A balan�a comercial brasileira teve em 2019 o menor super�vit desde 2015, quando ficou em US$ 19,5 bilh�es. O saldo do ano passado foi positivo em US$ 46,7 bilh�es, 19,6% abaixo do registrado em 2018. Tanto importa��es como exporta��es recuaram. No caso das vendas para fora, a queda foi consequ�ncia, principalmente, da crise argentina e da guerra comercial entre China e Estados Unidos, que freou o com�rcio global.
No ano, as exporta��es somaram US$ 224 bilh�es, registrando queda de 7,5% na compara��o com a m�dia di�ria de 2018. J� as importa��es chegaram a US$ 177,3 bilh�es, com retra��o de 3,3% na m�dia di�ria.
Na apresenta��o do resultado da balan�a comercial, o secret�rio de Com�rcio Exterior do Minist�rio da Economia, Lucas Ferraz, afirmou ontem que o foco do governo n�o � a obten��o de saldos comerciais, mas a eleva��o da corrente de com�rcio - ou seja, do volume de exporta��es e importa��es somados. Ferraz justificou, por�m, que o com�rcio em todo o mundo tem crescido de forma mais lenta. Al�m disso, "choques de curto prazo" tamb�m afetaram o desempenho da balan�a, como a febre su�na na China, que reduziu as compras de soja.
Exporta��es
Mercadorias industrializadas, como carros e autope�as, est�o entre as que registraram as maiores redu��es nos embarques, com recuo de 11,1% da m�dia di�ria. Tendo como principal comprador a Argentina, que enfrentou em 2019 seu segundo ano de recess�o, esses produtos acabaram tendo seus embarques reduzidos. O pa�s vizinho diminuiu suas compras do Brasil em 35,6%.
O economista Jankiel Santos, do Santander, destaca que, mesmo que a Argentina estivesse em uma situa��o melhor, os embarques brasileiros tamb�m teriam sido fracos. "O cen�rio em 2019 foi de arrefecimento do com�rcio global."
Para o presidente da Associa��o de Com�rcio Exterior do Brasil (AEB), Jos� Augusto de Castro, por�m, a queda cont�nua na exporta��o de manufaturados nos �ltimos anos sinaliza a falta de competitividade do Pa�s. "Pode ser um problema estrutural da ind�stria, pode ser produtividade baixa, mas claramente temos aqui o custo Brasil atrapalhando."
Segundo levantamento de Castro, as exporta��es de produtos b�sicos, como commodities, chegaram a 52,7% no ano passado, o maior patamar desde os anos 80. Ao mesmo tempo, a de manufaturados caiu para 34,6%, o menor n�vel dos �ltimos 40 anos.
"Focamos as exporta��es de manufaturados para a Argentina. Quando esse mercado tem um problema, n�o conseguimos correr para outro, porque n�o temos pre�o para competir", diz Castro, que acredita que esse quadro pode come�ar a se reverter em 2021, com o resultado das reformas trabalhista e tribut�ria.
Desembarques
Do lado das importa��es, apesar da queda do valor dos produtos comprados do exterior, h� sinais de uma recupera��o, segundo Santos, do Santander. "Quando se olha o volume importado, e n�o o pre�o, h� uma melhora nos bens de capital (m�quinas). A quest�o � que os pre�os desses produtos n�o t�m reagido, por causa da economia global (que vinha desacelerando)."
Economista do Ita�, Julia Gottlieb destaca ainda que plataformas de petr�leo que j� operavam no Brasil tiveram de ser "reimportadas" por uma quest�o cont�bil, o que inflou os n�meros, principalmente os de 2018 . "Descontando as plataformas, as importa��es teriam passado de US$ 171 bilh�es em 2018 para US$ 174 bilh�es em 2019, uma alta em linha com a recupera��o da atividade."
Para 2020, os economistas projetam um aumento mais significativo nas importa��es, decorrente da melhora da economia e, portanto, do poder de compra do consumidor brasileiro. A alta nas importa��es deve reduzir o saldo da balan�a comercial ainda mais, j� que a previs�o � de estabilidade nas exporta��es.
A AEB estima um super�vit de US$ 26 bilh�es. "As importa��es devem avan�ar no m�nimo 6,6%, por conta do crescimento do PIB entre 2,5% e 3%. Menor desemprego vai gerar mais consumo e mais importa��o", diz Castro. Para o Ita� e o Santander, o saldo dever� cair, mas se manter em um patamar mais elevado: US$ 40 bilh�es e US$ 38 bilh�es, respectivamente. As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.
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ECONOMIA
Argentina e briga entre EUA e China derrubam saldo da balan�a comercial
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