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Estado de Minas

Prolifera��o das maquininhas � respons�vel por economia mais formalizada

No mercado atual, � fundamental ter uma forma de identifica��o para saber se quem est� fazendo a opera��o � o dono do recurso. Pode ser um n�mero, uma biometria


postado em 25/11/2019 04:00 / atualizado em 25/11/2019 08:17

(foto: Divulgação/Visa)
(foto: Divulga��o/Visa)


S�o Paulo – Os meios eletr�nicos de pagamento –  cart�es de cr�dito, d�bito e pr�-pagos – d�o sinais de distanciamento do avan�o ainda modesto da economia brasileira. Dados da Abecs, associa��o que representa as empresas do setor, apontam para crescimento em 2019 que dever� ficar entre 17,5% e 19,5% em compara��o ao desempenho do ano passado.
 
Se os n�meros se confirmarem, o setor deve movimentar R$ 1,84 trilh�o neste ano. S� no primeiro semestre, passaram pelos meios eletr�nicos de pagamento R$ 850 bilh�es em opera��es. O aumento da competi��o no mercado de adquirentes, respons�vel pela queda nos custos de aceita��o para lojistas – que levou � queda nos pre�os de aluguel e compra de m�quina de cart�o, � isen��o de taxas e � redu��o de prazo de pagamento –, � apontado como principal causa para a trajet�ria de expans�o do setor.
 
A Visa, empresa l�der em pagamentos digitais no mundo, est� surfando na boa fase. Apesar da posi��o confort�vel proporcionada pela lideran�a, a companhia tem buscado alternativas para manter o crescimento. Parte desse movimento passa pelas novas tecnologias e pela associa��o com novos parceiros.
 
Uma das tecnologias que tem despontado � a que permite os pagamentos por aproxima��o, que vem sendo usada no metr� do Rio de Janeiro. Em rela��o �s parcerias, a companhia criou uma �rea com o objetivo de facilitar a conex�o com empresas que planejam emitir cart�es, como as fintechs e os bancos digitais. A decis�o passa pelo momento aquecido do segmento, com o crescimento exponencial de novas empresas que chegam ao mercado de pagamentos e planejam criar uma carteira digital.
 
Fernando Teles, diretor-geral da Visa no Brasil, tem mais de duas d�cadas de experi�ncia profissional no mercado de meios de pagamento e est� no cargo h� tr�s anos. Ainda assim, a velocidade das transforma��es pelas quais o setor passa s�o desafiadores para o executivo.
 
Recentemente, a Visa anunciou o chamado “Roadmap de Seguran�a” para o Brasil. O programa, voltado � valoriza��o da seguran�a dos pagamentos no pa�s nos pr�ximos anos, tem como meta aumentar a prote��o em todo o ecossistema de pagamentos.
 
Segundo o documento, nos pr�ximos tr�s anos ser�o desenvolvidas a��es para ampliar a base de uma s�rie de tecnologias, como a tokeniza��o, biometria e a atualiza��o do protocolo 3DS 2.0, respons�vel por trazer informa��es para a tomada de decis�o das empresas, facilitando o processo de autentica��o de uma compra.
 
O 3DS 2.0 envia para o emissor quase uma centena de informa��es do consumidor na hora da compra. Por exemplo, endere�o de entrega e de cobran�a, IP da m�quina e score, aumentando a seguran�a da transa��o. At� 2022, a expectativa da empresa � ter 100% de aceita��o da tecnologia nos estabelecimentos comerciais do pa�s, al�m da inclus�o de novas ferramentas de seguran�a.

Por causa da mudan�a no comportamento do consumidor e da agrega��o de novas tecnologias, Teles n�o fala mais em cart�o, mas de “credencial de pagamento”. A seguir, trechos da entrevista com o diretor-geral da Visa no Brasil.
 
Qual � a sua avalia��o sobre o ambiente de neg�cios no Brasil com o surgimento de tantas fintechs e bancos digitais?
O Brasil, que antes era bem fechado, hoje � bastante competitivo. H� 10 anos, havia dois adquirentes no mercado. Hoje, estamos batendo perto de 20 e existem outros 200 facilitadores de pagamento no mercado de aceita��o. Tudo isso tem acontecido em um mercado que cresce a dois d�gitos nos �ltimos 20 anos. Trabalhamos com a inclus�o desses novos participantes para que tenham as condi��es necess�rias para o sucesso. Do ponto de vista tecnol�gico e de infraestrutura, queremos prover isso. Mesmo a prolifera��o das maquininhas � respons�vel por uma economia mais formalizada e eficiente. Ao mesmo tempo, ainda vivemos em um pa�s em que mais de 70% das pessoas usam dinheiro. H� um terreno f�rtil para trabalhar. Esses participantes que chegam a novos segmentos est�o na posi��o de desbravadores. Mas pode ser que alguns fiquem no meio de caminho se n�o houver um controle bem estruturado do neg�cio. Pode ser que haja um processo de consolida��o no setor em busca de ganho de escala, de efici�ncia.

O mercado de cart�es mudou na mesma velocidade do surgimento de fintechs e bancos digitais?
N�o se trata mais de um cart�o. Hoje se fala de credencial de pagamentos, em que � fundamental ter uma forma de identifica��o para saber se quem est� fazendo a opera��o � o dono do recurso. Pode ser um n�mero, uma biometria. � importante que se saiba quem est� pagando e se chegue em quem est� prestando o servi�o. Antes, isso era materializado em um cart�o de pl�stico. Depois foi a vez do chip e agora dizemos que tudo isso � uma credencial de pagamento. Com o avan�o da internet das coisas (IoT, na sigla em ingl�s), o pl�stico ser� cada vez mais desnecess�rio. Estamos falando, por exemplo, de geladeiras conectadas que avisam para o supermercado quando precisam ser abastecidas.

