
Os aumentos dos pre�os nos a�ougues, que t�m surpreendido o consumidor e j� alcan�aram o frango e os cortes de porco, al�m do boi, contaminaram as carnes t�picas das ceias de Natal e ano-novo. Na Grande Belo Horizonte, essas estrelas do almo�o e do jantar da festa crist� – pernil de porco, chester, tender e peru – j� est�o mais caras na compara��o com a mesma �poca do ano passado. Novo levantamento de pre�os feito pelo site de pesquisas Mercado Mineiro, a pedido do Estado de Minas, mostrou que as remarca��es no varejo, de 2018 para este ano, ultrapassaram a alta recente da prote�na e atingem impressionantes 89% no pre�o m�dio encontrado.
O percentual foi o maior observado na compara��o do quilo do pernil su�no, que encareceu de R$ 8,88, na m�dia, em dezembro do ano passado, para R$ 16,80 na pesquisa realizada no in�cio deste m�s. O levantamento de pre�os do Mercado Mineiro comparou os mesmos produtos em 55 estabelecimentos comerciais de Belo Horizonte e regi�o metropolitana, incluindo a�ougues e frigor�ficos, coletados em dezembro do ano passado e neste m�s.
O com�rcio tem justificado o avan�o dos pre�os da carne como resultado dos recordes que as exporta��es brasileiras bateram em outubro e novembro, devido � demanda crescente da China e do resto da �sia, diante da peste su�na que dizimou rebanhos na regi�o. Como os pre�os da prote�na s�o cotados no exterior, recebem o impacto dessas cota��es. Outro fator � que, pelas leis da economia, se a oferta baixa, como consequ�ncia da eleva��o dos embarques ao mercado internacional, os pre�os tendem a subir tamb�m no mercado de consumo interno.

Ainda com base na pesquisa do site Mercado Mineiro, o menor aumento de pre�o por quilo pago pelo consumidor que j� comprou carne t�pica da ceia de Natal, neste ano, foi o encontrado para os pre�os do tender, de 13%. A carne custava R$ 39,98 o quilo, na m�dia de dezembro do ano passado, e agora o quilo � oferecido a R$ 44,98.
“Se hoje a carne est� valendo ouro, o leit�o e o bezerro est�o valendo diamante”, observou Feliciano Abreu, ao se referir � valoriza��o dos animais no pasto, no momento da reposi��o deles para posterior engorda e abate. Se esse custo � alto, significa que os pre�os podem continuar elevados na ponta do varejo, para manter a remunera��o do produtor. Uma queda, por sua vez, pode representar mais � frente preju�zo na fazenda.

Na semana passada, o presidente da Federa��o da Agricultura e Pecu�ria do Estado de Minas Gerais (Faemg), Roberto Sim�es, afirmou que os pre�os da carne no varejo devem cair, mas pouco, acomodando-se em n�veis que n�o voltar�o aos pre�os do in�cio deste ano. Os pecuaristas reclamam, da mesma forma, da eleva��o dos custos com ra��o, que tamb�m acompanham a alta do d�lar.
No m�s passado, de acordo com balan�o parcial da Faemg sobre o desempenho do agroneg�cio, a arroba do boi gordo chegou a ser negociada a R$ 230, representando recorde, e baixou a R$ 205 no come�o deste m�s. No in�cio de 2019, o valor m�dio foi cotado a R$ 140. Os aumentos contaminaram os pre�os da carne de porco e do frango, que proporcionaram bom desempenho aos exportadores em 2019.
SUBSTITUI��O
O brasileiro tenta n�o ficar ref�m do pre�o alto, mesmo em tempos dif�ceis, e busca uma maneira para contornar a situa��o. O cuidador de idosos Edmar Sena, de 60 anos, contou que substituiu principalmente a carne de boi e os cortes nobres de porco, para fugir dos maiores reajustes. “A gente escolhe outras partes menos nobres para ir mantendo o consumo de carne do jeito que era antes. O brasileiro � muito criativo. Se n�o tiver uma coisa, d� um jeito de colocar outra para manter a comemora��o de Natal. Mas � claro que ela poderia ser melhor”, completou.

Um dos produtos mais procurados neste momento de elevados patamares de pre�os nas principais carnes � o ovo, que, por sua vez, encareceu. Segundo o Centro de Estudos Avan�ados em Economia Aplicada (Cepea), da Esaq/USP, a alta percebida para o ovo tipo extra branco, j� supera a registrada na quaresma. A aposentada Margareth Aguiar, de 60, troca a carne no almo�o feito em casa pelos ovos. “O consumo de carne acabou. Agora � omelete. Infelizmente, n�o tenho condi��es de continuar comprando carne com o pre�o elevado assim”, destacou. O a�ougueiro Celso Miranda, de 53, tenta contornar as reclama��es dos clientes e prev� queda do pre�o da carne. “Se realmente o pre�o cair, e creio que vai cair, vai melhorar bastante”, diz.
QUANTO CUSTA
Comparativo de pre�os por quilo em R$
Chester Perdig�o
Pre�o m�dio
em dez/18 .........................14,92
Pre�o m�dio
em dez/19 ........................20,99
Aumento .............................41%
Peru Perdig�o
Pre�o m�dio
em Dez/18 .........................14,88
Pre�o m�dio
em dez/19 .........................18,48
Aumento ............................24%
Tender Bolinha
Sadia
Pre�o m�dio
em dez/18 ........................39,98
Pre�o m�dio
em dez/19 .......................44,98
Aumento ............................13%
Pernil Su�no
Sadia Congelado
Pre�o m�dio
em dez/18......................... 8,88
Pre�o m�dio
em Dez/19........................ 16,80
Aumento........................... 89%
Fonte: Mercado Mineiro
* Estagi�rio sob a supervis�o da subeditora Marta Vieira