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Estado de Minas

�culos auxiliam deficientes visuais emitindo alertas de barreiras

Projeto desenvolvido por alunos do ensino m�dio do Cefet-MG visa proteger a regi�o da cabe�a do usu�rio e levou dois anos para resultar no produto, que aguarda patente


postado em 30/09/2019 04:00 / atualizado em 01/10/2019 10:38

Óculos com sensor ultrassônico emitem sinais de alerta de pessoas ou objetos no caminho (foto: Cefet-MG/Divulgação )
�culos com sensor ultrass�nico emitem sinais de alerta de pessoas ou objetos no caminho (foto: Cefet-MG/Divulga��o )

A Funda��o de Amparo � Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig), lan�ou a Chamada 04/2019 "Tr�plice H�lice: intera��o Governo/ITC/Empresa, oferecendo investimento de R$ 60 milh�es em projetos que busquem transformar tecnologias desenvolvidas por equipes de pesquisadores em novos produtos, servi�os e processos para o mercado. As empresas interessadas devem enviar propostas por meio do sistema Everest, at� as 17h de 4 de novembro deste ano.

S�o mais de 800 produtos, frutos de pesquisas inovadoras em todas as �reas de conhecimento, e que receberam ou aguardam patente junto ao Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI) e outras formas de prote��o, tais como cultivares, desenhos industriais, programas de computador e topografias de circuitos integrados. Podem participar empresas p�blicas e privadas, desde que estejam estabelecidas no estado de Minas Gerais. � necess�rio se inscrever pelo e-mail [email protected].

Segundo Rafael Marques Pessoa, gerente de inova��o da Fapemig, a Chamada busca tirar das prateleiras as tecnologias j� desenvolvidas. “A ideia � coloc�-las no mercado, a fim de gerar valor para o estado, seja por meio do desenvolvimento de novos produtos, seja por novos neg�cios”, conta.

A Tr�plice H�lice diferencia-se por focar em tecnologias que j� tenham a requisi��o de prote��o intelectual perante os �rg�os competentes, no Brasil ou no exterior. As empresas interessadas devem acessar o portf�lio de tecnologias das institui��es Cient�ficas, Tecnol�gicas e de Inova��o (ICTs) de Minas Gerais e o de tecnologias desenvolvidas por inventores independentes, identificar aquelas que se interessam em desenvolver e assinar Termo de Anu�ncia com o potencial parceiro.

Se a proposta for aprovada, empresa e ICT dever�o formalizar a parceria. Para Rafael Pessoa, esse investimento poder� fortalecer o di�logo entre academia e setor empresarial. “A empresa poder� estabelecer uma parceria com o propriet�rio e, juntos desenvolverem a tecnologia”, informa. As propostas devem ser enviadas por meio do sistema Everest, at� as 17h de 4 de novembro deste ano.

O valor total de cada proposta dever� ser de, no m�ximo, R$ 20 milh�es, compreendendo o somat�rio do valor solicitado � Fapemig e do valor das contrapartidas econ�mica e financeira. Cada proposta deve contemplar pelo menos uma tecnologia protegida (patente, por exemplo), mas pode contemplar mais de uma, de modo que n�o h� um valor limite por tecnologia a ser desenvolvida, mas apenas um limite por proposta de projeto.

S�rgio Lacerda Beir�o, diretor de ci�ncia tecnologia e inova��o, chama a aten��o para a import�ncia da pesquisa no desenvolvimento econ�mico e social do estado. “Essa � a miss�o da Fapemig. Acreditamos ser poss�vel fazer desenvolvimento baseado em conhecimento. Na agricultura, por exemplo, at� a d�cada de 1950/60, o Brasil praticamente s� produzia caf� e importava alimentos e at� leite de outras na��es. Hoje, exportamos alimentos. O cerrado era considerado improdutivo e, hoje, � altamente produtivo e tem at� que se ter cuidado para n�o ser devastado. Tudo isso foi conquistado por meio de pesquisa e conhecimento, e Minas Gerais tem o privil�gio de abrigar uma rede universidades p�blicas de alta compet�ncia. Um capital intelectual de alt�ssimo n�vel.”

