
S�o Paulo – Todos os anos, o presidente da subsidi�ria brasileira da Oracle, gigante americana de tecnologia, Rodrigo Galv�o, participa de perto do processo de sele��o de seus estagi�rios, trainees, funcion�rios de m�dia e alta patente e at� mesmo de diretores. Mais do que a qualifica��o t�cnica, uma das grandes preocupa��es, segundo ele, � garantir a diversidade no processo de recrutamento – que inclui at� sele��o �s cegas, ocasi�es em que o recrutador come�a a escolher os candidatos sem saber informa��es como idade e g�nero.
“Investir na diversidade n�o � uma forma de ser cool ou de parecer bonzinho aos olhos da sociedade, mas � garantir uma rica gera��o de conhecimento com pessoas de diferentes pontos de vista”, afirmou Galv�o. Atualmente, cerca de 30% dos funcion�rios s�o mulheres, por exemplo. A companhia criou, inclusive, um departamento exclusivo para cuidar da diversidade no Brasil e Am�rica Latina.
Sob comando da executiva Daniele Botaro, o departamento tem por objetivo criar programas e pol�ticas que aumentem a presen�a de grupos minorit�rios na empresa, engajando os chamados stakeholders nas mudan�as da companhia. O foco do trabalho est� voltado a mulheres, pessoas com defici�ncia, etnias e ra�as, LGBT e quest�es geracionais.
O empenho da Oracle em ampliar, de forma oficial e permanente, a diversidade nos corredores da empresa n�o apenas gera um ambiente plural, como tamb�m contribui para multiplicar os resultados.
Segundo um estudo da Boston Consulting Group (BCG), batizado de Want to Boot the Global Economy by US$ 5 Trillion? Support Women as Entrepreneurs (“Deseja impulsionar a economia global em US$ 5 trilh�es? Apoie mulheres como empreendedoras”), se homens e mulheres participassem igualmente da cria��o de novos neg�cios, o Produto Mundial Bruto (PMB) poderia crescer de 3% a 6%, o que representaria um incremento de US$ 2,5 trilh�es a US$ 5 trilh�es na economia global. Apenas como compara��o, o PIB brasileiro em 2018 foi de US$ 1,8 trilh�o.
A estimativa se baseia, principalmente, no n�mero de novos empregos que seriam criados caso as mulheres tivessem os mesmos incentivos que os homens para empreender. No entanto, elas enfrentam barreiras maiores. A an�lise mostra, por exemplo, que suas empresas atraem, em m�dia, metade dos investimentos comparadas �s organiza��es fundadas por homens.
O g�nero masculino tamb�m tem acesso mais amplo a redes que estimulam e orientam o crescimento de seus neg�cios. No entanto, segundo Cherie Blair, coautora do estudo e fundadora da Cherie Blair Foundation for Women, o aumento dos lucros foi de 31% nas empresas comandadas por mulheres.
LONGEVIDADE DE EMPRESAS
Para a constru��o do c�lculo, o BCG analisou os indicadores divulgados pelo Global Entrepreneurship Monitor (GEM) e pelo Banco Mundial. O artigo utilizou uma amostra de 73 pa�ses – entre eles, o Brasil –, representando 178 na��es de todos os continentes. A regi�o mais beneficiada seria a �sia-Pac�fico, cuja economia receberia um incremento de US$ 1,7 trilh�o. Em seguida, viria a Europa, com crescimento projetado de US$ 1,3 trilh�o. Em terceiro lugar estaria a Am�rica do Norte, com previs�o de aumento de at� US$ 800 bilh�es no PIB da regi�o. Na Am�rica Latina, o crescimento previsto chegaria a US$ 300 bilh�es.
A longevidade de empresas tamb�m varia de acordo com o g�nero de seu fundador, de acordo com o levantamento. E, nesse caso, algumas regi�es observam maior disparidade que outras. Por exemplo, enquanto na Am�rica Latina empresas criadas por mulheres t�m probabilidade 11% menor de sobreviver por mais de 3,5 anos, quando comparadas �s fundadas por homens, no Oriente M�dio e no Norte da �frica esse �ndice chega a 50%. A �nica regi�o em que as mulheres superam os homens nesse quesito � a Am�rica do Norte.
