O aceno positivo do presidente Jair Bolsonaro � concess�o de reajustes para policiais do Distrito Federal, cujos sal�rios s�o bancados com dinheiro da Uni�o, abriu a porteira para outras categorias do funcionalismo federal elevarem a press�o por aumentos na remunera��o. Sindicatos e associa��es de classes como policiais federais articulam uma grande mobiliza��o a partir de mar�o contra o congelamento de sal�rios.
A equipe econ�mica n�o v� espa�o no Or�amento para ampliar as remunera��es, mas admite nos bastidores que a press�o vir� e ser� necess�rio mostrar � ala pol�tica do governo que n�o h� folga fiscal para negocia��o.
As categorias, por sua vez, j� t�m se reunido e discutem uma estrat�gia para a campanha salarial, que deve envolver mobiliza��es, incluindo um dia de paralisa��o geral, e pedidos de apoio a parlamentares das bancadas de seguran�a (295 membros) e de defesa dos servidores (241 deputados e senadores). Os reajustes precisam ser aprovados pelo Congresso.
No Or�amento de 2020, apenas os militares das For�as Armadas foram contemplados com reajustes salariais e cria��o de novas vantagens, a um custo de R$ 4,7 bilh�es neste ano. Os aumentos foram negociados no mesmo projeto que alterou as regras de aposentadoria das tropas federais.
No fim do ano passado, por�m, Bolsonaro cedeu aos pedidos do governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, para incluir no Or�amento reajustes que v�o de 8% a 25% �s for�as de seguran�a do DF. O custo de R$ 505 milh�es sair� do Fundo Constitucional do DF, ou seja, n�o representa gasto adicional para a Uni�o, mas implicar� redu��o de outras despesas com seguran�a.
Com os acenos a categorias que comp�em a base de Bolsonaro - que � capit�o reformado do Ex�rcito e se elegeu defendendo as for�as de seguran�a -, outras classes v�o pleitear o mesmo tratamento.
O presidente da Federa��o Nacional dos Policiais Federais (Fenapef), Lu�s Ant�nio Boudens, disse que a press�o por reajustes vir� "naturalmente", n�o s� por conta do aceno aos policiais do DF, mas tamb�m porque em mar�o entrar�o em vigor as novas contribui��es previdenci�rias dos servidores. Hoje em 11%, elas poder�o chegar a 22% para quem ganha acima de R$ 39 mil mensais.
Os �ltimos reajustes foram aprovados pelo Congresso Nacional entre 2016 e 2017.
O diretor executivo da Institui��o Fiscal Independente (IFI) do Senado, Felipe Salto, alerta que n�o h� espa�o no Or�amento para ampliar os gastos com pessoal, que devem chegar a R$ 336,6 bilh�es neste ano. "A verdade � que n�o h� mais espa�o fiscal nenhum no Or�amento", afirma.
As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.
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