Empresas investem na profissionaliza��o de jovens que procuram trabalho

S�o Paulo – O primeiro emprego � uma equa��o cruel para os jovens. Ao se candidatarem a uma vaga, ouvem que � necess�rio ter experi�ncia para ter chances no processo de sele��o. Mas como atender a essa exig�ncia quando se est� chegando ao mercado de trabalho?

Essa realidade se traduz nos n�meros oficiais do Brasil. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estat�stica (IBGE), no segundo trimestre de 2019, a taxa de desemprego entre a popula��o de 18 a 24 anos superou o dobro da m�dia geral do pa�s. A desocupa��o entre os jovens foi de 25,8%, bem acima dos 12% do total. O levantamento apontou que chega a 4,038 milh�es os jovens sem emprego.

Um grupo de 59 empresas, encabe�ado pela Nestl�, anunciou ontem a oferta de 45 mil vagas – parte delas para treinamento e outra parte para trabalho – durante o Encontro de Jovens do Mercosul, que aconteceu em S�o Paulo.

O programa, que est� na segunda edi��o, � voltado a oportunidades de desenvolvimento profissional para quem ainda n�o tem experi�ncia e integra o Acordo de Empregabilidade Jovem do Mercosul, lan�ado em 2018. O objetivo � unir o setor privado com os governos dos quatro pa�ses do bloco em torno do empreendedorismo e a capacita��o para aumentar as chances no mercado de trabalho.

Al�m do an�ncio das vagas, que ser�o oferecidas at� 2020, os participantes dos pa�ses do Mercosul tiveram a oportunidade de ver apresenta��es de especialistas que discutiram sobre as tend�ncias no mercado de trabalho, as diferentes formas de se educar e ouvir hist�rias de empreendedores, como Cleusa Maria, ex-cortadora de cana que fundou a Sodi�, KondZilla (nome art�stico de Konrad Dantas, fundador de um dos canais do Youtube mais acessados no mundo e da produtora de videoclipes) e Edu Lyra, da ONG Gerando Falc�es.

 

 

 

 

Laurent Freixe, CEO da Nestl� para as Am�ricas, acompanhou as atividades no Memorial da Am�rica Latina. Para o executivo, as discuss�es servem tanto para situar os jovens sobre as demandas do mercado de trabalho quanto para mostrar outras possibilidades de inser��o. Por exemplo, na agricultura, que cada vez mais tem contato com investimentos em tecnologia para melhorar a produtividade, reduzir desperd�cios e os impactos no planeta.

Mas um dos alertas feitos por Freixe � quanto a habilidades que o jovens devem ter e que n�o tem rela��o com o que � oferecido em sala de aula. As caracter�sticas psico-sociais, segundo ele, s�o cada vez mais valorizadas nas corpora��es. Isso pode passar pela pr�tica de esportes coletivos, o relacionamento com a comunidade onde vive e o engajamento com atividades sociais.

“O enfoque extracurricular � cada vez mais importante para as empresas. Isso ganha cada vez mais relev�ncia porque dentro das corpora��es as atividades exigem a colabora��o, tanto dentro da equipe quanto de diferentes �reas”, diz.

Freixe defende que esses perfis podem fazer a diferen�a nas corpora��es. O CEO compara, por exemplo, os ambientes empresarial e esportivo. “Quem pratica um esporte quer ser mais competitivo, quer ganhar. Acredito que seja como nos neg�cios. Ali n�o se trata de uma pr�tica individual, mas coletiva, em que a capacidade de aprender e a habilidade social s�o fundamentais”.

Nesta quinta-feira, o governo divulgou que prepara um pacote de medidas para estimular a gera��o de empregos para jovens. Segundo o secret�rio especial de Previd�ncia e Trabalho, Rog�rio Marinho, as a��es federais ser�o apresentadas em novembro. A meta � melhorar o ambiente para a entrada de jovens a partir de 18 anos no mercado de trabalho.

“O governo est� preocupado porque sabe que os jovens t�m mais dificuldade de entrar no mercado de trabalho. Vamos potencializar a inser��o dessa faixa, que tem taxa de desemprego que beira 30%”, disse o secret�rio, em entrevista a jornalistas.