O presidente da Telef�nica Brasil (dona da Vivo), Christian Gebara, refor�ou nesta ter�a-feira, 29, o coro de reivindica��es das operadoras para que o leil�o das frequ�ncias da internet de 5G n�o tenham vi�s arrecadat�rio. "A necessidade de cobertura e de expans�o da tecnologia vai exigir que as empresas tenham capital para fazer esse investimento. Se esse capital for reduzido pela compra de frequ�ncia, teremos um problema para o desenvolvimento do Pa�s", disse nesta ter�a-feira, 29, o executivo, durante entrevista coletiva � imprensa ap�s palestra na Futurecom, feira que re�ne empresas do setor de telecomunica��es.
A Anatel deve publicar nas pr�ximas semanas a consulta p�blica para o edital do leil�o. Mais cedo, o secret�rio-executivo do Minist�rio da Ci�ncia, Tecnologia, Inova��es e Comunica��es (MCTIC), Julio Semeghini (PSDB-SP), reiterou durante a feira que a inten��o do governo � realizar o certame o mais r�pido poss�vel, dentro de 2020, mas n�o se comprometeu com uma data exata.
Em entrevista recente ao Broadcast (sistema de not�cias em tempo real do Grupo Estado), Semeghini disse tamb�m que ainda n�o h� defini��o dos valores das outorgas e das obriga��es, embora o relator do edital na Anatel, Vicente Aquino, tenha anunciado previs�o de movimentar R$ 20 bilh�es.
Questionado sobre a data estimada para o leil�o, Gebara disse preferir que o certame ocorra mais tarde, por�m com as regras corretas, do que no curto prazo e com regras n�o favor�veis. Em rela��o �s regras, ele defendeu que o leil�o priorize a oferta de frequ�ncias de abrang�ncia nacional, deixando em segundo plano as frequ�ncias regionais que viriam a ser operadas por empresas menores. "O leil�o n�o pode desfavorecer as empresas com maior capacidade de compra de frequ�ncias nacionais", afirmou. "As empresas l�deres s�o aquelas que realmente v�o conseguir construir a cobertura nacional", argumentou.
O presidente da Telef�nica Brasil tamb�m alertou para gargalos que podem vir a atrasar a implementa��o das redes de 5G nos pr�ximos anos. Um deles � a exist�ncia de mais de 300 leis municipais e estaduais com regras para instala��o de antenas. Segundo o executivo, algumas dessas leis s�o muito restritivas e n�o permitiram a expans�o do 5G. O ideal, na sua avalia��o, seria um regramento unificado do assunto por meio de lei federal.
"O leil�o de 5G vai exigir muitas instala��es de antenas e sites, al�m de refor�o de backhaul e backbones", disse, referindo-se � estrutura para transmiss�o de dados. "Tudo isso vai exigir muitos investimentos. S� que os indicadores de retorno sobre investimentos do setor est�o abaixo do custo de capital. Esse f�rmula precisa ser entendida por todos, inclusive pelo regulador por quem vai definir as regras do leil�o", cobrou, referindo-se ao que considera uma perda de atratividade do setor de telecomunica��es sob os olhos de investidores financeiros.
Como � comum a cada edi��o anual da Futurecom, l�deres empresariais se revezam para defender pleitos comuns do setor. Desta vez, a fun��o ficou com Gebara. Em sua palestra, ele reclamou da carga tribut�ria elevada, na ordem de 43% do faturamento. O executivo tamb�m apontou que a receita l�quida das empresas brasileiras tem crescido menos do que a infla��o desde 2014.
Em contrapartida, a necessidade de realizar aportes na expans�o das redes � uma das mais altas do mundo. Ele citou que as operadoras brasileiras investem a cada ano um montante equivalente a 20,4% das suas receitas. Segundo ele, esse patamar � mais alto que em pa�ses vizinhos como Argentina (19,9%) e Chile (18,1%) e pa�ses desenvolvidos, como Estados Unidos (13,6%) e Jap�o (12,7%). "Eu j� aumentei investimentos e abri novas frentes de neg�cios, mas gostaria que mudan�as estruturais tamb�m acontecessem por aqui. A f�rmula do passado n�o vai ser suficiente para o avan�o tecnol�gico que vamos precisar para o 5G", alertou.
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