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Estado de Minas

Alibaba quer fazer neg�cios muito al�m da China

Em nova abertura de capital, desta vez em Hong Kong, gigante chinesa arrecada US$ 13 bilh�es. Empresa pretende usar recursos para desbravar outros mercados


postado em 21/11/2019 06:00 / atualizado em 21/11/2019 08:34

Sede futurista da Alibaba em Hangzhou, na China FABRICE (foto: KELLY WANG/AFP)
Sede futurista da Alibaba em Hangzhou, na China FABRICE (foto: KELLY WANG/AFP)

S�o Paulo – Algumas empresas parecem ter nascido para quebrar recordes. Ontem, a chinesa Alibaba, uma das principais companhias de com�rcio eletr�nico do mundo, levantou cerca de US$ 13 bilh�es em uma oferta p�blica de a��es em Hong Kong, o que acabaria se tornando a maior venda de a��es na regi�o em nove anos. N�o foi a primeira marca a ser quebrada pela empresa. Em 2014, sua listagem na Bolsa de Nova York entrou para a hist�ria como a maior oferta p�blica inicial de todos os tempos, movimentando impressionantes US$ 25 bilh�es.

A megavenda de a��es � simb�lica, por diversos motivos. Ela ocorreu num per�odo em que a economia de Hong Kong tem sido afetada por meses de protestos cada vez mais violentos e um crescente sentimento contra a influ�ncia chinesa na regi�o. Al�m disso, a investida da Alibaba agradou �s autoridades chinesas, que viram muitas de suas maiores empresas privadas migrar para o exterior em busca de capital.
“O sinal emitido pela Alibaba � bastante claro”, diz o consultor Igor Correia dos Santos, especialista no mercado asi�tico. “� como se a empresa estivesse mostrando para os investidores que, apesar da onda de manifesta��es violentas em Hong Kong, � para l� que o dinheiro deve ser destinado.”

O especialista destaca que a listagem de a��es em Hong Kong aproxima o Alibaba do seu mercado dom�stico e, obviamente, dos investidores chineses. Eles podem, gra�as a diversos acordos fechados com a ex-col�nia brit�nica, comprar e vender a��es como se estivessem fazendo neg�cios na pr�pria China.

Em comunicado distribu�do ao mercado, por�m, a Alibaba informou que pretende usar os recursos gerados pela oferta de a��es para desenvolver ainda mais a sua oferta de produtos, al�m de investir em segmentos como computa��o em nuvem e m�dia digital.

Outro objetivo da empresa � avan�ar no cen�rio internacional e diminuir sua depend�ncia do mercado chin�s. De acordo com os mais recentes dados dispon�veis, o com�rcio internacional representa apenas 7% das receitas totais do Grupo Alibaba, o que evidencia a enorme oportunidade de crescimento no exterior.

Para avan�ar no mercado internacional, a empresa dever� encarar a concorr�ncia da Amazon. Os dois tit�s de com�rcio on-line t�m muito em comum. Grande parte das receitas das duas gigantes � proveniente de produtos eletr�nicos e ambas investem pesado no desenvolvimento de novas tecnologias.

Apesar do esfor�o para desbravar novos mercados, a Alibaba vem enfrentando uma s�rie de obst�culos. O primeiro deles � o preconceito contra empresas e produtos chineses, ainda bastante enraizado no mundo ocidental. Outra dificuldade enfrentada pela gigante � a opera��o log�stica. Embora eficiente, ela n�o se compara � Amazon, que tem planos para, em breve, entregar qualquer produto, em qualquer lugar do mundo, em no m�ximo dois dias. Metas assim est�o bastante distantes da realidade do Grupo Alibaba.

No mercado chin�s, no entanto, n�o h� rival que chegue perto. A Alibaba conta com um portf�lio de 674 milh�es de clientes na China, uma enormidade que corresponde ao triplo de toda a popula��o brasileira. No terceiro trimestre de 2019, sua participa��o de mercado no com�rcio eletr�nico chin�s chegou a 60%, o que � ainda mais impressionante diante da crescente concorr�ncia.

“De fato, o dom�nio avassalador da Alibaba na China � algo marcante”, diz o consultor Igor Correia dos Santos. “O pa�s se tornou um dos mais inovadores do mundo, e todos os anos surgem centenas de empresas com novas tecnologias que tentam abocanhar o mercado on-line do pa�s. Mas ningu�m nem sequer chega perto de amea�ar a Alibaba.”
 
