O mercado acendeu um sinal de alerta para o megaleil�o de petr�leo e g�s desta quarta-feira, 6. A preocupa��o � que a desist�ncia de multinacionais - como a brit�nica BP e a francesa Total -, somada � pressa do governo em arrecadar no curto prazo, sobrecarregue a Petrobr�s. O principal temor � que para comprar duas �reas - B�zios e Itapu -, pelas quais j� demonstrou interesse, a estatal deixe de pagar d�vidas e n�o consiga atingir a meta financeira do ano que vem.
Os dois campos de interesse da Petrobr�s custam cerca de R$ 70 bilh�es. Esse valor deve ser completamente pago ao Tesouro at� 26 de junho do ano que vem. Al�m do b�nus de assinatura, quem ganhar tamb�m vai ter de compartilhar parte do lucro com a Uni�o em forma de petr�leo. As demais petroleiras ainda v�o indenizar a estatal por investimentos antecipados.
Na concorr�ncia da quinta-feira, 7, a 6.� Rodada de Partilha, tamb�m de �reas do pr�-sal, a expectativa � que a Petrobr�s mantenha a postura agressiva frente aos concorrentes. O pr�-sal da Bacia de Santos est� no foco do seu investimento e a tend�ncia � que ela n�o perca nenhuma oportunidade de estar mais presente na regi�o.
Com tanto movimento simult�neo, at� mesmo integrantes do governo est�o preocupados com o f�lego da estatal e das demais petroleiras para investir no Brasil. Fontes que acompanham de perto a organiza��o das duas licita��es dizem que h� receio de que falte cacife.
"A Petrobr�s pode se sentir tentada a concorrer com apostas elevadas, o que resultaria na empresa fazendo altos desembolsos em b�nus de assinatura (materialmente acima dos US$ 9 bilh�es em cr�ditos que possui com o governo). Isso atrapalharia a desalavancagem da empresa, pelo menos no curto prazo", afirmou em relat�rio ao mercado o analista do Bradesco BBI, Vicente Falanga.
Desalavancar significa consumir menos caixa com o pagamento de d�vidas, que hoje correspondem a duas vezes e meia o que ela gera de dinheiro. A meta � chegar a uma rela��o de uma vez e meia, n�vel compat�vel ao de empresas saud�veis.
Uma forma de reduzir essa conta mais rapidamente seria usando os R$ 34 bilh�es que tem de cr�dito com a Uni�o, fruto de um acerto de contas por �reas adquiridas em 2010. Mas o presidente da companhia, Roberto Castello Branco, informou que vai usar todo esse dinheiro no leil�o desta quarta-feira e que vai gastar mais um tanto na disputa. Na vis�o do mercado, essa estrat�gia pode retardar a recupera��o financeira.
A presen�a da Petrobr�s no leil�o em si n�o � alvo do questionamento. O Credit Suisse, por exemplo, avalia que os ganhos superam as perdas e que a estatal � especialmente favorecida, por conta da compensa��o que vai receber das demais vencedoras. "Na nossa vis�o, h� uma assimetria em favor da Petrobr�s", diz em relat�rio. Na mesma linha, o Bradesco BBI, aprova a estrat�gia, mas fixa em US$ 14 bilh�es o limite de gasto para que suas finan�as n�o sejam comprometidas.
A capacidade do governo de atrair investidores e transformar o desenho da ind�stria do petr�leo no Brasil � outro crit�rio de avalia��o do sucesso das licita��es. "Os investidores aguardam para ver o tamanho do apetite dos investidores estrangeiros e qual o tamanho desse mercado para atrair e estimular a concorr�ncia e gerar f�lego no setor", disse Raphael Figueredo, s�cio da Eleven Financial. / COLABOROU NIVIANE MAGALH�ES
As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.
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