
Para Claro, Vivo e TIM, essa proximidade com a Oi poderia ir al�m da vizinhan�a no maior evento de tecnologia do pa�s. Seus executivos j� declararam considerar a possibilidade de se associar ou adquirir o controle da quarta maior operadora de telecom do pa�s. Abreu, por sua vez, garante que at� agora n�o houve nenhuma conversa concreta, nem sequer um encontro para um cafezinho em torno do assunto.
O COO, que j� foi presidente da TIM, chegou ao cargo em setembro e, nos pr�ximos meses, passar� � presid�ncia, ocupada por Eurico de Jesus Teles Neto. Hoje, Abreu est� respons�vel pelo dia a dia operacional da companhia.
Apesar de ser uma tarefa complicada por conta da situa��o da Oi, que entrou com pedido de recupera��o judicial em junho de 2016 – no fato relevante, a companhia informou que o total a pagar a terceiros, na �poca, ser� de R$ 65,4 bilh�es –, o executivo se mostra tranquilo ao falar sobre suas metas para melhorar o perfil da d�vida e tornar a companhia mais rent�vel.
Apesar de ser uma tarefa complicada por conta da situa��o da Oi, que entrou com pedido de recupera��o judicial em junho de 2016 – no fato relevante, a companhia informou que o total a pagar a terceiros, na �poca, ser� de R$ 65,4 bilh�es –, o executivo se mostra tranquilo ao falar sobre suas metas para melhorar o perfil da d�vida e tornar a companhia mais rent�vel.
Parte importante da estrat�gia � a venda dos ativos chamados de n�o priorit�rios. O mais relevante � a participa��o de 25% na operadora Unitel, de Angola. “J� estamos em processo de venda, mas n�o posso dar detalhes. Mantenho a confian�a de que o neg�cio deve ser concretizado at� o fim do ano”, disse Abreu, aos Di�rios Associados, sem revelar mais informa��es. A estimativa � que a venda total de ativos gere entre R$ 7,5 bilh�es e R$ 8 bilh�es aos cofres da Oi.
MILHARES DE IM�VEIS
Al�m do ativo no continente africano, a Oi tem, em sua carteira, em torno de 8 mil im�veis � procura de novos donos. A previs�o � que todos tenham outros propriet�rios at� 2021. A estrat�gia � come�ar a negociar primeiro os patrim�nios de maior valor para, em uma etapa seguinte, concentrar esfor�os nos menores.
Al�m do ativo no continente africano, a Oi tem, em sua carteira, em torno de 8 mil im�veis � procura de novos donos. A previs�o � que todos tenham outros propriet�rios at� 2021. A estrat�gia � come�ar a negociar primeiro os patrim�nios de maior valor para, em uma etapa seguinte, concentrar esfor�os nos menores.
Outra parte dos ativos da Oi que procura por compradores � a de infraestrutura, por exemplo, torres e big datas. Para Abreu, o foco da empresa deve ser a expans�o do servi�o de fibra e a substitui��o do cobre. O executivo acredita que a companhia pode se fortalecer como prestadora de servi�o entre clientes residenciais, empresariais e como fornecedora de infraestrutura para outras operadoras.
Para colocar essa meta em pr�tica, ser� preciso manter o foco na redu��o de ativos e, por sua vez, nos investimentos. Nos �ltimos anos, a Oi reduziu os aportes, o que acabou chegando ao �pice com o pedido de recupera��o judicial. De l� pra c�, os investimentos v�m sendo retomados novamente. “Entramos em uma rota em que invest�amos menos do que deveria, mas agora tem ocorrido o contr�rio. �bvio que temos desafios a serem enfrentados, mas a empresa n�o est� mais fora de controle”, garante o executivo.
Outra forma de obter caixa dever� ser por meio da emiss�o de t�tulos garantidos por receb�veis, com um prazo de vencimento de cinco anos. A opera��o est� sendo estruturada pelos bancos Morgan Stanley e BTG Pactual e a emiss�o deve ocorrer s� no ano que vem. De acordo com Abreu, a atual estrutura financeira da Oi precisa dessas diferentes fontes para manter seus investimentos – que dever�o chegar a R$ 7,5 bilh�es em 2019 e valor semelhante em 2020. "Em qualquer companhia de telecom, como costumam dizer, n�o existe monotonia.”
