O Brasil tem um longo hist�rico de desigualdade de renda, mas havia entre a maior parte dos economistas, at� 2014, um entendimento de que esse cen�rio iria melhorar e a desigualdade cairia continuamente, diz o superintendente do Instituto Unibanco, Ricardo Henriques. "O sinal de alerta veio quando essa tend�ncia foi revertida."
Desde a crise, a parte mais rica dos brasileiros se distancia cada vez mais da parcela mais pobre. No come�o deste ano, a renda da metade mais pobre caiu cerca de 18%, enquanto o 1% mais rico teve quase 10% de alta no poder de compra, de acordo com dados do IBGE.
Para mudar isso, Henriques afirma que � preciso ter uma agenda que enfrente de forma eficiente a quest�o do desemprego. "O Brasil precisa retomar a tend�ncia de construir pol�ticas sociais mais articuladas, pegar os instrumentos que existem e podem ser repensados. E um �cone disso � o Bolsa Fam�lia."
A maioria dos economistas ouvidos pelo jornal O Estado de S. Paulo citou o programa para fam�lias de baixa renda como exemplo de pol�tica social bem-sucedida voltada para a extrema pobreza. Apesar de o programa, por si s�, n�o combater a concentra��o de renda, uma das ideias � que ele seja revisto e ampliado.
Apesar de a desigualdade ter piorado justamente nas regi�es mais pobres do Pa�s, os economistas lembram que pobreza e desigualdade n�o s�o o mesmo conceito.
Um pa�s pobre pode ser mais igualit�rio do que um rico. Um relat�rio do Banco Mundial aponta, contudo, que a pobreza tamb�m aumentou no Brasil de 2014 a 2017, atingindo 21% da popula��o, ou 43,5 milh�es de pessoas.
O pesquisador Pedro Herculano de Souza, do Ipea e ganhador do Pr�mio Jabuti com o livro Uma Hist�ria da Desigualdade, afirma que o desemprego e a informalidade atingiram em cheio os grupos mais vulner�veis, o que contribuiu para o aumento tanto da pobreza quanto da desigualdade da renda.
Ele completa que uma sa�da para a redu��o desses problemas seria transpor os obst�culos que ainda est�o travando a recupera��o da economia, fazendo reformas para criar mais espa�o fiscal que estimule investimentos em programas sociais e gera��o de empregos.
"E, no longo prazo, n�o h� como substituir o investimento em educa��o, que deve ser maior e mais eficiente, com o objetivo de formar no Pa�s uma for�a de trabalho mais preparada", diz ele. As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.
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ECONOMIA
Recess�o refor�a ciclo de desigualdade
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