O presidente do Bradesco, Oct�vio de Lazari, afirmou que n�o tem medo das fintechs, mas das big techs como Amazon, Apple e Google. "Imagine um desses entrando no mercado e, com os milh�es de clientes que esses casas t�m, acessando os sistemas dos bancos? O sistema trava. N�o h� tecnologia que suporte", alertou ele, durante o F�rum de Investimentos Brasil 2019.
Nesse contexto, ele defendeu a exist�ncia de uma tarifa entre os players atuantes do open banking, sistema que permitir� o compartilhamento dos dados dos clientes. "� preciso ter cuidado para evitar dissabores e tarifas. Temos de corrigir assimetrias de informa��o. Tudo o que � de gra�a n�o � valorizado", enfatizou Lazari.
Quanto � possibilidade da cobran�a de tarifas aos participantes do open banking, o s�cio fundador do Nubank, David V�lez, ficou ao lado do concorrente Bradesco. De acordo com o executivo, se as big techs obtiverem informa��es junto � base dos grandes bancos, o inverso tamb�m tem de valer. "Os grandes bancos tamb�m t�m de conseguir ter acesso � base de dados das big techs. � uma quest�o de reciprocidade", acrescentou.
Segundo V�lez, o Nubank apoia a cobran�a de uma tarifa no �mbito do sistema de open banking. Ele ponderou, contudo, a necessidade de esse custo ser apropriado de modo que n�o inviabilize o novo instrumento no Brasil. "N�s temos um baixo custo, n�o temos ag�ncia. Os grandes bancos t�m um custo mais alto por conta do legado que possuem, mas n�o s�o os outros players que t�m de pagar por isso", exemplificou.
Questionado pelo Broadcast, sistema de not�cias em tempo real do Grupo Estado, o presidente do Bradesco explicou que o banco � a favor de uma tarifa que garanta o bom funcionamento do open banking e que n�o o inviabilize. Sobre a possibilidade de repasse desse custo para o consumidor, ele disse que isso n�o ser� poss�vel em um ambiente de maior concorr�ncia no Brasil.
"Se eu repassar esse custo para meu cliente e o concorrente n�o, eu posso perder meu cliente", avaliou Lazari.
Para o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, a cobran�a de tarifas para players terem acesso a informa��es de clientes no sistema de open banking � um tema importante. O ponto, conforme ele, ainda est� em discuss�o e n�o h� uma defini��o a respeito. N�o se sabe, por exemplo, o tamanho de uma eventual tarifa e se mudaria dependendo do player.
Campos Neto destacou ainda que o tema da reciprocidade e da prote��o de dados tamb�m merece aten��o no sistema de open banking e, por tanto, o regulador est� debru�ado numa regula��o predeterminada para evitar que experi�ncias ruins aconte�am. "Ter algum vazamento de dados pode fazer com que o open banking perda credibilidade antes de nascer", avaliou.
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