Ap�s quase dez meses de negocia��es, o presidente do conselho administrativo do Grupo Caoa, Carlos Alberto de Oliveira Andrade, disse nesta ter�a-feira, 10, que segue buscando parcerias para comprar a f�brica da Ford em S�o Bernardo do Campo, no ABC paulista, mas admitiu que as chances de o neg�cio se concretizar s�o "remotas".
Sem obter financiamento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econ�mico e Social (BNDES) para o neg�cio - avaliado entre R$ 1 bilh�o e R$ 2 bilh�es -, o executivo brasileiro passou a negociar com grupos chineses interessados em atuar no mercado brasileiro. Ele informou que, neste ano, esteve 15 vezes na China, a �ltima delas no m�s passado, mas n�o obteve ainda um acordo concreto. Acrescentou que a aquisi��o da Ford "seria uma grande empreitada."
"Estou conversando com tr�s empresas chinesas e pelo menos uma delas j� disse que quer produzir carros no Brasil", afirmou, embora a parceria, se confirmada, pode n�o envolver a f�brica da Ford, que no m�s passado suspendeu todas as suas opera��es na �rea de produ��o.
Segundo ele, os chineses, inclusive, estariam dispostos a uma parceria em que a empresa brasileira ficaria com 51% das a��es, ou seja, teria o controle majorit�rio do neg�cio.
O grupo fundado por Caoa h� 40 anos j� det�m 50% de outra montadora chinesa, a Chery, com f�brica em Jacare� (SP), al�m de produzir, sob licen�a, alguns modelos da coreana Hyundai em An�polis (GO).
Caoa n�o quis citar datas para novos encontros com a Ford ou com prov�veis parceiros. "N�o quero falar mais nada para n�o criar expectativa entre os trabalhadores e com o Sindicato dos Metal�rgicos do ABC", disse.
Quando anunciou, em fevereiro, que fecharia a f�brica, a Ford tinha cerca de 2,8 mil funcion�rios. Parte deles tinha esperan�a de manter-se no emprego caso a Caoa efetuasse a compra. Um crime. Em encontro com jornalistas em S�o Paulo na ter�a-feira, o empres�rio citou que seria "um crime fechar uma f�brica como aquela, que tem bons equipamentos".
De acordo com ele o BNDES informou n�o ter linhas de cr�dito para aquisi��o de f�bricas, apenas para novos projetos de desenvolvimento de produtos e moderniza��o, que s� poderiam ser apresentados ap�s a aquisi��o.
Caoa tamb�m buscou aportes junto ao Banco de Desenvolvimento da China, seguindo sugest�o do secret�rio da Fazenda de S�o Paulo, Henrique Meirelles, mas a institui��o financeira s� est� disposta a emprestar dinheiro para empresas chinesas que queiram investir no Pa�s e n�o a grupos brasileiros.
Em opera��o h� 52 anos, a unidade da Ford Tabo�o, como era conhecida, produzia caminh�es e o autom�vel Fiesta quando o grupo anunciou a decis�o da matriz americana pelo fechamento, j� que a opera��o era deficit�ria. A ordem era manter apenas a unidade de Cama�ari (BA), onde s�o produzidos os modelos Ka e EcoSport, e a f�brica de motores em Taubat� (SP).
Logo ap�s o an�ncio, o governador de S�o Paulo, Jo�o Doria (PSDB), se ofereceu para buscar um comprador e come�aram as negocia��es com tr�s grupos, segundo ele, mas a �nica a prosperar foi com o Caoa.
Em setembro, o governador anunciou que a Ford e a Caoa haviam chegado a um "bom entendimento" e que a conclus�o da compra ocorreria em duas etapas. A primeira delas, num prazo de at� 45 dias, seria a realiza��o de uma due diligence para verificar condi��es da f�brica e produtos a serem produzidos. A segunda seria o acerto de valores, mas, desde ent�o, as negocia��es n�o avan�aram.
Nos bastidores do Pal�cio dos Bandeirantes j� n�o se conta mais com a transa��o. O Sindicato dos Metal�rgicos do ABC, que chegou a negociar contrata��es e sal�rios com Caoa, est� desanimado. A entidade informa, por�m, que o servi�o de manuten��o em equipamentos feito antes de encerrar as opera��es permitem que a produ��o de caminh�es possa ser retomada em at� seis meses (abril) e a de carros em at� tr�s anos.
As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.
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