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Estado de Minas AVIA��O EXECUTIVA

Avia��o executiva se volta para os combust�veis sustent�veis

Entidades do setor anunciam a uma c�pula, em 2020, para discutir formas de reduzir o uso de querosene no abastecimento dos jatos


postado em 23/10/2019 04:00 / atualizado em 23/10/2019 09:17

Uma das aeronaves da Gulfstream, que fizeram os primeiros voos neutros em emissão de carbono(foto: Gulfstream/Divulgação)
Uma das aeronaves da Gulfstream, que fizeram os primeiros voos neutros em emiss�o de carbono (foto: Gulfstream/Divulga��o)

S�o Paulo – A avia��o vem buscando acelerar os investimentos em solu��es que aumentem a seguran�a, reduzam custos, melhorem a experi�ncia do passageiro e poluam menos. Essas apostas podem passar por muitos aportes em novas tecnologias ou por solu��es bem mais simples, como a busca de um fornecedor que possa entregar alimentos mais frescos para as refei��es oferecidas a bordo.
 
Nesta semana, em Las Vegas (Estados Unidos), ocorre a feira de avia��o executiva NBAA-BACE 2019 (sigla para Conven��o e Exposi��o de Avia��o Executiva, promovida pela Associa��o Nacional de Avia��o Executiva), apontada como o maior evento para esse segmento no mundo. Os visitantes – tanto aqueles com alto poder aquisitivo, quanto empresas que precisam dos jatos para o deslocamento de seus executivos – n�o est�o em busca apenas de aeronaves que ofere�am confort�veis poltronas de couro ou outros acabamentos de luxo. Neste ano, uma outra preocupa��o ganhou for�a: a quest�o ambiental.
 
Representantes da NBAA e da Associa��o Geral de Fabricantes de Avia��o (Gama) anunciaram ontem que v�o promover, no in�cio de 2020, em Washington (EUA), encontro com o objetivo de acelerar a disponibilidade e o uso de SAFs (sigla em ingl�s para combust�veis sustent�veis de avia��o).
 
Batizado de C�pula Global de Sustentabilidade da Avia��o Executiva, o evento est� programado para mar�o do ano que vem. "A avia��o executiva faz da sustentabilidade uma prioridade, e fizemos progressos tang�veis", declarou, por meio de nota, o presidente e CEO da NBAA, Ed Bolen. “Na �ltima d�cada, redobramos nosso compromisso de reduzir a j� pequena pegada de carbono do setor, e a chave disso tem sido o desenvolvimento e o uso de combust�veis sustent�veis. Esta c�pula marca o pr�ximo passo para se concentrar em como acelerar a ado��o e o uso de combust�veis."
 
Para Pete Bunce, presidente e CEO da Gama, a c�pula servir� como oportunidade de reunir as partes interessadas para identificar formas de aumentar o uso dos SAFs.

Desafios ambientais

 Presidente da Associa��o Europeia de Avia��o Comercial (EBAA, na sigla em ingl�s), Juergen Wiese acredita que os combust�veis de origem sustent�vel v�o ganhar espa�o. "O SAF � a principal solu��o para nossos desafios ambientais. Junto com outros meios de redu��o de emiss�es, o uso de combust�veis ser� essencial para atender �s metas ambientais de nossa ind�stria.”
 
Esse movimento para reduzir a pegada de carbono do setor tem atra�do diferentes entidades. O Conselho Internacional de Avia��o Comercial (Ibac, na sigla em ingl�s) tamb�m faz parte das discuss�es. Segundo seu diretor-geral, Kurt Edwards, a avia��o executiva alcan�ar� sua meta global de redu��o de emiss�es de carbono a longo prazo, por meio de um modelo de atua��o que vai englobar tecnologia, melhorias operacionais e uma medida global baseada no mercado.
 
“O combust�vel da avia��o sustent�vel estar� entre as tecnologias mais cr�ticas para nos ajudar a atingir a meta. A tecnologia est� comprovada. Agora, � a hora de governos e ind�stria aumentarem significativamente os esfor�os para incentivar a produ��o e o uso do SAF”, declarou Edwards, durante a divulga��o da c�pula de 2020. "Continuamos a instar os governos de todos os n�veis a implementar pol�ticas de incentivo positivo, para facilitar uma maior produ��o de combust�veis sustent�veis para a avia��o.”

Embraer

A brasileira Embraer tem condi��es de se posicionar bem nessa nova tend�ncia para o setor de avi�es executivos. A empresa foi a primeira a produzir um modelo de pequeno porte, voltado � agricultura, movido a etanol, batizado de Ipanema. Em agosto, a fabricante divulgou as imagens do prot�tipo de uma aeronave com tecnologia de propuls�o 100% el�trica, baseada no EMB-203 Ipanema. A expectativa � que o avi�o, desenvolvido em parceria com a catarinense Weg, fa�a um voo de demonstra��o no pr�ximo ano.
 