Principal concorrente da Alibaba, a Amazon, de Jeff Bezos, está se afastando da China para concentrar seus projetos em outras regiões do planeta (foto: Amazon/Divulgação)
Principal concorrente da Alibaba, a Amazon, de Jeff Bezos, est� se afastando da China para concentrar seus projetos em outras regi�es do planeta (foto: Amazon/Divulga��o)
 
CAMINHO LIVRE 

A Amazon j� reconheceu o fato de que, para competir com o Alibaba na China, ser� obrigada a investir uma quantia enorme de dinheiro – e, mesmo assim, � pouco prov�vel que a investida d� certo. Por isso, a empresa de Jeff Bezos est� se afastando da China para concentrar seus projetos em outras regi�es do planeta, deixando, assim, o caminho livre para a Alibaba manter seu predom�nio no pa�s da muralha.

Fundada em 1999 pelo exc�ntrico Jack Ma, um estudante de matem�tica e pedagogia apaixonado por cr�quete e corridas de cachorros, que at� os 30 anos n�o sabia direito o que fazer da vida, a Alibaba rapidamente se tornou um fen�meno na China.

A empresa nasceu com a promessa de vender tudo no ambiente on-line – tudo mesmo. No AliExpress, um dos 10 sites do grupo, s�o vendidos produtos como perucas, esmaltes, caf�s, eletr�nicos, bonecas, livros, pneus, ferramentas e quase tudo o que � poss�vel imaginar.

O Grupo Alibaba conta atualmente com diversas empresas em seu portf�lio. Al�m do site AliExpress, presente em mais de 200 pa�ses e em nove idiomas diferentes, o grupo controla as empresas Taobao (site de compra e venda entre consumidores), Tmall (portal de compra e venda entre pequenas empresas), Alipay (sistema de pagamento pela internet parecido com o PayPal), e Aliyun (que oferece armazenamento de dados em nuvem).

“Minha grande sacada foi n�o ter desistido quando parecia imposs�vel sobreviver”, disse Jack Ma em uma palestra recentemente. “N�o desisti nem quando todo mundo me dizia que seria loucura continuar.” Ele, obviamente, estava certo. Aos 55 anos, Ma tem uma fortuna estimada em US$ 41,8 bilh�es, o que o tornou o homem mais rico da China.

Jack Ma deixou a presid�ncia da Alibaba em setembro passado, depois de amealhar dinheiro e fama suficientes para torn�-lo um mito do universo empreendedor chin�s. Sua sa�da vinha sendo planejada h� dois anos, per�odo dedicado principalmente para encontrar um sucessor. O nome escolhido foi o executivo Daniel Zhang, seu bra�o direito no grupo e que chegou a comandar as empresas Taobao e Tmall.

Zhang ganhou a admira��o de Ma ao tornar o Dia do Solteiro, inventado pelo fundador do Grupo Alibaba, uma das datas mais importantes do com�rcio chin�s. Foi Zhang quem decidiu usar a estrat�gia de fazer shows ao vivo na TV para oferecer ofertas simult�neas nos diversos sites do Grupo Alibaba, uma ideia t�o bem-sucedida que passou a ser copiada por empresas de diversas partes do mundo. No Brasil, o Magazine Luiza vai fazer algo parecido na pr�xima Black Friday.

“Voc� nunca deve ter uma c�pia de Jack Ma”, disse o pr�prio, na ocasi�o de sua sa�da da empresa. “Um Jack Ma � demais para uma �nica companhia. Por isso, escolhi Zhang. Sob diversos aspectos, ele � melhor do que eu. A come�ar pela capacidade incr�vel de tornar uma simples ideia algo realiz�vel e lucrativo.”
 
(foto: COFFRINI/AFP)
(foto: COFFRINI/AFP)
"Minha grande sacada foi n�o ter desistido quando parecia imposs�vel sobreviver
n Jack Ma, fundador do Grupo Alibaba"

Valores superlativos  do grupo alibaba

674
milh�es de clientes na China, mais do que o triplo da popula��o brasileira


60%
de participa��o no mercado chin�s de com�rcio eletr�nico


86,8
mil funcion�rios


US$ 376,8
bilh�es de faturamento em 2019 (estimativa), o equivalente 
ao PIB de Israel


US$ 41,8
bilh�es � a fortuna pessoal de Jack Ma, seu fundador e homem mais rico da China

As maiores aberturas de capital de todos os tempos

Alibaba (2014): US$ 25 bilh�es

Agricultural Bank of China (2010): 
US$ 22,1 bilh�es

Industrial and Commercial Bank of China (2006): US$ 21,9 bilh�es

Visa (2008): US$ 19,7 bilh�es

NTT Docomo (1998): US$ 18,4 bilh�es

General Motors (2008): US$ 18,1 bilh�es

AIA Group (2010): US$ 17,8 bilh�es

Enel (1999): US$ 17,4 bilh�es

Facebook (2012): US$ 16 bilh�es

Deutsche Telekom (1996): US$ 13,5 bilh�es


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