RISCOS


Existem duas formas de desenvolvimento de pesquisas com a coparticipa��o da Fapemig. A inciativa que parte do pesquisador ou por meio de demanda, esta, “infelizmente, n�o muito comum”, admite Beir�o, que atribui o fato � cultura das empresas brasileiras, que n�o t�m o h�bito de procurar desenvolver parcerias em pesquisa com universidades ou centros de pesquisa. “A ind�stria, de maneira geral, quer a coisa pronta e prefere comprar o pacote externo j� pronto, o que pode gerar problemas, j� que, muitas vezes, n�o serve para nossa realidade. E sempre ficar� dependendo de comprar o pacote externo.” A ind�stria n�o desenvolve seus produtos porque envolve riscos, mesmo estando patenteado e mostrando que � funcional. O resultado � que somente a Fapemig tem 800 produtos prontos a serem adotados pelo setor produtivo e estima-se que as institui��es de pesquisa em todo o estado tenham, ao todo, em torno de 2 mil sem utiliza��o.

Nem todo projeto gera um produto. Toda pesquisa come�a a partir de hip�teses e vai tentando um resultado positivo, at� chegar � prateleira. “A ind�stria farmac�utica mundial leva em torno de 14 anos, em m�dia, desde os primeiros ensaios at� a prateleira. E usam em m�dia 10 mil ensaios para chegar a um resultado”, revela Beir�o.

O diferencial � que o setor privado s� investe naquilo que tiver relev�ncia em termos de mercado. O olhar do mercado � interessante na hora do desenvolvimento do produto, mas o pesquisador n�o tem vis�o do mercado, porque n�o faz parte de sua forma��o. “O lado privado, as empresas, sabem. Se juntam os dois, o cofinanciamento � a cola a ser usada. Coisas que possam dar nova dimens�o � economia”, explica.

S�o v�rios os fatores que explicam a dificuldade de intera��o entre centros de pesquisa e empresas. Tal assunto � objeto de estudo e discuss�o em v�rias inst�ncias, inclusive na pr�pria academia. O gerente da Fapemig explica que a diferen�a na l�gica de opera��o desses dois tipos de organiza��o: de um lado, empresas s�o orientadas para resultados econ�micos (lucro), visam a prote��o e a transforma��o do conhecimento em mercadoria e em benef�cios tang�veis, bem como trabalham sob um modelo hier�rquico. De outro lado, organiza��es produtoras de conhecimento s�o orientadas pela curiosidade cient�fica, visam a publica��o e a dissemina��o do conhecimento, o que produz benef�cios intang�veis, e trabalham sob um regime, via de regra, colaborativo e horizontal. “Essa diferen�a na ess�ncia dos dois tipos de organiza��o cria barreiras culturais e comunicacionais entre elas, as quais vem sendo vencidas pouco a pouco por diferentes inciativas. “A complexidade da legisla��o e do ambiente regulat�rio: a legisla��o que suporta a intera��o entre empresas e centros de pesquisa (p�blicos, especialmente) � relativamente recente e sua aplica��o � incipiente, o que, em diversos casos, produz inseguran�a para os diferentes agentes do sistema de inova��o nacional e estadual.”


INVESTIMENTO


S�o eleg�veis quaisquer tipos de empresas estabelecidas em Minas Gerais, sem distin��o de porte, idade ou setor econ�mico. A Tr�plice H�lice Fapemig contemplar� qualquer prote��o (patente), em qualquer �rea de conhecimento ou setor econ�mico. Minas se destaca nas �reas de ci�ncias biom�dicas e biotecnologia.


PRODUTOS AGUARDANDO PARCEIROS COMERCIAIS


Centro Federal de Educa��o Tecnol�gica de Minas Gerais (Cefet-MG)

>> �culos para auxiliar na locomo��o de deficientes visuais

Inventores: Jo�o Pedro Polito Braga e Ronald de Aguiar Modesto

Orientadora: Gabriella Castro Barbosa Costa Dalpra

O projeto foi desenvolvido por alunos do ensino m�dio. Trata-se de �culos de baixo custo com dispositivos eletroeletr�nicos acoplados, que sinalizam os objetos na altura do indiv�duo e que est�o em seu entorno. Segundo a coordenadora Gabriella Dalpra, os deficientes visuais t�m na bengala a prote��o at� certa altura do corpo (joelhos e cintura). Os �culos permitem o desvio de objetos e instala��es a�reas que atingem principalmente a regi�o da cabe�a. A pesquisa levou dois anos para resultar no produto, que aguarda patente.

“Os alertas relacionados � aproxima��o do usu�rio a outros objetos e pessoas s�o realizados a partir da emiss�o de sinais sonoros ou pela vibra��o dos �culos. Al�m de alertar, ser� poss�vel fornecer ao usu�rio uma previs�o do qu�o longe ele se encontra do objeto detectado, j� que, � medida que o usu�rio se aproxima do objeto, o sinal emitido (seja ele sonoro ou vibracional) � intensificado.

