O financiamento para aquisi��o da casa pr�pria � a modalidade de cr�dito para o consumidor final que mais rapidamente responde aos ciclos de corte da taxa Selic. Neste ano, enquanto os juros b�sicos ca�ram de 6,5% ao ano para 5%, a taxa m�dia de cr�dito imobili�rio recuou de 8,92% para 7,71%. Essa redu��o abre o caminho para a portabilidade de d�vidas no setor - opera��o que, apesar de vantajosa, ainda � pouco utilizada pelos tomadores.
Em agosto, �ltimo m�s informado pelo Banco Central, as opera��es de troca de d�vida imobili�ria alcan�aram 388 pedidos, alta de 150% em rela��o a julho. O movimento ocorreu dois meses depois de a Caixa Econ�mica Federal, l�der do setor, anunciar a primeira redu��o do ano. Na �poca, a sequ�ncia de cortes na Selic j� havia sido iniciada.
As d�vidas transferidas pelos clientes tamb�m aumentaram. Em janeiro de 2017, com a Selic em 13% ao ano e o cr�dito habitacional m�dio em 11,24%, foram R$ 224,4 mil em volume de concess�es. J� em agosto deste ano, a cifra pulou para mais de R$ 145 milh�es.
Para o executivo da Associa��o Nacional dos Executivos de Finan�as, Administra��o e Contabilidade (Anefac), Miguel Oliveira, a maior procura pela portabilidade foi impulsionada pela redu��o de juros da economia e pela competi��o das institui��es financeiras.
"Com a Selic mais baixa, os bancos ganham menos investindo em t�tulos p�blicos e se voltam para os empr�stimos. Mas se fosse apenas isso, aumentaria a oferta de outros tipo de cr�dito tamb�m. A competi��o, portanto, � o mais importante, porque essa � uma linha interessante para os bancos, j� que tem menos risco de inadimpl�ncia."
Ele explica que a quantidade de opera��es ainda � baixa por uma quest�o cultural. "A diferen�a das taxas, antes, era pequena e o cliente tinha de mudar toda a estrutura do financiamento. Hoje a diferen�a � maior. A partir daqui, a tend�ncia � o n�mero de portabilidades acelerar", explica.
"O mercado imobili�rio nunca foi t�o competitivo. Poucos setores tiveram a rea��o que ele teve em rela��o � taxa b�sica de juros", diz o superintendente de neg�cios imobili�rios do banco Santander, Paulo Duailibi. "Temos observado pedidos de portabilidade para a nossa institui��o e tamb�m contatos de clientes nossos que pedem portabilidade para outros bancos. No m�dio prazo, as sa�das e entradas tendem a empatar. Essa competi��o � importante porque no fim do dia, quem sai ganhando � o cliente", diz.
O Banco do Brasil tamb�m afirmou em nota que "o saldo entre opera��es (de portabilidade) compradas e vendidas � praticamente zero", o que quer dizer que a quantidade de empr�stimos que o banco perde para os concorrentes � praticamente a mesma dos que trazem suas d�vidas para a institui��o. Mas, se para os bancos as mudan�as podem n�o trazer altera��es significativas, na carteira, os clientes podem sentir diferen�a importante no or�amento.
Para o cliente
Uma redu��o de 1 ponto porcentual na taxa total do empr�stimo imobili�rio pode resultar em uma economia de at� 15% no valor das mensalidades, explicou o presidente do Sindicato da Habita��o de S�o Paulo (Secovi-SP), Bas�lio Jafet. Por�m, o cliente est� sujeito aos custos de avalia��o do im�vel e do registro no cart�rio depois da portabilidade. Todo esse processo sai em torno de R$ 3,7 mil, para uma casa avaliada em R$ 500 mil na cidade de S�o Paulo, segundo Marcelo Prata, fundador do site Canal do Cr�dito.
Para saber se, de fato, levar o financiamento para outra institui��o financeira � um bom neg�cio, � preciso atentar ao Custo Efetivo Total do financiamento imobili�rio. Nesse c�lculo, entra n�o apenas a taxa de juros praticada pelo banco, mas tamb�m os seguros por morte e invalidez permanente inclu�dos no financiamento. Outro custo a ser observado � a taxa de administra��o das contas envolvidas.
"Essas taxas t�m um impacto importante na presta��o porque variam de seguradora para seguradora. Elas s�o baseadas no prazo do financiamento e na idade do contratante", explica o professor do MBA em Gest�o de Neg�cios Imobili�rios da Funda��o Get�lio Vargas S�rgio Cano.
As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.
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