2020 come�a com fila por emprego em Minas e 1,9 mil vagas em concursos

A passagem de ano renova a esperan�a no pa�s de quase 12 milh�es de desempregados. No primeiro dia �til de 2020, trabalhadores levantaram cedo da cama para tentar concretizar o desejo para o ano novo: conseguir um emprego. A empreitada, que exige disposi��o e persist�ncia, traz tamb�m a chance para conquistar a t�o sonhada estabilidade neste novo ciclo. Concursos p�blicos com inscri��es abertas e editais publicados oferecem pelo menos 1,9 mil vagas em Minas Gerais. O Servi�o Nacional de Emprego (Sine) registrava nesta quinta-feira (2) 2.328 vagas abertas em Minas, segundo a Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social (Sedese) .

H� vagas, no servi�o p�blico e na iniciativa privada, para diversas escolaridades, do ensino fundamental ao superior completo, com as mais diversas forma��es. Os concursos oferecem sal�rios de at� R$ 8.843, como no caso da Copasa Servi�os de Saneamento Integrado do Norte e Nordeste de Minas Gerais. A grande expectativa em torno do certame da Pol�cia Militar de Minas Gerais (PMMG), que abre inscri��es em fevereiro para 160 vagas, com remunera��o de R$ 5.796. A �rea da sa�de conta com v�rias oportunidades, entre elas o Hospital Odilon Behrens e o Cons�rcio Internacional Municipal de Sa�de da Regi�o Oeste. � bom ficar de olho tamb�m nas vagas abertas por prefeituras (veja abaixo)

Mas, para conseguir um emprego em 2020, n�o basta colocar a inten��o na lista de desejos e esperar a meta se concretizar. Uma das dicas da consultora de recursos humanos Ana Bizzotto � a cria��o de um perfil com o curr�culo no LinkedIn, rede social focada em neg�cios e conex�es profissionais. “Muitas oportunidades aparecem por l�”, comenta. Ela tamb�m aconselha trabalhadores a procurar diretamente empresas e organiza��es em que gostariam de atuar. “Muitas empresas conta com o item 'trabalhe conosco' no site e o departamento de sele��o acessa essas informa��es”, afirma.

A procura por uma oportunidade pode ser a hora tamb�m de se qualificar. “H� muitas op��es de cursos gratuitos para melhorar a forma��o. E a pessoa ainda faz networking, conhecendo outras pessoas e professores que podem saber de vagas”, diz Ana, que encoraja profissionais a correr atr�s e arriscar. “N�o desista antes de tentar. Persistir � tudo.”

Que o diga Eliane Aparecida Nascimento, de 35 anos. Desde setembro de 2015, ela estava desempregada e conseguiu, finalmente, um emprego, na reta final de 2019: 31 de dezembro. “Foi um presente de Deus. S� vejo coisas boas para 2020”, comemora Eliane, que cuidava nesta quinta-feira (2) dos pap�is para a contrata��o. Na saga de quatro de procura por uma coloca��o profissional, ela tentou de tudo: se cadastrou em banco de vagas, fez bicos e distribuiu curr�culos em empresas. Foi essa �ltima estrat�gia que garantiu a vaga com auxiliar de cozinha em um restaurante, pr�ximo de casa.

Junto na alegria e na tristeza, no desemprego e na perseveran�a. O ano passado foi bastante desafiante para a fam�lia de Viviane e Eder Corr�a, ambos com 32 anos. Em um intervalo de um m�s, a mulher e o marido perderam o emprego – ela, em junho, e ele, em julho. “Ficamos sem ch�o”, conta Viviane. O sustento dos filhos, de 5 e 9 anos, tem sido garantido com o seguro desemprego de �der, que j� terminou, a ajuda dos pais deles e doa��es da igreja que frequentam.

Mas eles confiam que neste ano v�o dar a volta por cima e sair da estat�stica de 11,9 milh�es de pessoas que buscam um trabalho no Brasil, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estat�stica (IBGE). O �ltimo levantamento do IBGE mostra que a taxa de desocupa��o ficou em 11,2% no trimestre encerrado em novembro. A contrata��o de tempor�rios para o Natal contribuiu para uma leve queda, de 0,7 ponto percentual menor em rela��o ao trimestre anterior. Viviane e �der n�o conseguiram trabalho no fim do ano. E n�o foi por falta de tentar.

De duas a tr�s vezes por semana, os dois v�o ao posto de atendimento do Sine, no UAI Pra�a Sete, no Centro da capital, para conferir as oportunidades. Somente em Belo Horizonte, o banco de empregos conta com 52.139 vagas cadastradas. Infelizmente, o casal tamb�m n�o teve sucesso. “Saiu uma vaga para mim, mas exige carteira de motorista e eu n�o tenho”, conta �der, sem perder a esperan�a. Ele tenta uma chance como auxiliar de estoque ou produ��o e Viviane aceita trabalhar como recepcionista, operadora de telemarketing, auxiliar de servi�os gerais. “Topo tudo”, diz Viviane.

A jovem Heini Eleuza, de 25 anos, tamb�m aceita qualquer oportunidade. Ela foi demitida a tr�s dias de 2019 acabar da empresa onde trabalhava como gar�onete. Com o ano novo, ela se encheu de esperan�a e n�o ficou � espera. Bem cedo, no primeiro dia �til do ano, Heini estava com carteira de trabalho na m�o, atr�s de qualquer oportunidade. “N�o escolho servi�o. Preciso trabalhar. Pago aluguel, moro sozinha. Trabalho desde os 17 anos”, conta a jovem, que sonha em fazer faculdade de assist�ncia social e se mudou de Tr�s Marias, na Regi�o Central, pra a capital mineira h� um ano, atr�s de uma vida melhor.