Informa��o ao BTG gerou propinas a Lula e � campanha de Dilma, diz Palocci

O ex-ministro Antonio Palocci (Fazenda/Governo Lula e Casa Civil/Governo Dilma) afirmou, em dela��o premiada, que o fornecimento de informa��o privilegiada sobre a Taxa Selic ao banco BTG Pactual teria rendido propinas ao ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva e R$ 9,5 milh�es � campanha presidencial da ex-presidente Dilma Rousseff, em 2014.

"Vale dizer que, com rela��o ao fundo Bitang, foi aprovisionado para Luiz In�cio Lula da Silva 10% em vantagens indevidas sobre o lucro que o fundo obteve com as informa��es privilegiadas fornecidas por Guido Mantega", afirmou o delator.

Nesta quinta, 3, a Pol�cia Federal deflagrou a Opera��o Estrela Cadente e fez buscas na sede do Banco BTG, em S�o Paulo. A investiga��o � baseada na dela��o de Palocci.

Em seu relato, o ex-ministro detalhou. "As porcentagens que Andr� Esteves pagava de vantagem indevida a Luiz In�cio Lula da Silva eram de 10% sobre o ganho dele nas opera��es."

Segundo o ex-ministro, o petista tinha fundos no BTG, e suas vantagens indevidas foram rentabilizadas.

O banco foi alvo de busca e apreens�es da Pol�cia Federal e da Procuradoria da Rep�blica no �mbito da Opera��o Estrela Cadente, etapa da Lava Jato deflagrada nesta quinta, 3.

A Selic � a taxa de juros que influencia todas as demais e ajuda a controlar a infla��o. Ela � revista a cada 45 dias pelo Comit� de Pol�ticas Monet�rias (Copom), do Banco Central, a partir de indicadores da atividade econ�mica do Pa�s e do cen�rio externo.

No anexo 9 de sua extensa dela��o premiada - ao todo, s�o 84 anexos -, Palocci afirma que, em agosto de 2011, o ex-ministro da Fazenda Guido Mantega teria participado de uma reuni�o com o ent�o presidente do BC, Alexandre Tombini, e a ex-presidente Dilma Rousseff.

Na ocasi�o, Tombini foi informar a posi��o do BC em reduzir, pela primeira vez em dois anos, a taxa Selic de 12.5% para 12%. Foi a primeira vez que ocorreu uma guinada para baixo nos juros ap�s tend�ncia de alta que vinha ocorrendo desde 2009.

Mantega ent�o teria repassado a informa��o privilegiada para Andr� Esteves, comunicando sobre a futura posi��o do BC em baixar a Selic.

COM A PALAVRA, LULA

A reportagem fez contato com a Assessoria do ex-presidente Lula. O espa�o est� aberto para manifesta��o.

COM A PALAVRA, DILMA

A prop�sito do novo vazamento da dela��o do senhor Antonio Palocci, a Assessoria de Imprensa de Dilma Rousseff esclarece:

1) N�o h� provas que atestem a veracidade das informa��es prestadas pelo senhor Antonio Palocci � Pol�cia Federal. Ele mentiu e a imprensa continua a veicular suas acusa��es de maneira leviana.

2) A dela��o do senhor Antonio Palocci n�o apresenta provas ou sequer ind�cios de que a presidenta Dilma Rousseff teve conhecimento ou participa��o direta em supostas ilegalidades. N�o h� provas que atestem que ela sabia ou tivesse autorizado o BTG Pactual a ter acesso a quaisquer informa��es sigilosas no �mbito do governo federal, inclusive relativas �s informa��es do Conselho de Pol�tica Monet�ria (Copom).

3) Presidentes da Rep�blica jamais participaram, atuaram ou interfeririam em reuni�es do Copom ou do Banco Central.

4) � lament�vel que, mais uma vez, procedimentos judiciais - que correm sob segredo de Justi�a - sejam vazados � imprensa.

5) Isso ocorre justamente quando pesam ind�cios de abusos e irregularidades cometidas por autoridades do Judici�rio. Parece que o objetivo � tirar o foco das suspeitas de abuso de autoridade e conduta ilegal por parte dos operadores do Direito, conforme as revela��es da Vaza Jato.

6) Tais "den�ncias" chegam no momento em que v�m a p�blico tamb�m revela��es de abusos confirmados at� pelo ex-procurador-geral da Rep�blica Rodrigo Janot, em seu livro de mem�rias.

7) Em cinco anos de Lava Jato, jamais foram apresentadas provas de que a ex-presidenta Dilma Rousseff tivesse conhecimento ou participa��o em malfeitos.

8) A verdade j� veio � tona. A Justi�a prevalecer�.


COM A PALAVRA, MANTEGA

O criminalista Fabio Tofic Simantob, que defende o ex-ministro Guido Mantega, disse que nem o Minist�rio P�blico Federal caiu na ladainha de Palocci. "Palocci fez um admir�vel feito", diz Fabio Tofic Simantob. "Conseguiu juntar fatos aleat�rios, sem qualquer rela��o uns com os outros, para criar uma narrativa falsa mas que fosse capaz de seduzir a pol�cia, j� que nem o MPF caiu na sua ladainha."

COM A PALAVRA, O BTG PACTUAL

"Esclarecemos que, em rela��o �s diversas not�cias veiculadas sobre a opera��o denominada �Estrela Cadente�, recebemos pedidos de informa��o do MPF referentes � opera��es realizadas pelo Fundo Bintang FIM. O Fundo possu�a um �nico cotista pessoa f�sica, profissional do mercado financeiro que tamb�m era o gestor credenciado junto � CVM, que nunca foi funcion�rio do BTG Pactual ou teve qualquer v�nculo profissional com o Banco ou qualquer de seus s�cios. O Banco BTG Pactual exerceu apenas o papel de administrador do referido fundo, n�o tendo qualquer poder de gest�o ou participa��o no mesmo."