Abreu pode garantir que monotonia, no seu caso, est� fora do dicion�rio. Al�m de precisar se desfazer de ativos, captar recursos e continuar a investir para expandir a oferta de fibra, o futuro presidente da Oi ainda tem de lidar de forma h�bil como as especula��es quase di�rias sobre a poss�vel venda da divis�o de telefonia m�vel para um de seus concorrentes. “Esse � um sinal de que existe um reconhecimento quanto aos ativos da companhia e sua posi��o estrat�gica”, avalia.
Abreu � enf�tico ao afirmar que n�o h� nenhuma proposta sobre a mesa e lembra que h� pelo menos duas d�cadas se fala da tend�ncia de consolida��o no setor de telefonia. “Essa conversa � saud�vel entre as empresas. Se formos estimulados, vamos ter a obriga��o de analisar (uma proposta)”, diz Abreu, sobre a possibilidade de ser sondado por um de seus concorrentes para a venda do controle ou associa��o.
Leil�o dever� ocorrer no 2º semestre de 2020
Investir em infraestrutura e, particularmente, em redes e fibra faz parte da estrat�gia da empresa de se posicionar de forma adequada para a chegada da quinta gera��o, o 5G, no Brasil. O leil�o, previsto para o primeiro semestre de 2020, segundo a Ag�ncia Nacional de Telecomunica��es (Anatel), s� deve ocorrer no segundo semestre. Enquanto isso, a Oi e suas concorrentes fazem simula��es para verificar a qualidade do sinal, as necessidades tecnol�gicas e os problemas que a novidade pode trazer ao mercado brasileiro.
Parte desse trabalho � feito nos chamados “testes de conviv�ncia” entre os servi�os m�veis de 5G e os sinais de TV aberta, transmitidos via sat�lite e captados por antenas parab�licas. Segundo Abreu, n�o h� uma solu��o definitiva e os testes ainda est�o sendo feitos.
Um deles ocorreu durante o Rock in Rio, no in�cio do m�s, que teve a cobertura com 5G pela Oi. O executivo garante que n�o houve interfer�ncia nas TVs, mas, segundo ele, ainda n�o � poss�vel afirmar que a aplica��o de filtros ser� suficiente para resolver essa conviv�ncia entre tecnologias. Abreu lembra que, apesar dos esfor�os da ind�stria para encontrar uma solu��o, at� 2023, as TVs ter�o de colocar filtros em seus receptores, o que reduziria a interfer�ncia do sinal m�vel.
INVESTIMENTOS
Apesar de as operadoras ainda estarem quebrando a cabe�a para resolver o problema da interfer�ncia no sinal de TV aberta, Abreu n�o considera que haja um atraso no cronograma para avan�ar com o 5G. O executivo da Oi lembra que a pr�pria Anatel depende de testes e de outras informa��es de operadoras, fornecedores e especialistas para reunir subs�dios antes da formula��o das regras para o leil�o da nova frequ�ncia de telefonia m�vel.
Apesar de as operadoras ainda estarem quebrando a cabe�a para resolver o problema da interfer�ncia no sinal de TV aberta, Abreu n�o considera que haja um atraso no cronograma para avan�ar com o 5G. O executivo da Oi lembra que a pr�pria Anatel depende de testes e de outras informa��es de operadoras, fornecedores e especialistas para reunir subs�dios antes da formula��o das regras para o leil�o da nova frequ�ncia de telefonia m�vel.
Assim como seus pares da concorr�ncia, o COO da Oi se mostra apreensivo quanto ao car�ter que a Anatel poder� dar ao leil�o. Se for arrecadat�rio, acredita, poder� haver um comprometimento dos investimentos na nova frequ�ncia. “A ag�ncia precisar� definir se vai privilegiar a cobertura (com 5G) ou a arrecada��o. Seu papel � promover investimentos e desenvolvimento do setor. Se a Anatel criar um modelo que prejudique esses investimentos, isso pode n�o fazer sentido em um pa�s com as caracter�sticas do Brasil.”