(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas ECONOMIA

Carnes podem continuar subindo at� fim de janeiro ou in�cio de fevereiro, diz FGV

'Essas defici�ncias de mercado n�o se mant�m por muito tempo', afirmou coordenador da FGV, numa refer�ncia aos fatores que t�m impulsionado a demanda da China pelas carnes brasileiras


postado em 09/12/2019 14:23 / atualizado em 09/12/2019 16:26

(foto: Gladyston Rodrigues/EM/DA Press)
(foto: Gladyston Rodrigues/EM/DA Press)
A infla��o das carnes dever� seguir pressionando o or�amento das fam�lias at� a virada de janeiro para fevereiro, mas o movimento � pontual e n�o muda o cen�rio mais geral da din�mica de pre�os, especialmente de servi�os e bens dur�veis, que segue oferecendo espa�o para mais uma queda na taxa b�sica de juros (Selic, hoje em 5,0% ao ano). A avalia��o � do coordenador do �ndice de Pre�os ao Consumidor (IPC) do Instituto Brasileiro de Economia da Funda��o Getulio Vargas (Ibre/FGV), Andr� Braz.

Mais cedo, a FGV informou que �ndice Geral de Pre�os - Disponibilidade Interna (IGP-DI) de novembro acelerou para 0,85% em novembro, ante a alta de 0,55% registrada em outubro. Em meio ao aumento das exporta��es para a China por causa do impacto da peste su�na africana (PSA) naquele pa�s, a infla��o das carnes foi destaque na acelera��o, tanto no atacado quanto no varejo.

"As carnes poder�o continuar subindo at� l� pelo fim de janeiro, ou in�cio de fevereiro, quando devem apresentar alguma desacelera��o. Essas defici�ncias de mercado n�o se mant�m por muito tempo", afirmou Braz, numa refer�ncia aos fatores que t�m impulsionado a demanda da China pelas carnes brasileiras.

O destaque entre esses fatores � a PSA, que atingiu o rebanho chin�s este ano, obrigando o gigante asi�tico a importar mais. A demanda por carne bovina e de frango vai a reboque, dado o tamanho do mercado da China, disse Braz. E o Brasil tem sido privilegiado como fornecedor n�o s� por ser o maior produtor global, como pelo fato de as disputas comerciais atrapalharem as compras chinesas dos Estados Unidos e de uma seca ter afetado a produ��o na Austr�lia. Al�m disso, a desvaloriza��o do real torna a carne brasileira mais competitiva.

Somado ao quadro favor�vel para as exporta��es para a China, o aumento sazonal da demanda, marcado pelas festas de fim de ano, formaram a tempestade perfeita sobre os pre�os das carnes. Braz identifica no fim desse crescimento sazonal da demanda, no in�cio de 2020, o ponto de virada para a desacelera��o da infla��o das carnes - o que significa a manuten��o dos pre�os no novo n�vel mais elevado.

"Mesmo que as exporta��es se mantenham em alta, h� um limite para esses aumentos de pre�os", afirmou Braz, lembrando da demanda enfraquecida pelo baixo crescimento da atividade econ�mica como limitador de repasses.

Segundo Braz, a desacelera��o da infla��o das carnes ser� rapidamente sentida pelos consumidores, porque a transmiss�o entre atacado e varejo � quase imediata - muito consumidas, as carnes costumam ter estoques pouco elevados, que giram rapidamente.

No IPA-DI, componente do IGP-DI que representa o atacado, a varia��o do pre�o m�dio dos bovinos vivos acelerou de 2,85% em outubro para 15,63% em novembro. O pre�o m�dio da carne bovina passou de uma alta de 5,18% em outubro para um salto de 13,73% em novembro. No IPC-DI, que apura a evolu��o de pre�os no varejo, as carnes bovinas aceleraram de 1,07% para 8,00%. Apenas o corte bovino "alcatra" acelerou de 1,99% em outubro para 11,81% em novembro, enquanto o "ch� de dentro" passou de 2,42% para 10,9%.

Com isso, a carne bovina ao consumidor j� acumula alta de 13,39% nos 12 meses at� novembro. A reboque, a carne su�na avan�a 12,87% em 12 meses, enquanto a alta acumulada no frango inteiro � de 6,37%. De acordo com Braz, o "efeito substitui��o", quando as fam�lias aumentam as compras de outros tipos de carne quando os cortes bovinos ficam mais caros, � o principal respons�vel pela contamina��o da infla��o para as carnes su�na e de frango. Al�m disso, a demanda maior da China ocorre em todos os tipos de carne, lembrou o pesquisador.

Mesmo assim, segundo Braz, o comportamento do "n�cleo" do IPC-DI sustenta a percep��o de que a infla��o das carnes tende a n�o se espalhar na economia, especialmente para os pre�os dos servi�os e dos bens dur�veis. O "n�cleo" (usado para mensurar tend�ncias e calculado a partir da exclus�o das principais quedas e das mais expressivas altas de pre�os) no varejo acelerou de 0,15% em outubro para 0,23% em novembro. Em 12 meses, a alta acumulada � de 3,23%, ainda abaixo da meta de infla��o perseguida pelo Banco Central (BC), de 4,25% em 2019.

"Nada se alterou no quadro", disse Braz, completando que "tudo continua favor�vel" para mais um corte nos juros.


receba nossa newsletter

Comece o dia com as not�cias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, fa�a seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)