A Caixa Econ�mica Federal anunciou a redu��o dos juros do cheque especial para 4,99% ao m�s - o que representa a melhor taxa para a modalidade em todo o mercado brasileiro. Anteriormente, os juros do cheque especial na Caixa variavam entre 8% e 13% ao m�s. A nova taxa � destinada a correntistas que possuem relacionamento com a institui��o, ou seja, que possuem cart�o de cr�dito, cesta de servi�os e tamb�m recebem sal�rio na Caixa. As novas condi��es estar�o dispon�veis a partir de 1.º de dezembro.
Apesar do corte, o cheque especial segue sendo uma das piores op��es para quem precisa de cr�dito. Enquanto a taxa do produto na Caixa est� em cerca de 79,3% ao ano, os juros m�dios do cr�dito n�o consignado da institui��o eram de 45,3% ao ano na �ltima semana de outubro, de acordo com dados do Banco Central.
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Isso significa que um rombo de R$ 2 mil no cheque especial representa uma d�vida de R$ 3.587,52 ao fim de 12 meses. Se o cliente solicitasse um empr�stimo n�o consignado para arcar com a d�vida, o montante chegaria a R$ 2.905,02 no mesmo per�odo - a simula��o n�o representam o chamado custo efetivo total, que inclui, al�m da taxa nominal de juros, seguros e eventuais tributos como o Imposto sobre Opera��es Financeiras (IOF).
A situa��o pode ser ainda pior para quem busca cr�dito em outras institui��es. A taxa m�dia do cheque especial em setembro, segundo o Banco Central, ficou em torno do 307% ao ano.
Os juros do Santander s�o os mais elevados entre os cinco grandes bancos e chegam a 420% ao ano. Entre outubro de 2016 - quando come�aram os sucessivos cortes na taxa Selic, a taxa b�sica de juros da economia - e setembro de 2019, a m�dia de juros do cheque especial passou de 328,52% para 307,58% ao ano.
De acordo com Annalisa Dal Zotto, planejadora financeira e s�cia da Par Mais, a suposta falta de garantia de pagamento do cheque especial n�o explica as altas taxas, especialmente se comparadas a outras modalidades como o cr�dito n�o consignado. "N�o tem nada que justifique. Existem alguns fatores que oneram, como impostos e dep�sito compuls�rio, mas � um lucro muito alto dos bancos."
Para Ricardo Teixeira, coordenador do MBA de Gest�o Financeira da Funda��o Getulio Vargas (FGV), ao n�o considerar o risco de inadimpl�ncia individual as institui��es financeiras acabam punindo os bons pagadores com altas taxas. "Quem concede o cheque especial, que j� est� pr�-aprovado, � o pr�prio banco. Se houver uma melhor gest�o de concess�o, essas taxas podem cair muito."
Para ele, o cadastro positivo deveria ser a ferramenta utilizada para medir o risco de inadimpl�ncia de cada cliente.