(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas ECONOMIA

No Rio, 'quentinhas' viram alternativa � desocupa��o


postado em 30/11/2019 10:24

H� tr�s anos, Carla Roberta da Costa Couto, de 38 anos, trabalha na informalidade, vendendo quentinhas na orla de Copacabana, zona sul do Rio, perto do hotel Copacabana Palace. Ela come�ou na atividade por falta de op��o, quando perdeu o trabalho de fazer pequenas entregas com o pr�prio carro como terceirizada de uma empresa transportadora, ap�s ter o ve�culo roubado num assalto.

"Como a gente trabalhava na rua, j� via os carros parados (vendendo quentinhas), quando pensei: 'tamb�m sei cozinhar'", contou a cozinheira e vendedora.

Desde a recess�o de 2014 a 2016, as ruas do Rio, tanto na zona sul quanto no centro, foram tomadas por carros vendendo quentinhas nos porta-malas abertos. A atividade serve de "bico" para trabalhadores que cozinham em casa e quase sempre envolvem a fam�lia no neg�cio - aproveitando a demanda por refei��es baratas. Os pre�os variam de R$ 10 a R$ 12.

Carla j� trabalhou como empregada dom�stica e secret�ria, completou o ensino m�dio, tem curso de t�cnica de enfermagem e de instrumenta��o cir�rgica e chegou a cursar dois anos de curso superior de matem�tica, numa faculdade particular de Nova Igua�u, na Baixada Fluminense.

Hoje, a t�cnica em enfermagem tem dois pontos de venda - outro carro fica a cargo da m�e dela, na orla do Leme, tamb�m na zona sul. Nas suas contas, m�e e filha t�m renda l�quida em torno de R$ 4 mil por m�s com as quentinhas. Embora veja vantagens em trabalhar "sem patr�o", ela diz que preferiria ter um emprego fixo, com carteira assinada. Mas n�o v� chances de encontrar uma vaga que pague o suficiente para fechar suas contas.

"Para trabalhar de carteira assinada hoje em dia, com a crise que est�, n�o arrumo um emprego que pague isso, mesmo com estudo", disse ela, por volta da hora do almo�o de uma ter�a-feira de calor, enquanto atendia clientes, muitos trabalhadores da constru��o civil. "Vou conseguir um trabalho para ganhar R$ 1,5 mil, R$ 2 mil, e a� isso n�o paga as minhas contas."

A venda de quentinhas tamb�m foi uma alternativa para aumentar a renda da dona de casa F�tima Barbosa da Cunha, de 64 anos, ap�s o marido, que era taxista, ver os ganhos ca�rem com a chegada dos motoristas de aplicativos. Ela trabalha na orla de Copacabana h� dois anos.

Por causa da carga de impostos, a cozinheira prefere seguir na informalidade, embora j� tenha feito registro de Microempreendedor Individual (MEI). "Fiz h� dois anos, logo que comecei. Paguei uns seis meses, mas parei, porque n�o vale a pena", disse F�tima, completando que nem a expectativa de poder se aposentar ao se regularizar como MEI compensa, "ainda mais com essa reforma da�", numa refer�ncia aos ajustes na Previd�ncia.


receba nossa newsletter

Comece o dia com as not�cias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, fa�a seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)