
S�o Paulo – Os n�meros falam por si. No primeiro semestre deste ano, pelos c�lculos da consultoria KPMG, o mercado de educa��o no Brasil assistiu a 15 grandes transa��es de fus�es e aquisi��es. No mesmo per�odo do ano passado, foram 13. O crescimento registrado da primeira metade do ano era um pren�ncio de que a ind�stria de ensino privado estava retomando o embalo. E foi o que ocorreu.
Nesta semana, duas grandes movimenta��es agitaram o mercado: a aquisi��o da americana Adtalem pela brasileira Yduqs (ex-Est�cio), por R$ 1,9 bilh�o – o maior neg�cio j� registrado pela companhia brasileira –, e a compra de seis escolas, em tr�s dias, pela Positivo Educacional, com sede em Curitiba.
Somados, os contratos assinados nos �ltimos dias superaram R$ 2,1 bilh�es em investimentos, comprovando que as consolida��es no setor de educa��o est�o recuperando o f�lego. “Temos um planejamento de R$ 200 milh�es para investir na aquisi��o de escolas de alto padr�o nos pr�ximos 12 meses”, afirmou o presidente da Positivo Educacional, Lucas Guimar�es.
Somados, os contratos assinados nos �ltimos dias superaram R$ 2,1 bilh�es em investimentos, comprovando que as consolida��es no setor de educa��o est�o recuperando o f�lego. “Temos um planejamento de R$ 200 milh�es para investir na aquisi��o de escolas de alto padr�o nos pr�ximos 12 meses”, afirmou o presidente da Positivo Educacional, Lucas Guimar�es.
A divulga��o de dois grandes neg�cios na mesma semana n�o representa uma guinada, mas se apresenta como o in�cio de uma retomada, segundo especialistas. No acumulado do ano passado, segundo a KPMG, houve 29 fus�es e aquisi��es no segmento, resultado praticamente est�vel em compara��o �s 30 registradas um ano antes, quando a retomada teve in�cio. Em 2016, foram apenas 19, uma queda de quase 30%, na compara��o com 2016. Para 2019, as proje��es de especialistas apontam para um resultado de 34 grandes neg�cios, alimentado por ativos baratos em d�lar e busca por sinergias.
Para a corretora Guide Investimentos, a compra da Adtalem est� em linha com o plano de expans�o da companhia, e ainda marca a sua entrada no segmento de cursos preparat�rios. “Vale notar que h� sinergias entre os cursos preparat�rios da Adtalem com as gradua��es de medicina e direito da Est�cio, que demandam esse tipo de prepara��o no �ltimo ano”, informou a corretora.
O BTG Pactual tamb�m avaliou como positiva a transa��o. “Os ativos devem ajudar na diversifica��o da companhia com maior exposi��o no Nordeste e no segmento de educa��o continuada”, comentou o analista Samuel Alves. A Adtalem � o d�cimo maior grupo de educa��o superior no Brasil, tendo aproximadamente 102 mil estudantes cadastrados, 20 c�mpus e mais de 180 centros de aprendizado a dist�ncia.
Com essa aquisi��o, a Yduqs recupera a segunda coloca��o no ranking de maiores institui��es privadas no segmento de gradua��o do pa�s, � frente da Universidade Paulista (Unip). Fica atr�s somente da Kroton (atual Cogna), que segue na lideran�a, de acordo com dados da consultoria Hoper Educa��o.
Para se ter ideia do tamanho do neg�cio, as empresas somam 678 mil alunos e geram receita de R$ 4,48 bilh�es por ano. A opera��o n�o precisar� ser aprovada por assembleia de acionistas, mas ainda depende da anu�ncia do Conselho Administrativo da Defesa da Concorr�ncia (Cade), segundo a Yduqs. O pagamento ser� feito � vista, na data de fechamento da transa��o, com recursos pr�prios e financiamento.

FORTALECIMENTO
Apesar de ter sido a maior transa��o da hist�ria da Yduqs, a empresa vem apresentando crescimento consider�vel nos �ltimos anos. O objetivo, al�m de fortalecer a presen�a no Norte e Nordeste, � crescer tamb�m no interior de S�o Paulo. No m�s passado, o grupo havia adquirido a UniToledo, de Ara�atuba, por R$ 102,5 milh�es.
“Em meados do ano, entendemos que, para crescer, precisamos trazer gente com experi�ncia de qualidade no setor, de refer�ncia. N�o h� outra marca t�o conceituada em administra��o quanto o Ibmec. E fomos procurar a Adtalem. A negocia��o foi adiante e vai originar uma unidade de neg�cios premium sob o chap�u da Yduqs”, disse o presidente da companhia, Eduardo Parente, ao jornal O Globo.
Com metas ousadas, a empresa quer avan�ar na oferta de cursos de ensino a dist�ncia e tamb�m ampliar os cursos de medicina que t�m maior t�quete m�dio. Esse mercado se tornou muito lucrativo, uma vez que as faculdades privadas cresceram muito nos �ltimos anos, quando obtiveram recursos do governo.
Para Paulo Presse, especialista da Hoper, a opera��o vai al�m do crescimento em alunos, segmentos e regi�es do pa�s. “Ao adquirir marcas de refer�ncia, a Yduqs atua na manuten��o de sua pr�pria marca, ganhando atrativos para o neg�cio como um todo. Est� comprando duas grandes pontas de crescimento, no ensino a dist�ncia, que � o segmento de maior crescimento em matr�culas, e no premium, o de maior t�quete m�dio.”
No mercado de educa��o brasileiro, a l�der � a Kroton, que, no in�cio de outubro, se tornou uma holding, chamada Cogna Educa��o. O valor da empresa est� em R$ 18,2 bilh�es. O modelo de crescimento adotado nos �ltimos anos foi a compra de faculdades. No entanto, ao tentar adquirir a Est�cio, em 2017, esbarrou no veto do Cade.
A mudan�a para Cogna est� em sintonia com a nova estrat�gia do grupo, que passa a operar com quatro empresas distintas. A Kroton tem como principal mercado as faculdades, como � o caso da Anhanguera. A Saber entrou para disputar licita��es no Programa Nacional do Livro e do Material Did�tico (PNLD), do Minist�rio da Educa��o, e atuar nos servi�os de educa��o para o ensino b�sico. Por sua vez, a futura Vasta focar� na presta��o de servi�os de gest�o para escolas e produ��o de material did�tico para alunos, e a Platos, na presta��o de servi�os de gest�o para o ensino superior.
"Temos um planejamento de R$ 200 milh�es para investir na aquisi��o de escolas de alto padr�o nos pr�ximos 12 meses"
Lucas Guimar�es,
presidente da Positivo Educacional
Retomada do embalo
R$ 200 milh�es
� o valor que ser� investido na aquisi��o de escolas de alto padr�o nos pr�ximos 12 meses
R$ 108,6 bilh�es
foi o resultado de 55 opera��es envolvendo empresas brasileiras no primeiro semestre deste ano
678 mil
� o n�mero somado de alunos das empresas envolvidas no neg�cio