
O cart�o de cr�dito representa o maior objeto de d�vidas: 87,4% dos entrevistados afirmaram estar comprometidos com essa modalidade. Um crescimento de quase 7 pontos em rela��o a agosto de 2018, quando 80,6% das fam�lias haviam contra�do d�vida no cart�o de cr�dito.
De acordo com Guilherme Almeida, economista-chefe da Fecom�rcio-MG, o motivo para o �ndice de endividamento elevado com o cart�o de cr�dito � a alta acessibilidade dessa modalidade e a falta de responsabilidade no uso. “O problema � que muitas fam�lias encaram o cart�o como complemento da renda”, explica. Por isso, Almeida recomenda que as fam�lias se planejem para usar o cart�o, levando em conta que esse tipo de pagamento compromete a renda futura.
Depois do cart�o, o maior percentual de d�vida � com o financiamento de ve�culos (14,1%). Almeida atribui esse n�mero ao aumento nas vendas do setor. De acordo com o economista, a queda relativa da taxa de juros estimulou as fam�lias a investir na compra de carros e motos. Por outro lado, o boom dos aplicativos de transporte e entrega tamb�m estimulou muitos a comprar e alugar ve�culos, o que contribui para a taxa de endividamento.
Depois, as maiores d�vidas s�o com carn�s (11,5%), financiamento de im�veis (10,7%) e cheque especial (9%). Al�m disso, 24,9% dos entrevistados afirmaram que destinam mais da metade do or�amento mensal para pagar d�vidas como presta��es de ve�culo, cart�o de cr�dito e empr�stimos, entre outras.
Outro fator analisado na pesquisa � a inadimpl�ncia das fam�lias. De acordo com a pesquisa, em agosto 31,8% dos consumidores da capital deixaram de honrar algum compromisso financeiro. Considerando apenas as fam�lias com renda mensal menor que 10 sal�rios-m�nimos, 34% est�o com d�bitos em atraso. Dentro da contagem dos endividados, esse n�mero � de 40,1%.
Questionadas se conseguir�o se organizar para pagar as d�vidas, 44% das fam�lias responderam que n�o ter�o condi��es, enquanto 39,4% afirmaram que conseguir�o pagar apenas parte da d�vida. A maioria dos inadimplentes (58,7%) atrasou o pagamento em pelo menos tr�s meses. De acordo com Almeida, a partir desse tempo, a d�vida come�a a se tornar impag�vel. Com isso, a alternativa � renegociar, ainda mais considerando o elevado desemprego no pa�s.
De acordo com a an�lise da Fecom�rcio-MG, o alto percentual de endividamento indica a manuten��o do n�vel do consumo. Por�m, os n�meros est�o relacionados "� eleva��o da inadimpl�ncia, a dificuldade do acesso ao cr�dito, ao comprometimento da renda familiar e ao pr�prio consumo", argumenta Almeida.
A Peic � calculada com base em dados da Confedera��o Nacional do Com�rcio de Bens, Servi�os e Turismo (CNC). A pesquisa entrevistou mil fam�lias residentes em Belo Horizonte nos 10 �ltimos dias de julho. A margem de erro � de 3,5 pontos percentuais e o �ndice de confian�a � de 95%.
*Estagi�rio sob supervis�o da editora-assistente Vera Schmitz