O avan�o do IoT passa pela rede 5G, que ser� fundamental, mas que ainda traz algumas d�vidas sobre sua implanta��o no Brasil.
A internet das coisas tem rela��o com a conex�o 5G, mas precisamos falar dessa frequ�ncia antes dela estar dispon�vel, at� porque daqui a dois a tr�s anos o 5G estar� disseminado. � preciso estar preparado para essa mudan�a.

Como estar preparado para essas mudan�as nos meios de pagamento com o avan�o do 5G?
Esses avan�os trar�o como desafios a chegada de novos h�bitos do consumidor. A internet das coisas permitir� saber quanto de sab�o foi usado por uma m�quina de lavar e quando ser� preciso comprar o produto novamente. Essas e outras fun��es ser�o automaticamente respondidas. Um programa de assinaturas, como o Dolla r Shave Club, por exemplo, permitir� que a compra de l�minas de barbear aconte�a a partir de dados do perfil de consumo do cliente. Nesse processo, o grande ativo ser�o os dados, que permitir�o �s pessoas ter qualidade de vida porque muito do que fazemos hoje ser� cada vez mais automatizado.

O que o leva a acreditar que o dinheiro, ainda t�o presente na vida dos brasileiros, perder� espa�o nesse cen�rio?
Se voc� compra cinco vezes em um estabelecimento comercial e paga com dinheiro, n�o v�o saber nada sobre voc�. Se o pagamento � por um meio eletr�nico, o cliente pode ser reconhecido e tem acesso, por exemplo, a descontos, brindes e at� a uma recarga autom�tica de um produto. � isso que o mundo da transa��o eletr�nica permite. Al�m disso, com a expans�o da internet das coisas, estamos falando de seguran�a, de opera��es tolketizadas. O n�mero do cliente vai estar na geladeira, na m�quina de caf�, mas, ao mesmo tempo, n�o estar� em lugar nenhum, porque o n�mero gerado s� vale para aquela transa��o. Essa � uma tecnologia de seguran�a que j� est� dispon�vel para as compras pela internet e � fundamental para a seguran�a do consumidor.

Garantir a seguran�a ser� cada vez mais desafiador a partir do momento que falamos de mais opera��es on-line?
Existe uma ind�stria tentando burlar o sistema o tempo todo. N�s desenvolvemos com os emissores de cart�o um protocolo de seguran�a, o 3DS, respons�vel por fazer a autentica��o de que a compra � realmente do dono do cart�o. O consumidor tem um h�bito de comportamento, compra em determinados estabelecimentos, gasta um determinado valor. Quando esse perfil muda, esse sistema trabalha para ver se aquela transa��o � do cliente. Quando n�o tem certeza, o sistema pede a prova, por exemplo, por meio da biometria, com self ou impress�o digital no celular ou por meio de uma chave de seguran�a, como a pergunta pr�-cadastrada. Tudo isso funciona para reduzir o risco de fraude. Os investimentos em prote��o tem sido crescentes para ficar cada vez mais dif�cil de burlar o sistema.

No caso do pagamento por aproxima��o, n�o existe o risco de os usu�rios se sentirem inseguros durante as opera��es?
No metr� do Rio de Janeiro, por exemplo, j� � aceito o pagamento com cart�o feito na catraca. � uma opera��o tolkenizada. Agora, estamos pilotando esse meio tamb�m nos �nibus de S�o Paulo. Essa � a realidade de um pa�s violento como o nosso. O que observamos � que as pessoas j� t�m o h�bito de chegar com o cart�o na m�o porque o pl�stico j� � usado em muitas cidades. No caso do Rio e S�o Paulo, o usu�rio separa o cart�o ou celular, aproxima do leitor e passa. O tempo de exposi��o � muito pequeno. Chegamos a filmar os h�bitos das pessoas e a maioria separa antes de se aproximar do pagamento. Na verdade, o cart�o quase sempre fica pouco vis�vel, porque usa junto com o crach� da empresa ou atr�s do celular.

Mas o problema da falta de seguran�a no pa�s pode ser um inibidor para o crescimento do pagamento por aproxima��o?
N�o, pode ser o contr�rio. Temos um programa chamado Cidades do Futuro. O projeto come�ou no ano passado em Campina Grande (PB), Maring� (PR) e Bel�m (PA) e tem como objetivo entender o fluxo do com�rcio. Mapeamos os munic�pios do Brasil e quais precisariam de mais tecnologia. Muitas dessas cidades pequenas sofriam do problema de explos�o de caixas eletr�nicos. O efeito disso � que muitas pessoas ficam sem a possibilidade de ter acesso ao numer�rio. O jeito � sair da cidade para sacar o benef�cio ou sal�rio em outro lugar. Claro que isso traz o receio de andar com o dinheiro. At� porque a coisa mais insegura que tem � andar com dinheiro, n�o com cart�o. Esse comportamento levava as pessoas a fazer suas compras nas cidades vizinhas e o com�rcio local sentia os efeitos. Com menos dinheiro circulando, n�o faz sentido explodir o caixa eletr�nico. Por outro lado, ningu�m rouba um cart�o, porque se n�o estiver de posse da senha ele n�o serve para nada. J� estamos em cerca de 200 munic�pios e com uma �rea de influ�ncia sobre 1.000. Os dados mostram que esse projeto leva � inclus�o financeira das pessoas, melhora a vida da cidade, gera mais emprego e menos viol�ncia. 


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