Nesse mercado, j� h� aeronaves que utilizam, por exemplo, �leo de cozinha em seus tanques. Cinco jatos da Gulfstream (GD.N) expostos em Las Vegas est�o usando combust�vel produzido na Calif�rnia, a partir de gordura n�o comest�vel. Os mais recentes combust�veis � base desses res�duos incluem gorduras, graxas e �leos, que s�o subprodutos da ind�stria de alimentos. Uma das empresas produtoras de biocombust�vel � a americana World Energy, de Boston, que fornece o combust�vel a partir de res�duos de carne, usado pela Gulfstream.
 
Al�m disso, a Gulfstream Aerospace anunciou, no �ltimo domingo, que os modelos Gulfstream G650ER, Gulfstream G600, Gulfstream G500, Gulfstream G550 e Gulfstream G280 fizeram os primeiros voos neutros em emiss�o de carbono da fabricante. O voo foi entre Savannah e o Henderson Executive Airport, perto de Las Vegas, para a participa��o na NBAA-BACE. Os cinco voos foram feitos usando uma combina��o de combust�vel de avia��o sustent�vel (SAF) e compensa��es de carbono.
 
Os jatos particulares n�o s�o os vil�es quando o assunto � polui��o – ao menos aparentemente. Eles representam menos de 0,1% do total anual de emiss�es de carbono em todo o mundo. No entanto, essas aeronaves podem emitir, em m�dia, at� 20 vezes mais emiss�es de carbono por passageiro-milha do que os avi�es a jato, segundo a consultoria Fly Victor, de Londres.

DESAFIO

Para as operadoras de jatos executivos, como as companhias a�reas, n�o se trata apenas de um desejo de ter uma atividade menos poluente, mas a necessidade de cumprir um compromisso feito pelo setor a�reo como um todo, de reduzir pela metade as emiss�es de carbono at� 2050, em compara��o com 2005.
 
Para os ambientalistas e mesmo alguns analistas, ainda h� muita desconfian�a sobre a evolu��o do uso dos SAFs. O que serve hoje para o abastecimento das aeronaves, na maioria dos casos, � uma mistura 50-50 com querosene. H� quem garanta que a oferta de SAFs ainda � muito pequena para atender a uma demanda com potencial de crescimento.

O voo mais longo da hist�ria: 19 horas e 16 minutos

No �ltimo domingo (20), pousou em Sydney, na Austr�lia, procedente de Nova York, o voo mais longo e sem escalas da hist�ria. A viagem do QF7879, ainda experimental, feita pela companhia a�rea Qantas, durou 19h16min e foi para um grupo pr�-selecionado pela empresa, de 49 pessoas – a maioria era de funcion�rios da empresa.
 
Tamb�m estavam no Boeing 787-9 profissionais de sa�de, que tinham como tarefa monitorar os efeitos no corpo humano de voo t�o longo. Cientistas de duas universidades australianas acompanharam a viagem para observar como os passageiros dormiam e se alimentavam, al�m de controlar o n�vel de melatonina, o conhecido horm�nio do sono.
 
Como o grupo era pequeno, todos se acomodaram nas poltronas espa�osas da classe executiva. Os passageiros foram orientados a tentar acostumar o corpo ao fuso hor�rio australiano e puderam, assim como fez a tripula��o, fazer alguns alongamentos durante o percurso, para minimizar o cansa�o. Para estimul�-los a driblar o sono at� que chegasse o momento do ajuste ao fuso de Sydney, foram usados recursos como luzes acesas, cafe�na e at� comida apimentada.

Alerta com a sa�de

Os pilotos tiveram sensores instalados em seu corpo para medir a atividade cerebral e o estado de alerta. A Associa��o de Pilotos Australianos e Internacionais (AIPA) est� atenta � evolu��o do plano da Qantas e pediu um estudo sobre os efeitos desse tipo de voo na tripula��o no longo prazo. A companhia a�rea declarou que os voos experimentais s�o apenas um dos aspectos da pesquisa sobre a viabilidade das viagens ultralongas.
 
O voo entre Nova York e Sydney foi o primeiro de tr�s que servir�o para que a empresa australiana avalie a viabilidade das viagens ultralongas, para a cria��o de linhas comerciais regulares. J� est� definido que a Qantas vai testar esse tipo de viagem entre Londres e Sydney.
 
O CEO da Qantas, Alan Joyce, comemorou a execu��o da viagem ultralonga. "� o primeiro de tr�s voos experimentais, com os quais veremos que recomenda��es podem ser feitas sobre como administrar o cansa�o dos pilotos, assim como a quest�o do fuso hor�rio para os passageiros", declarou, assim que desembarcou em territ�rio australiano. "Depois de 19 horas neste voo, acho que fomos bem. Tenho a impress�o de estava em um voo muito mais curto que este", completou.

No tanque

 Em um voo como esse, al�m do cansa�o da equipe e dos passageiros, h� o desafio do combust�vel. No caso do Boeing 787-9, que decolou na sexta-feira � noite do aeroporto JF Kennedy, o peso transportado foi reduzido, o que permitiu o embarque de uma quantidade suficiente de combust�vel para os 16 mil quil�metros de trajeto.
 
Segundo o site especializado flightradar24.com, o avi�o decolou com o peso de 233 toneladas. Desse total, 101 toneladas eram apenas de combust�vel. A opera��o foi muito bem calculada. Os quatro pilotos a bordo se revezaram em sistema de turnos.



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