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Estado de Minas ECONOMIA

Tecnologia engorda lucro de pecuaristas


postado em 28/10/2019 08:18

Quem chega � pacata Guarant�, cidade com cerca de 7 mil habitantes no centro-oeste paulista, parece voltar no tempo. Nas suas poucas ruas, o pequeno movimento de carros e pessoas em nada remete � modernidade dos grandes centros. Mas, por tr�s dessa calmaria, h� uma revolu��o em curso no modo de se criar bois, com fortes doses de alta tecnologia.

� a chamada pecu�ria de precis�o que, com uso da intelig�ncia artificial, re�ne rapidamente in�meras informa��es de clima, mercado e desempenho do rebanho, e as coloca na m�o do produtor para que ele tome a decis�o mais acertada da forma mais r�pida poss�vel.

Estudos mostram que o lucro por arroba do pecuarista que usa alta tecnologia e de forma correta � tr�s vezes maior do que a m�dia, segundo Bruno Andrade, gerente executivo da Associa��o Nacional da Pecu�ria Intensiva. Dos 30 milh�es de bois abatidos por ano no Pa�s, 5 milh�es s�o confinados e 50% desses ganham peso com uso de alta tecnologia, movimento que cresceu nos �ltimos tr�s anos.

O que chama a aten��o em Guarant� � que essa mudan�a na forma de engordar os bois confinados � comandada por uma fam�lia que � quase centen�ria na atividade. � frente do projeto de confinamento de bois de outros pecuaristas, conhecido como "boitel", ou hotel de bois, est� o empres�rio Jos� Roberto Ribas Filho, dono da Ribas Agropecu�ria.

Nos anos 1950, seu bisav� chegou a ter mais de 100 mil bovinos na regi�o, todos soltos no pasto. Vinte anos depois, seu av�, dono de frigor�fico, montou um dos primeiros confinamentos para suprir o fornecimento de animais em per�odos de seca. Mas era um neg�cio pequeno, de 3 mil bovinos, guiado mais pela intui��o. "O gado comia restos da colheita e n�o havia maquin�rio, muito menos as ferramentas tecnol�gicas que temos hoje", contou. Com a morte do av�, o confinamento e o frigor�fico n�o prosperaram e a cana tomou o lugar do gado nos neg�cios da fam�lia.

Em 2011, Ribas, que empreendia em outros segmentos, decidiu resgatar a tradi��o familiar. Montou um confinamento, mas com uso de muita tecnologia, inicialmente para engorda do pr�prio rebanho. Cinco anos depois, optou por prestar servi�o a terceiros. A mudan�a no foco ocorreu porque ele conseguiu resultados na engorda de bois que superavam a m�dia do mercado. "Com automa��o e todas as ferramentas tecnol�gicas, come�amos a ter uma engorda eficiente acima de 1,8 quilo por animal ao dia, ante a m�dia do mercado, de 1,5 quilo."

Hoje apto para engordar 8 mil bois por ano, o confinamento dobrou de capacidade desde 2016 e deve ter novas amplia��es em 2020. Ribas atribui o resultado ao uso de tecnologia para obter informa��es precisas sobre os animais e ao gerenciamento adequado delas.

Espi�es

Quem circula pelo confinamento observa que sensores em �reas de cria��o viraram grandes aliados. Esses espi�es eletr�nicos captam, por meio da leitura de chips instalados nos animais, informa��es cruciais e que fazem a diferen�a. Balan�as instaladas nos bebedouros, por exemplo, aferem o peso de cada o animal quando ele vai matar a sede. Essa informa��o � enviada por radiofrequ�ncia para a nuvem, que alimenta um software. Nele existe um algoritmo que indica a curva de ganho de peso do animal que, cruzado com o pre�o da arroba, sinaliza se vale a pena continuar a engorda. "Um dos pulos do gato � saber o ponto �timo de abate", disse Ribas. Outro ponto chave do confinamento de precis�o � dar a dieta na medida certa, de acordo com o est�gio de desenvolvimento do boi.

Na cidade vizinha de Sabino (SP), o confinador e zootecnista Neto Sartor, dono do boitel Santa Ad�lia, vai engordar neste ano 37 mil bois. Com o uso de alta tecnologia na gest�o e no trato dos animais, em 110 dias esses bois ganham 8,85 arrobas, um resultado 35% maior ante um confinamento que adota menos tecnologia. Segundo ele, a procura por esse tipo de confinamento tem crescido. "Neste ano, tive fila de espera na seca."

Paulo Dancieri, CEO da Coimma, que fabrica equipamentos de pesagem e conten��o de bois e desenvolve sistema de gest�o na nuvem, disse que h� um "alvoro�o de interessados" por novas tecnologias voltadas para a pecu�ria de precis�o. Segundo ele, tr�s fatores levaram a esse movimento: as margens apertadas da pecu�ria tradicional, a viabilidade de novas tecnologias, com 61% das fazendas com acesso a internet, e a cabe�a de novos gestores, como Ribas, de Guarant�. As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.


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