'S�o Paulo n�o pode incentivar a guerra fiscal'

A secret�ria de Desenvolvimento Econ�mico do Estado de S�o Paulo, Patr�cia Ellen da Silva, � contra o uso da guerra fiscal para atrair investimentos. Ela diz que sua pasta vem atuando na cria��o de um ambiente de neg�cios mais favor�vel para atrair os investidores. O ponto alto dessa estrat�gia, diz ela, foi o reconhecimento da voca��o de 12 polos regionais de produ��o j� existentes no Estado. A secret�ria conta que os resultados j� aparecem no volume de investimentos e no PIB de S�o Paulo. Apesar dos resultados favor�veis, S�o Paulo foi muito afetado pelos cortes de recursos do governo federal nas �reas de ci�ncia e tecnologia. A alternativa foi buscar um modelo de capta��o privada para complementar os recursos.

O que est� sendo feito para atrair investimentos para o Estado de S�o Paulo no momento em que a economia patina?

Por mais que a gente esteja saindo de uma crise econ�mica, sabemos que o investidor est� sempre procurando oportunidades. Se for pensar no cen�rio internacional, o nosso desafio n�o � acesso a recursos, mas sim bons projetos. Grande parte da ess�ncia do trabalho no Estado de S�o Paulo � mostrar o profissionalismo da gest�o, o potencial de investimento no Estado e organizar muito bem essa estrat�gia. Temos, por um lado, o portf�lio nosso de investimentos, PPPs (Parcerias P�blico/Privadas) e concess�es. Por outro, a atra��o de investimento privado para a regi�o. Fortalecemos a nossa atua��o internacional, em busca de acessar o capital estrangeiro. No desenvolvimento econ�mico, atuamos em tr�s pilares: aumentar o investimento no Estado, fomentar ci�ncia, tecnologia e inova��o, fundamentais para a melhoria da produtividade e conectar o Estado �s cadeias produtivas globais, qualificar profissionais.

Por que a qualifica��o � importante?

Dos 461 mil empregos gerados de janeiro a julho no Brasil, 37% foram ocupados por qualifica��o. Temos vagas ociosas por falta de qualifica��o. Estamos fazendo um esfor�o de formar essa m�o de obra em fun��o das demandas locais para que eles possam ter uma chance maior de empregabilidade e que os investidores tenham maior produtividade.

H� resultados concretos?

A proje��o de crescimento do PIB para o Pa�s em 2019 � de 0,81% e para S�o Paulo, de 1,3%. S�o Paulo geralmente tem um desempenho acima do PIB nacional. Mas estamos com mais de 50% acima do nacional, deu uma descolada. A Pesquisa de Investimentos do Estado de S�o Paulo mostra que o total de investimento anunciado no Estado tamb�m descolou: foram quase R$ 75 bilh�es em 12 meses at� o primeiro trimestre. Estamos acima do hist�rico. O crescimento foi de R$ 20 bilh�es em um trimestre, 4� trimestre de 2018 para o 1� de 2019. O maior descolamento em tr�s anos.

A que a senhora atribui a alta?

A nossa maior pol�tica de desenvolvimento econ�mico foi a cria��o de 12 polos de desenvolvimento. Na verdade n�o criamos, reconhecemos setores de maior concentra��o que j� temos hoje no nosso Estado.

Qual a import�ncia dos polos?

Todo mundo que pensa no cluster m�dico nos Estados Unidos sabe que ele est� na regi�o de Boston, por exemplo. Voc� sabe a voca��o da regi�o. As coisas n�o acontecem de forma totalmente aleat�ria, existe um incentivo direto.

A guerra fiscal � um mecanismo superado para atrair investimento?

Incentivar a guerra fiscal � muito nocivo e S�o Paulo n�o pode fazer isso. A reforma tribut�ria vem num momento muito importante. No m�dio e longo prazos, vamos ter uma padroniza��o dos tributos e a guerra fiscal tende a acabar. No curto prazo, � preciso fazer um trabalho. Existem incentivos para regi�es espec�ficas, mas, na medida do poss�vel, eles t�m de ser cada vez menos focados na empresa. T�m de ser pol�ticas mais transversais.

Como � o relacionamento com o governo federal?

Hoje temos obst�culos or�ament�rios significativos. Na minha pasta, o que posso dizer � que esse tem sido um ponto importante. S�o Paulo teve um impacto grande dos cortes de ci�ncia e tecnologia, as bolsas, e isso est� sendo redefinido agora. Mas o Estado de S�o Paulo n�o retirou nenhum real do investimento em ci�ncia e tecnologia. O que � recurso nosso, n�o s� mantivemos como estamos trabalhando um modelo de capta��o privada para complementar o nosso recurso com investimentos privados internacionais. As miss�es internacionais t�m sido muito importantes at� para atrair investimentos para as PPPs e concess�es. S�o Paulo � um Estado grande e tivemos impacto na pesquisa. Em geral, o nosso dia a dia com o Minist�rio da Economia tem sido muito bom, atuamos diretamente com algumas secretarias especiais. Estamos conseguindo interlocu��o. Vamos ver quanto conseguimos de verba federal para financiamento e co-financiamento de nossos projetos.

As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.