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Estado de Minas ECONOMIA

'Brasil est� 20 anos atrasado nas reformas'


postado em 29/10/2019 07:01

O Brasil est� h� pelo menos duas ou tr�s d�cadas atrasado na agenda de reformas econ�micas, e isso por culpa "exclusivamente nossa", independentemente dos diferentes cen�rios da economia global, na avalia��o do ex-presidente do Banco Central (BC) e s�cio da Rio Bravo Investimentos, Gustavo Franco.

Para ele, embora a aprova��o dos ajustes nas regras da Previd�ncia seja importante e a agenda de moderniza��o proposta pela equipe econ�mica do ministro Paulo Guedes esteja na "dire��o correta", a "intensidade" n�o � boa, principalmente por falta de apoio do presidente Jair Bolsonaro. A consequ�ncia de seguir atrasado na agenda de reformas � que o Brasil continuar� para tr�s na trilha do crescimento econ�mico.

O ex-presidente do BC participar� do painel Economia e poder, no Estad�o Summit, nesta quarta-feira, 30. Leia os principais trechos da entrevista.

As turbul�ncias na economia global, com destaque para a disputa comercial entre China e EUA, dificultam o avan�o das reformas no Brasil?
Talvez seja at� mais f�cil. Com todas as incertezas no quadro internacional, ele continua sendo benigno. N�o d� para dizer que tenha alguma tempestade no caminho. Tem notici�rio, mas n�o quer dizer que tenha crise ou tempestade. O problema que temos s�o 20 ou 30 anos de atraso em avan�ar com a agenda de reformas. Isso � culpa nossa, n�o � culpa de ningu�m. A nossa pr�pria incompet�ncia em fazer reformas modernizadoras nos mant�m numa situa��o de certa mediocridade econ�mica, nos faz ficar num n�vel de renda per capita estagnado em rela��o ao Primeiro Mundo.

Como o sr. est� vendo a atual agenda de reformas do governo?
A dire��o � correta, mas a intensidade n�o �. O presidente da Rep�blica n�o foi eleito com essa bandeira das reformas. Ele foi eleito com outras bandeiras. Ele assumiu as bandeiras das reformas pr�-mercado, liberais, trazendo para dentro o (ministro da Economia) Paulo Guedes, num segundo momento. N�o foi por causa disso que ele ganhou. Por isso, essa agenda n�o � para o presidente t�o priorit�ria quanto outras coisas que parecem mais pr�ximas dele.

Atrasar mais a agenda de reformas amplia o c�rculo vicioso?
Estamos fazendo agora reformas que dever�amos ter feito 20 ou 30 anos atr�s. J� dever�amos estar na terceira ou quarta gera��es de reformas nesses mesmos temas: Previd�ncia, tribut�ria, trabalhista. Nem conseguimos come�ar direito a trabalhista e a abertura (comercial). O Brasil continua hoje uma economia t�o fechada quanto era nos anos 80. E ainda h� vozes falando sobre o gradualismo da abertura. � inacredit�vel. O Brasil � o pa�s da procrastina��o. Estamos estagnados h� quase quatro d�cadas. Desse jeito, vamos reproduzir, no s�culo 21, o que foi o s�culo 20 da Argentina, que recuou para o s�culo 19. � triste, mas a nossa timidez em atacar as reformas econ�micas tem um preju�zo de longo prazo horr�vel.

O governo n�o foi protagonista da articula��o pol�tica para a aprova��o das reformas. Qual o risco disso?
Diferentes presidentes t�m diferentes estilos de relacionamento com o Legislativo. Este presidente em particular optou por ter um relacionamento mais distante, ele n�o tem uma base parlamentar e tem um relacionamento diferente com os l�deres do Congresso. N�o sou do ramo para opinar se esse � o melhor sistema. A quest�o � em que medida � prioridade para este presidente a reforma econ�mica que est� na cabe�a do ministro Paulo Guedes e que muita gente no Brasil gostaria de ver acontecer. O ambiente � muito mais hospitaleiro, as pessoas querem reforma. Passamos a reforma da Previd�ncia sem que o presidente da Rep�blica tivesse de se empenhar pessoalmente nisso. � extraordin�rio. Os outros governos todos tiveram enormes dificuldades com esse tema em particular. Passou neste governo que parecia nem t�o empenhado e interessado, com exce��o das pessoas da �rea econ�mica.

As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.


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