>>  Sistema de alerta para seguran�a de beb�s

Inventor: Fernando Ant�nio Rodrigues Filho*, engenheiro mec�nico
 
Segundo Fernando, a patente surgiu de uma demanda de um empres�rio, que o contatou sugerindo a cria��o de um produto para evitar esquecimento de crian�as dentro de ve�culos. O inventor disse tratar-se de sensores que podem ser instalados no assento do carro, “como o alarme que � acionado quando a pessoa esquece o cinto de seguran�a”, explica. Foi pensada estrat�gia de sensores que diferenciem objetos inanimados de seres vivos (uma crian�a ou um animal, por exemplo). O tipo de sinal emitido � diferenciado e h� uma conex�o com aplicativo de telefone, visando promover socorro imediato e manter o conforto e sobreviv�ncia da pessoa ou animal, at� que seja resgatada.

O aplicativo � capaz de diferenciar se o carro se encontra em local fechado ou aberto. Caso esteja ao ar livre, a igni��o � acionada e, imediatamente, o ar-condicionado. O propriet�rio do ve�culo cadastra um certo n�mero de pessoas, geralmente parentes na sequ�ncia de maior proximidade, que s�o acionadas por meio de liga��o de celular. O sistema computadorizado liga para os pais ou parentes mais pr�ximos (seguindo a sequ�ncia escolhida) e, pelo waze, fornece a rota mais r�pida de chegada ao local. A pesquisa demorou 24 meses e espera acolhida das montadoras de autom�veis.

>> Seguran�a de ve�culos articulados

Inventor: Fernando Ant�nio Rodrigues Filho, engenheiro mec�nico

O produto monitora a condi��o de tr�fego do caminh�o e, caso constate que esteja perdendo a estabilidade, atua na unidade de controle de pot�ncia e vetoriza��o de toque de frenagem para promover a estabilidade do ve�culo. Se indicar que o motorista est� fora do padr�o de dire��o, por poss�vel embriaguez ou dire��o perigosa, toma decis�o preventiva, como avisar ao motorista que tem que estacionar e desligar o caminh�o, ao mesmo tempo em que avisa ao respons�vel, o dono ou gerente de frota, qual ocorr�ncia est� promovendo e os riscos para a vida e a carga transportada.

* O engenheiro aguarda o patenteamento de sete produtos e lembra que, para pesquisar um produto o desafio � descobrir se a ideia � in�dita e se existe aplica��o comercial com potencial econ�mico.

Universidade Federal de Vi�osa (UFV)

>> Vacina terap�utica na imunoterapia de leischmaniose visceral humana e/ou canina

A equipe, formada por pesquisadores de ICTs p�blicas de Minas Gerais, a UFV e a UFOP, tem como prop�sito buscar solu��es para o problema da leishmaniose, “doen�a negligenciada pela ind�stria farmac�utica”, segundo explicam Juliana Lopes Rangel Fietto, coordenadora do projeto, e professor Gustavo Costa Bressan, do Departamento de Bioqu�mica e Biologia Molecular da UFV.

A tecnologia patenteada trata de prote�nas da membrana externa do parasito causador da leishmaniose. Essas prote�nas de superf�cie s�o fundamentais para a infec��o de c�es e do homem. “Estudamos por anos essas prote�nas para desvendar a sua fun��o e tamb�m conseguimos avan�ar no desenvolvimento de um composto vacinal e de um kit de diagn�stico da doen�a. S�o mais de 10 anos de muita pesquisa, realizada por diferentes pesquisadores, em colabora��o com estudantes de gradua��o e p�s-gradua��o”, pontuam.
De acordo com os pesquisadores o kit de diagn�stico � capaz de detectar, inclusive, indiv�duos assintom�ticos em quase 100% das amostras positivas, obtidas a partir de centenas de c�es provenientes de �reas end�micas para a doen�a em Minas Gerais.

Universidade Federal de Lavras (UFLA)

>> �rtese de tornozelo utilizando impressora 3D

Inventor: Mohamed Ali Zorkot, estudante de engenharia mec�nica

O projeto consiste em um dispositivo externo automatizado que auxilia na reabilita��o dos movimentos que foram comprometidos pelo Acidente Vascular Encef�lico (AVE), popularmente conhecido como derrame. O funcionamento est� associado a um sensor, que � colocado no m�sculo saud�vel e transmite os pulsos el�tricos para um equipamento que traduz o movimento e reproduz na �rtese.


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