A Odebrecht conseguiu adiar a assembleia-geral de credores de 21 de suas subsidi�rias, marcada para quarta-feira, 4, na tentativa de alinhar um acordo com os bancos sobre a fatia do grupo na Braskem. A reuni�o ser� na pr�xima ter�a-feira, dia 10.
A companhia espera que os bancos detentores da participa��o de 50,1% da Odebrecht na Braskem, que foi toda dada em garantia por empr�stimos concedidos nos �ltimos anos para socorrer o grupo, cheguem a um consenso sobre como lidar�o com essas garantias. Para assegurar liquidez e honrar compromissos operacionais e financeiros, a Odebrecht quer ter acesso a cerca de 80% dos dividendos da Braskem at� a venda da petroqu�mica, que tamb�m tem a Petrobr�s como s�cia.
Segundo o advogado da Odebrecht no processo de recupera��o judicial, Eduardo Munhoz, o grupo trabalha para ver o plano de recupera��o aprovado at� o fim do ano e ter acesso aos dividendos de 2019.
Como um acordo com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econ�mico e Social (BNDES), Banco do Brasil, Bradesco, Ita� Unibanco e Santander sobre a Braskem ainda n�o est� fechado, a companhia chegou � assembleia de credores na quarta-feira sem um novo plano al�m do gen�rico apresentado 60 dias ap�s a homologa��o da recupera��o judicial. A Odebrecht tem d�vidas de mais de R$ 90 bilh�es, sendo R$ 51 bilh�es na recupera��o judicial, incluindo aquelas entre as empresas do pr�prio grupo.
Em conversa com jornalistas, Munhoz afirmou que a perspectiva � de que o novo plano n�o seja votado no dia 10. "Se os credores entenderem que ser� necess�rio mais uma semana, duas, prosseguiremos. O interesse da empresa � chegar a um plano s�lido e que tenha o consenso de todos", afirmou.
Caixa
Antes de a assembleia ser suspensa, a Caixa Econ�mica Federal pediu 60 dias para analisar o novo plano, contados a partir de sua apresenta��o. Credor importante, com garantias relevantes, como o Parque Ol�mpico e o Centrad, em Bras�lia, o banco p�blico vinha pressionando para tamb�m ter acesso �s a��es da Braskem. Foram as negocia��es com a Caixa que levaram a Odebrecht ao pedido de recupera��o judicial, ap�s o banco p�blico executar algumas garantias.
O advogado da Odebrecht sinalizou que o novo plano deve ser apresentado ap�s sexta-feira, dia 6, e at� pouco antes da pr�pria assembleia. Munhoz ressaltou ainda que aposta na aprova��o em tempo recorde do plano da Odebrecht, ou seja, seis meses ap�s sua apresenta��o.
Negocia��es
Segundo Munhoz, as negocia��es com os bondholders (detentores de t�tulos) que est�o sendo feitas pela OEC, bra�o de engenharia do grupo que garante os bonds emitidos pela OFL (bra�o financeiro no exterior), caminham bem. A OEC trabalha em uma reestrutura��o extrajudicial de uma d�vida de US$ 3 bilh�es, o que implica ades�o de 60% desses credores.
A OFL est� em recupera��o judicial e seus credores, os bondholders, t�m direito a voto. Munhoz afirmou que a companhia n�o precisa desses votos para aprovar o plano. A Caixa j� questionou na Justi�a o fato de a OFL ter sido listada entre as empresas em recupera��o judicial, alegando conflito de interesses, uma vez que esses credores est�o sendo pagos em negocia��o paralela. O banco p�blico deve reiterar pedido para a retirada da OFL das empresas em recupera��o judicial antes da pr�xima assembleia, segundo fontes. Com isso, a Caixa aumenta seu poder de voto.
As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.
ECONOMIA