A economia global deve ter o pior desempenho em dez anos, melhor apenas que o de 2009, quando o PIB mundial encolheu 0,65%, segundo a nova proje��o do Fundo Monet�rio Internacional (FMI). "Em 2019, esperamos crescimento menor em quase 90% do mundo", adiantou na semana passada a nova diretora-gerente da institui��o, a economista Kristalina Georgieva. H� dois anos, a economia internacional estava em alta sincronizada. Agora continua sincronizada, mas no movimento contr�rio.
As novas estimativas do Fundo para este ano e para o pr�ximo devem ser divulgadas nesta ter�a-feira, 15, com a atualiza��o da Perspectiva Econ�mica Mundial, relat�rio divulgado regularmente em abril e outubro. Em julho, os c�lculos indicavam expans�o de 3,2% em 2019 e 3,5% em 2020. Em 2009, o mundo refletiu plenamente o impacto da crise iniciada no ano anterior e j� prenunciada em 2007 com os primeiros abalos no mercado financeiro.
Igualmente sombrio � o cen�rio apresentado em relat�rio recente do G-20, formado pelas maiores economias desenvolvidas e emergentes. Segundo esse documento, a atividade global deve permanecer contida nestes dois anos, com perda de impulso tanto no mundo avan�ado quanto na maior parte dos demais pa�ses.
A perda de impulso � atribu�da, principalmente, �s novas barreiras criadas no com�rcio entre Estados Unidos e China e ao risco de extens�o do problema aos demais pa�ses. A eleva��o de tarifas e o enfraquecimento do com�rcio aumentaram a inseguran�a e isso derrubou o investimento, especialmente na ind�stria manufatureira. A rela��o de riscos importantes inclui a poss�vel intensifica��o da guerra com Reino Unido e Uni�o Europeia.
A nova diretora-gerente do FMI tamb�m ressaltou os efeitos da inseguran�a. "Em algumas das maiores economias emergentes, como �ndia e Brasil", disse a diretora, "a desacelera��o � ainda mais pronunciada neste ano".
A sa�da, segundo Georgieva, deve envolver pol�ticas coordenadas, uma estrat�gia bem-sucedida na supera��o da crise de 2008. Est�mulos fiscais ser�o agora mais importantes que naquela ocasi�o, porque as pol�ticas monet�rias j� foram amplamente usadas, os juros est�o muito baixos, e at� negativos, e pouco mais se pode fazer com esse instrumental. A recomenda��o vale para pa�ses com alguma folga fiscal. N�o � o caso do Brasil. Ser� essencial fortalecer o sistema multilateral de com�rcio e avan�ar em reformas estruturais, como a tribut�ria, para favorecer os ganhos de produtividade. Reformas estruturais podem igualmente incluir desburocratiza��o, est�mulos � participa��o das mulheres nas atividades profissionais e combate � corrup��o. Tais mudan�as, sublinhou Georgieva, j� produziram ganhos econ�micos importantes em v�rios pa�ses.
As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.
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