma situa��o vantajosa para ambas as partes, do que num futuro pr�ximo estar a merc� de uma situa��o na qual pode-se n�o ter o controle do desfecho, como, por exemplo, um PDE (programa de desligamento de empregado) ou, pior, um desfecho mais grave com a piora da situa��o financeira da Casa da Moeda, caso n�o se tenha sucesso nas medidas necess�rias para sua reestrutura��o."
Capacidade ociosa. A Casa da Moeda tem hoje 2.132 empregados, que entraram por meio de concurso p�blico no regime da CLT (ou seja, eles n�o t�m estabilidade). A empresa tem tr�s unidades industriais no Rio de Janeiro e paga sal�rio m�dio de R$ 9.278,31. Vinculada ao Minist�rio da Economia, a estatal produz papel-moeda, moeda met�lica, selos postais e fiscais e passaportes, entre outros produtos, mas tem capacidade ociosa.
O Minist�rio da Economia e a Casa da Moeda foram procurados pela reportagem para esclarecer o teor do comunicado e os benef�cios propostos pela empresa aos empregados, mas n�o se pronunciaram.
O presidente do Sindicato Nacional dos Trabalhadores na Ind�stria Moedeira, Aluizio Junior, disse que os empregados ficaram receosos com o tom do comunicado da dire��o. "A carta � quase um aviso. Quem n�o queria sair se sentiu coagido a aderir", disse.
De acordo com ele, 330 pessoas deixaram a Casa da Moeda em 2017 em um plano de demiss�o volunt�ria. No ano seguinte, outras 212 foram demitidas sem incentivos, a maioria de aposentados ou pessoas pr�ximas da aposentadoria - justamente o p�blico-alvo do PDV do ano anterior. O temor, agora, � que essa situa��o se repita.
Segundo o sindicato, 119 pessoas se inscreveram no PDV, cujo prazo de ades�o se encerrou na segunda-feira, 26.
O BNDES dever� conduzir estudos para decidir sobre o futuro da Casa da Moeda nos pr�ximos meses. A empresa poder� ser vendida para o setor privado ou at� mesmo ser fechada, caso n�o haja interessados.
Algumas das principais concorrentes da Casa da Moeda s�o as empresas privadas De La Rue, no Reino Unido, e Giesecke & Devrient, na Alemanha.
As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.
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ECONOMIA
Casa da Moeda alerta para risco de extin��o e incentiva ades�o a PDV
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