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Estado de Minas ECONOMIA

Queda na taxa de juros diminui interesse por t�tulos de d�vidas


postado em 21/10/2019 07:32

As deb�ntures, que levaram anos para cair no gosto dos investidores brasileiros, est�o perdendo apelo com a queda na taxa b�sica de juros, a Selic. Os pr�mios, que junto com o CDI ou as NTN-Bs, comp�em as taxas de remunera��o dos pap�is, n�o est�o mais compensando a redu��o nos juros b�sicos. "Os investidores est�o desacelerando a compra de deb�ntures e indo para ativos mais interessantes, como fundos imobili�rios e de a��es", disse o s�cio-diretor do ModalMais, Ronaldo Guimar�es.

A deb�nture � um t�tulo de cr�dito privado - um papel de d�vida emitido por uma empresa e negociado pela Bolsa de Valores. O t�tulo pode ser prefixado, atrelado, em geral, ao CDI ou �s NTN-Bs (Notas do Tesouro Nacional s�rie B), com rentabilidade definida pelo IPCA (infla��o) mais uma taxa fixa, chamada de pr�mio, ou p�s-fixado, indexado a �ndices como a Selic.

O professor dos MBAs da Funda��o Getulio Vargas Pedro Le�o Bispo explica que as deb�ntures p�s-fixadas est�o sujeitas �s varia��es econ�micas de forma direta: se durante a vig�ncia do t�tulo a taxa de juros for cortada, a expectativa de rentabilidade tamb�m cai. "Como qualquer decis�o de investimento, � preciso fazer uma an�lise. Uma deb�nture de tr�s ou cinco anos pode sofrer oscila��o na taxa de juros no per�odo", explica Bispo.

Nos t�tulos prefixados, a rentabilidade � garantida, desde que seja respeitado o prazo de vencimento do papel. Ao negociar no mercado secund�rio, por�m, o investidor fica exposto �s varia��es da economia.

Al�m das poss�veis perdas relacionadas a indexadores e prazos, as deb�ntures t�m o risco de mercado. Bispo explica que, por se tratar de uma negocia��o direta entre a empresa emissora do t�tulo e o investidor, os pap�is n�o t�m cobertura do Fundo Garantidor de Cr�dito (FGC). Em caso de fal�ncia ou calote, portanto, o processo de ressarcimento pode ser longo e burocr�tico.

Com n�meros que chegavam a 180% do CDI, a rentabilidade na �poca de juros altos costumava compensar os riscos de mercado. Com a Selic no piso hist�rico de 5,5% ao ano, por�m, os investidores s� est�o aceitando pap�is que ofere�am pr�mio de 4% somado ao IPCA, de acordo com um especialista que n�o quis se identificar.

O IPCA acumulado em 12 meses at� setembro est� em 2,89%, de acordo com o IBGE, e a proje��o dos analistas do mercado � que feche o ano em 3,42%, segundo o boletim Focus divulgado pelo Banco Central no dia 14.

Nos �ltimos 90 dias, a taxa das NTN-Bs com vencimento em 5 anos (2024) e 15 anos (2035) ca�ram 20% e 12%, respectivamente, para 2,28% e 3,26%, de acordo com a cota��o da semana passada. "Em uma opera��o com vencimento m�dio de oito anos, com base na NTN-B 2030, que est� rendendo IPCA + 2,95% ao ano, se o investidor fala que quer papel que rende IPCA + 4% ao ano, o pr�mio tem que ser 1,05%, que para a maior parte das companhias com �timo risco soa alto", comentou a fonte.

Demanda fraca

Mesmo com t�tulos com prazo longo, a empresa de transmiss�o de energia el�trica Taesa teve na �ltima emiss�o para pessoas f�sicas procura menor do que seria esperado em opera��o semelhante no in�cio do ano: a demanda foi de 1,16 vez a oferta de R$ 450 milh�es e a empresa captou R$ 509 milh�es, pagando pr�mio de 4,5% somado ao IPCA para pap�is com vencimento em 2045.

A Petrobras � outro exemplo de como a queda da Selic vem comprometendo a atratividade dos pap�is. Ao contr�rio de janeiro, quando teve demanda de R$ 12 bilh�es para a emiss�o de R$ 3 bilh�es, a petroleira recebeu propostas de at� R$ 3,5 bilh�es para capta��o de mesmo tamanho feita em setembro. As duas s�ries de deb�ntures da Petrobras t�m vencimento em 2029 e 2034 e ofereceram remunera��o atrelada ao IPCA somado a um pr�mio de 3,6% e 3,9%, respectivamente.

A dificuldade em encontrar retorno faz, ao mesmo tempo, alguns investidores tomarem mais risco. "A queda das taxas futuras de juro, especialmente ap�s a �ltima reuni�o de pol�tica monet�ria (em setembro), tornou o mercado mais competitivo e seletivo. Est� dif�cil escolher pap�is. Especialmente porque alguns deles oferecem pouco pr�mio para o risco do cr�dito", disse a consultora de investimentos da �rama Sandra Blanco. As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.


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