Bolsonaro e Guedes s�o contr�rios a dividir gest�o do FGTS, diz Guimar�es

O presidente da Caixa Econ�mica Federal, Pedro Guimar�es, afirmou nesta ter�a-feira, 8, que o presidente da Rep�blica, Jair Bolsonaro, e o ministro da Economia, Paulo Guedes, s�o contr�rios a dividir a gest�o do Fundo de Garantia do Tempo de Servi�o (FGTS). Atualmente, a gest�o � monop�lio da Caixa, que recebe taxa de 1% para administrar os quase R$ 550 bilh�es do Fundo. Segundo ele, o banco tamb�m estuda a possibilidade de redu��o desta taxa.

"O presidente Bolsonaro e o ministro Guedes dizem que o Brasil � um s�, em especial dos mais pobres", afirmou Guimar�es, durante entrevista coletiva. "O chefe do governo � Jair Bolsonaro, e ele est� 100% alinhado com a Caixa, que pode chegar a todos os lares."

Os coment�rios de Guimar�es surgem na esteira de articula��es, dentro do Congresso Nacional, para que a gest�o do FGTS seja aberta a outras institui��es financeiras.

Para Guimar�es, isso pode prejudicar as cidades menores, porque haveria interesse de outros bancos apenas em operar em cidades maiores, como S�o Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Bras�lia.

"Existem 50 munic�pios do Brasil em que haver� competi��o (para gerir o FGTS). Tenho muito d�vida se haver� qualquer competi��o em outros 4 mil munic�pios", disse Guimar�es.

Segundo ele, ao receber a taxa de 1%, a Caixa cobre hoje os cursos em locais onde as despesas na gest�o do FGTS s�o menores, como as capitais, e tamb�m em munic�pios menores, onde os custos s�o mais elevados. "Quando vamos para cidades menores, o custo � maior. � uma quest�o regressiva. (Se a gest�o do FGTS for dividida), voc� vai cobrar mais de quem tem menos."

Guimar�es afirma que o risco de separar a gest�o do FGTS � o de ter um custo diferente para cada cidade. Se isso ocorrer, conforme o presidente, a Caixa precisar� se adequar. "Temos que ter resultados em n�meros. N�o posso realizar opera��o para ter preju�zo", afirmou. "Se tivermos que competir opera��o por opera��o no FGTS, n�s faremos", acrescentou.

Na segunda-feira, o presidente Jair Bolsonaro j� havia feito uma defesa do monop�lio da Caixa na gest�o do FGTS. "Se o Congresso decidir quebrar o monop�lio da Caixa, eu a vetarei segundo orienta��o da pr�pria (minist�rio) Economia", escreveu o presidente numa rede social.

Numa rea��o � possibilidade de perder o monop�lio da gest�o do FGTS, a Caixa tamb�m estuda a possibilidade de reduzir a taxa de administra��o. Na segunda-feira, o Broadcast (sistema de not�cias em tempo real do Grupo Estado) havia informado que uma das propostas em an�lise � cortar a taxa de 1% para 0,8%.

"Vamos ver uma maneira de reduzir despesas. Entendemos que isso � poss�vel com o uso da tecnologia", confirmou nesta ter�a Guimar�es. "Certamente, faz sentido reduzir a taxa de gest�o do FGTS se tiver avan�o de gest�o", disse.

De acordo com Guimar�es, a redu��o da taxa de gest�o do FGTS ser� discutida apenas com o ministro Paulo Guedes. Ele evitou comentar, no entanto, qual seria o novo porcentual.

A preocupa��o de Guimar�es com as articula��es no Congresso � justificada tamb�m pelo impacto que eventual mudan�a pode trazer para os cofres da Caixa.

A proje��o de resultado l�quido do FGTS para a Caixa em 2019 � de R$ 684 milh�es. Em 2018, o resultado l�quido do FGTS para a institui��o foi de cerca de R$ 450 milh�es.