O secret�rio de Com�rcio Exterior, Marcos Troyjo, disse ontem que a viagem do presidente Jair Bolsonaro para a China deve servir para discutir oportunidades que tornem a din�mica comercial entre os dois pa�ses mais do que uma "rela��o de clientela". Ao sugerir que � equivocado dizer que h� uma "parceria comercial" entre as duas na��es, ele afirmou que n�o existe uma interdepend�ncia do Brasil com a China e que � preciso buscar uma rela��o "pragm�tica" desde que com "respeito � soberania".
"Se voc� quer sair dessa rela��o de clientela para algo maior, ent�o precisa estar na mesa e discutir essas oportunidades. Essa � uma das raz�es para o presidente Bolsonaro ir para a China", disse Troyjo. Segundo ele, o governo quer alcan�ar uma rela��o ben�fica para os dois lados. "Queremos manter a soberania, queremos ser parceiros", disse. "�s vezes, usamos palavras que n�o necessariamente refletem a realidade. �s vezes, usamos a palavra 'parceria' quando na realidade o que se tem � uma rela��o de cliente", disse.
Bolsonaro embarca hoje para viagem ao Jap�o e, de l�, seguir� para a China. O presidente adotou durante a campanha ret�rica inflamada sobre a rela��o comercial Brasil-China e chegou a dizer que os chineses estavam "comprando o Brasil". A China � a principal parceira comercial do Pa�s.
Depend�ncia
Troyjo mencionou a guerra comercial travada entre Estados Unidos e China durante a presid�ncia de Donald Trump e citou a rela��o entre os dois pa�ses como de "interdepend�ncia". "A China � o principal destino do investimento estrangeiro direto americano. Os EUA s�o o principal destino do investimento estrangeiro direto chin�s. Se voc� quer usar o termo 'parceiro comercial', ent�o os EUA s�o os principais parceiros comerciais da China e vice-versa. H� uma interdepend�ncia muito importante", disse. "N�s n�o temos tanta interdepend�ncia com a China atualmente. Temos uma rela��o comercial. � verdade que o investimento chin�s no Brasil est� aumentando, mas ainda h� bastante a percorrer", disse.
O secret�rio representa o Brasil em Washington, na reuni�o anual do Fundo Monet�rio Internacional (FMI), depois que o ministro da Economia, Paulo Guedes, cancelou na �ltima hora sua participa��o. Na manh� de ontem, Troyjo fez uma apresenta��o a investidores e empres�rios estrangeiros na C�mara de Com�rcio americana.
A conversa foi intermediada por perguntas feitas por Donna Hrinak, presidente da Boeing para a Am�rica Latina e ex-embaixadora dos EUA no Brasil. A executiva questionava Troyjo com boa parte do que tem sido dito nos bastidores por empres�rios americanos sobre a nova rela��o que o Brasil tenta estabelecer com os EUA. Durante a apresenta��o, Donna afirmou que "por anos se ouviu que o problema do Brasil � que o Pa�s n�o sabe o quer". Al�m de questionar sobre a rela��o com a China, a executiva perguntou sobre as idas e vindas do apoio americano ao acesso do Brasil como membro da OCDE.
O secret�rio de Com�rcio Exterior minimizou os problemas e disse que "h� um processo" na OCDE em curso, e admitiu que o Brasil precisa fazer a "li��o de casa" para acessar a organiza��o. As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.
ECONOMIA