A forte acelera��o do �ndice de Pre�os ao Consumidor - Semanal (IPC-S) no fim de 2019 n�o indica uma tend�ncia para o comportamento do indicador em 2020, frisa o coordenador do IPC-S, Paulo Picchetti. Ele lembra que pr�ximo a setembro chegou a projetar que o IPC-S fecharia o ano passado em 3,60%, mas o indicador acumulou alta de 4,11% (ante 4,34% em 2018). Para 2020, a proje��o � de 4,00%.
"N�o h� tend�ncia de acelera��o em 2020. O avan�o do fim de 2019 foi todo centrado em uma quest�o de oferta, principalmente de alimenta��o. As condi��es de oferta devem se estabilizar e a infla��o deve ficar comportada", explica. Picchetti cita, por exemplo, que o clima chuvoso dessa �poca do ano tende a ser favor�vel � produ��o de carne bovina, o que deve ajudar a moderar a alta da prote�na, que tem mostrado fortes varia��es por conta do aumento da exporta��o para a China, que sofre com a peste su�na africana.
Segundo Picchetti, uma boa forma num�rica de refor�ar essa avalia��o que a press�o sobre a infla��o � passageira � o n�cleo do IPC-S. Enquanto o �ndice cheio fechou 2019 em 4,11%, o n�cleo teve alta de 3,23%, aqu�m tamb�m de sua varia��o em 2018 (3,87%). Da mesma forma, em dezembro, quando o IPC-S mostrou taxa de 0,77%, o n�cleo foi de 0,36%.
O coordenador diz, por�m, que a tend�ncia � de algum avan�o no n�cleo em 2020, por causa do m�nimo hist�rico da taxa real de juros e tamb�m com a acelera��o da atividade econ�mica, j� observada em diferentes indicadores. Al�m disso, afirma, a mudan�a de patamar do c�mbio ao longo de 2019 pode resultar em algum repasse para a infla��o, embora nos �ltimos anos o pass through tenha sido bastante limitado.
"Se tiver algum efeito vai ser no sentido de aumentar um pouco o n�cleo. H� uma retomada econ�mica que se ocorrer com a for�a que se est� prevendo deve elevar o n�cleo, mas nada que n�o seja compat�vel com a pol�tica monet�ria", destaca.
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