O n�mero de passageiros brasileiros no mercado dom�stico de avia��o alcan�ar� 207 milh�es em 2038 - no ano passado, foram 84,3 milh�es -, segundo c�lculos da Airbus. Esse aumento ser� impulsionado pelo crescimento da classe m�dia, que, na Am�rica Latina, dever� passar de 63% da popula��o para 74% nas pr�ximas duas d�cadas.
Para o presidente de avia��o comercial da Airbus para Am�rica Latina e Caribe, Arturo Barreira, crises econ�micas e eventuais retrocessos tempor�rios no ritmo de crescimento da classe m�dia n�o devem inviabilizar a expans�o do mercado.
"O tr�fego a�reo � resiliente. Globalmente, nos �ltimos 30 anos, houve crises, como o ataque �s Torres G�meas, que pareciam ser o fim (do setor). Mas a tend�ncia continuou de alta", disse ao Estado.
Hoje, o Brasil tem uma m�dia de 0,45 viagem a�rea por habitante por ano - um pouco acima da m�dia latino-americana, de 0,43. O estudo da fabricante de aeronaves indica que esse n�mero chegar� a um no Brasil em 2038. O Chile, que lidera a regi�o com 0,89 viagem hoje, dever� alcan�ar 2,26 viagens daqui a 20 anos.
Com o aumento da demanda, o Rio de Janeiro, ao lado da mexicana Canc�n, dever� se tornar uma "megacidade da avia��o", como a Airbus chama as cidades com mais de 10 mil passageiros por dia em voos de longa dist�ncia.
Na Am�rica Latina, S�o Paulo, Buenos Aires, Santiago, Lima, Bogot�, Cidade do M�xico e Cidade do Panam� j� se encaixam nessa categoria. S�o Paulo � a �nica da regi�o com mais de 20 mil passageiro nesses voos atualmente e dever� ter mais de 50 mil em 2038.
Para atender o crescimento do setor, a Airbus projeta que ser�o necess�rios 47,5 mil pilotos e 2,7 mil novos avi�es - 1.160 para substituir aeronaves que j� est�o operando e 1.540 extras. Atualmente, 1.460 jatos est�o em atividade na regi�o.
A maior demanda na Am�rica Latina (89% do total) ser� por avi�es de pequeno porte, que comportam at� 210 passageiros - segmento em que a Embraer atua. As aeronaves de m�dio porte, com capacidade para at� 300 passageiros, responder�o por apenas 7% da demanda e as de grande por 4%.
Fabricante brasileira
Para Barreira, a compra da Embraer pela americana Boeing e do programa C-Series (de jatos de 150 lugares), da Bombardier, pela Airbus n�o dever� alterar o mercado de avia��o global nem dificultar a negocia��o de pre�os entre as fabricantes e as companhias a�reas. "O mercado a�reo j� � muito competitivo e seguir� sendo. Brigamos por cada cliente", disse. "O fato de a Boeing ter comprado a Embraer refor�a a ideia de que era importante investirmos no C-Series", acrescentou o executivo.
Sobre a dificuldade da Boeing para voltar a entregar aeronaves do modelo 737 Max - que teve voos suspensos ap�s duas quedas em cinco meses -, Barreira afirmou que n�o h� impacto relevante para a Airbus no curto prazo. A companhia n�o tem capacidade de absorver, nos pr�ximos cinco anos, pedidos de empresas que desistirem de esperar pelos avi�es da concorrente americana. As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.
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