Pela primeira vez, em 2019 a procura por investimentos em a��es superou a pesquisa por ativos de renda fixa na plataforma de busca e compara��o de investimentos Yubb, que apresenta diferentes op��es para a poss�vel composi��o de uma carteira.
A renda fixa - tirando os t�tulos do Tesouro - representou cerca de 16% das pesquisas feitas no site at� 10 de dezembro, enquanto as a��es somaram aproximadamente 18% do total. A diferen�a pode parecer pequena, mas no decorrer do ano houve uma mudan�a significativa no cen�rio de procura na plataforma: em janeiro, a renda fixa ficava com uma fatia de 30% das buscas e as a��es, com 8%.
Historicamente, a renda fixa � prefer�ncia de investidores brasileiros. De acordo com levantamento da Associa��o Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima), considerando fundos de investimento no mercado de varejo, atualmente mais de 75% do volume financeiro est� alocado em renda fixa, somando R$ 468 bilh�es. Em fundos de a��es, a aloca��o fica em 5% do total, ou cerca de R$ 32,7 bilh�es.
Com a queda na taxa b�sica de juros da economia, a Selic, que atingiu o piso hist�rico de 4,5% ao ano na �ltima reuni�o do Comit� de Pol�tica Monet�ria (Copom), os investimentos em renda fixa perderam rentabilidade. Aplica��es tradicionais como caderneta de poupan�a, fundos atrelados � taxa DI, que acompanha de perto a taxa Selic, e os t�tulos do Tesouro Direto indexados pela Selic n�o ser�o capazes de proteger o investimento do brasileiro da perdas inflacion�rias projetadas para o IPCA, a infla��o oficial. Outros, como LCI, LCA e CDB t�m a rentabilidade muito reduzida.
Risco
Para fazer o dinheiro render mais, o investidor ter� de se expor a risco. Mas, para o fundador do Yubb, Bernardo Pascowitch, � cedo para dizer que h� uma mudan�a no racioc�nio do brasileiro sobre investimentos. O aumento nas buscas no site est�o mais atreladas ao que caracteriza como uma "onda". Segundo ele, a quantidade de propagandas sobre fundos de investimento compostos por renda vari�vel, fundos multimercado e a��es tem crescido nos �ltimos meses, al�m de o assunto ter ganhado visibilidade no notici�rio recentemente.
Pascowitch ressalta que, de fato, a possibilidade de maiores ganhos est�, hoje, na renda vari�vel, mas isso n�o quer dizer que as garantias e seguran�as da renda fixa ser�o encontradas na Bolsa quando o investidor passar a comprar a��es. H� para a renda fixa, por exemplo, a presen�a do Fundo Garantidor de Cr�ditos (FGC), que protege perdas de at� R$ 250 mil em determinados investimentos, algo que n�o existe em nenhum ativo de renda vari�vel.
Caco Santos, planejador financeiro da Associa��o Brasileira de Planejadores Financeiros (Planejar) j� enxerga um movimento do investidor brasileiro, ainda que lento, rumo � renda vari�vel. E diz esperar que isso se concretize no m�dio e longo prazos, por considerar que uma quantidade boa de investimentos em renda vari�vel mostra uma "economia mais madura e saud�vel".
O n�mero de pessoas f�sicas na Bolsa brasileira � recorde e quase dobrou na compara��o entre os meses de novembro de 2018 e de 2019, passando de 789 mil para 1,59 milh�o de pessoas.
Santos afirma que a entrada no mundo das a��es deve ser muito bem calculada. "� um processo educativo. Tenho de come�ar a me acostumar e trabalhar para me educar no novo mercado. N�o adianta querer correr uma maratona logo depois de come�ar a engatinhar. Tem de ir aos poucos, treinando", diz. "N�o existe f�rmula m�gica sem se dedicar ao estudo. O roteiro � sentar, abrir livro, site e estudar."
Al�m disso, o investidor precisa saber quanto de risco est� disposto a correr e quanto pode, de fato, perder de dinheiro, porque, segundo o planejador, "chacoalhadas de mercado existem e v�o acontecer". "� necess�rio um preparo emocional para investir em a��es, n�o s� t�cnico." As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.
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ECONOMIA
Busca por a��es supera renda fixa em comparador de aplica��o
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