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Estado de Minas ECONOMIA

Com corte de Selic, poupan�a fica negativa


postado em 31/10/2019 12:01

Com mais uma queda na taxa Selic, que nesta quarta-feira, 30, registrou novo piso hist�rico, o Banco Central jogou uma p� de cal nos investimentos de renda fixa. Com os juros b�sicos da economia a 5,0% ao ano, aplica��es conservadoras como a caderneta de poupan�a e parte significativa dos fundos DI perdem para a infla��o projetada para os pr�ximos 12 meses.

A partir de agora, quem depositar R$ 1 mil na caderneta de poupan�a corre o risco de sacar, depois de 12 meses, um valor equivalente a R$ 998. Os R$ 2 de diferen�a dever�o ser corro�dos pela infla��o, estimada em 3,54% para os pr�ximos 12 meses, segundo o �ltimo relat�rio Focus, do Banco Central.

Destino de oito em cada dez investidores brasileiros, a poupan�a tinha R$ 818 bilh�es em 24 de outubro, quase 16% dos recursos aplicados na renda fixa. A regra de rentabilidade da aplica��o mais popular do Pa�s � 70% da Selic acrescida da Taxa Referencial (TR), que hoje est� zerada. Com o corte de 0,5 ponto porcentual da taxa b�sica de juros, o rendimento da poupan�a recua de 3,85% para 3,43% - 0,11% abaixo da proje��o do �ndice de Pre�os ao Consumidor Amplo (IPCA), infla��o oficial, do per�odo.

Situa��o similar acontece com os fundos de renda fixa, chamados de fundos DI. Segundo c�lculos da professora de economia Paula Sauer, da ESPM, todos os fundos da categoria com taxa de administra��o igual ou superior a 0,50% ao ano j� perdem para a infla��o, entregando na pr�tica retorno negativo aos seus investidores (ler mais abaixo).

Garimpo

Hoje, existem 3.165 fundos de renda fixa no mercado. Dados da Associa��o Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima) apontam que 41,16% deles cobram taxas a partir de 0,50% ao ano. "� uma situa��o que tende a piorar, j� que a Selic vai continuar caindo. Os investidores v�o precisar garimpar fundos mais baratos e cada n�mero depois da v�rgula conta", afirma.

Para os especialistas, o momento � de ruptura no cen�rio de investimentos. Com a indica��o de novas quedas na Selic, dificilmente o retorno real de uma aplica��o conservadora, descontados impostos e infla��o, conseguir� ultrapassar 0,50% ao ano. Tirando os casos que j� trazem margens negativas, a tend�ncia � de que os produtos cl�ssicos, como o Certificado de Dep�sito Banc�rio (CDB), t�tulos do Tesouro Selic e Letras Financeiras (LCA e LCI) tendam ao zero a zero.

"A renda fixa acabou", brinca Helena Veronese, economista-chefe do bra�o de investimentos da Azimut Brasil. "Claro que ainda restam produtos interessantes, sobretudo os de cr�dito corporativo, como as deb�ntures. Mas � inevit�vel ampliar a exposi��o a risco para capturar um pouco mais de rendimento", afirma.

"Quem tem dinheiro na poupan�a quer seguran�a e simplicidade e, acho, n�o vai ter uma migra��o em massa de l�. Quem deve perder mais s�o os fundos DI e os CDBs, porque t�m investidores mais propensos a procurar aplica��es com maior rentabilidade", diz Gilberto Abreu, diretor de investimentos do banco Santander.

Perspectivas

Especialistas se dividem sobre qual devem ser os impactos dos juros no cen�rio de investimentos. Enquanto para uns o efeito deve ser mitigado por um alongamento dos prazos para sacar o dinheiro (com t�tulos que vencem em 20 a 25 anos), para outros, assumir risco dentro do novo mundo da renda vari�vel ser� a op��o imediata.

O presidente do BNP Paribas Asset Management, Luiz Sorge, acha que � mesmo inevit�vel que o investidor migre para o risco. Ele v� boas oportunidades em cr�dito privado provenientes de empresas da �rea de infraestrutura, as deb�ntures incentivadas. "O Brasil vai voltar a crescer e, a partir do ano que vem, a gente espera um aumento de oferta de fundos de infraestrutura no mercado." Para ele, a��es, ETFs (fundos de �ndices, como o que segue o Ibovespa) e ativos no exterior tamb�m devem integrar a carteira dos clientes, daqui para a frente.

Helder Soares, da gestora Claritas, tamb�m coloca os fundos imobili�rios no pacote. Essa categoria, que tende a antecipar uma melhora no mercado de incorpora��es, atingiu 1 milh�o de cotistas no primeiro semestre, segundo a Anbima.

Para Thiago Salom�o, analista da Rico Investimentos, o caminho passa obrigatoriamente pelo mercado de a��es. "Eu recomendo a��es. Digo aqui que at� entendo um cliente que n�o quer investir em renda fixa, mas n�o d� para entender quem n�o tem nada de a��es em sua carteira. Que seja 1%", afirma.

As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.


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