O secret�rio Especial de Com�rcio Exterior e Assuntos Internacionais, Marcos Troyjo, afirmou nesta segunda-feira, 20, em entrevista � CBN, que a "conjuntura internacional pode ser favor�vel ao Brasil", diante de um contexto em que h� liquidez global e "pequena oferta" de oportunidades de investimento que sejam "lucrativas e vi�veis".
"Nesse tipo de paradoxo, os investimentos em infraestrutura surgem como alternativa. Vamos mostrar (em Davos) que o Brasil, com uma economia mais estabilizada, com ambiente de neg�cios mais amistoso, recep��o do investimento direto, no setor de infraestrutura, pode despontar como alternativa nesse cen�rio de escassez de oportunidades vi�veis e lucrativas", disse.
Ele explicou que o Brasil vai listar, no F�rum Econ�mico Mundial, em Davos, cinco pontos em que avan�ou no �ltimo ano, desde que o presidente Jair Bolsonaro assumiu o cargo. Os itens citados por Troyjo incluem reforma da Previd�ncia; privatiza��es, "com mais de R$ 100 bilh�es" vendidos; avan�o no ambiente de neg�cios, com a Lei da Liberdade Econ�mica; maior integra��o do Brasil com o mundo, incluindo o acordo Mercosul-Uni�o Europeia; e avan�o em reforma do Estado. "Naquilo que a gente poderia considerar prioridade econ�mica no Brasil, houve progressos indiscut�veis", disse.
Troyjo acrescentou que, em Davos, uma das principais mensagens a ser transmitida � que esse conjunto de reformas "perfaz aquilo que � o mais ambicioso programa de transforma��es estruturais no mundo emergente"
Aus�ncia de Bolsonaro
Quando questionado sobre a aus�ncia de Bolsonaro em Davos, o secret�rio de Com�rcio Exterior argumentou que o presidente tem uma agenda externa muito cheia nesse ano e disse que Bolsonaro � "insubstitu�vel". "O presidente da Rep�blica � o protagonista do Brasil. � insubstitu�vel. Temos equipe enxuta, cuja principal figura � o ministro Paulo Guedes, mas instrumentalizada, bem equipada, para transmitir aos investidores e parceiros a mensagem precisa e correta sobre o que acontece no Brasil e sobre o futuro, que vai ser positivo para o nosso Pa�s".
Segundo Troyjo, se Bolsonaro estivesse em Davos, "sempre aumenta a visibilidade da compreens�o que se tem do Pa�s". "(Mas o) presidente tem uma s�rie de outros compromissos que deve ter julgado mais importantes. Na semana que vem se direciona � �ndia, que nos pr�ximos 30 40 anos ser� uma das principais economias do mundo e que, nos �ltimos 4 anos, cresce mais que China porcentualmente."
Argentina
Marcos Troyjo afirmou, ainda, que as rela��es com a Argentina sob o governo de Alberto Fern�ndez ocorrer� sem vi�s ideol�gico. "Vamos fazer neg�cio com todo mundo, sem vi�s ideol�gico", disse na entrevista. E completou: "temos apego ao que � interesse nacional. Por outro lado, n�o vamos permitir que o Mercosul trafegue em velocidade de comboio, onde a velocidade de todos � determinada pelo mais lento".
"Esperamos que a Argentina tenha posi��o construtiva para que possamos seguir modernizando o Mercosul e deixando claro para parceiros que alguns princ�pios s�o inabal�veis, como integrar-se com o resto do mundo", continuou. "Com�rcio n�o tem que ver com ideologia, mas n�o vamos nos permitir ficar parados no tempo."
Troyjo acrescentou que o ano de 2019 foi mais o importante da hist�ria do Mercosul, devido ao acordo com a UE, al�m do EFTA (�rea de livre com�rcio formada pela Su��a, Noruega, Isl�ndia e Liechtenstein). "Essas vit�rias de 2019 fazem com que ganhemos convic��o de que o futuro do Mercosul tem que ser de integra��o com a economia mundial", relatou, dizendo que quando Bolsonaro assumiu, o "acordo Mercosul-UE estava muito longe" e lembrando que j� h� "negocia��es importantes, de tratado, com Canad�, Cingapura e Coreia do Sul".
OCDE
Por fim, Troyjo tamb�m falou sobre a poss�vel ades�o do Brasil � Organiza��o para a Coopera��o e Desenvolvimento Econ�mico (OCDE) e citou tr�s "benef�cios concretos" para a economia do Brasil. "Fazer parte implica em uma s�rie de moderniza��es institucionais, �timas para o Brasil", disse.
"Em segundo lugar, desde a recess�o de 2008, com queda do Lehman Brothers, uma s�rie de investidores passou a exigir n�o s� boa classifica��o da ag�ncia de risco de cr�dito, mas tamb�m princ�pios da OCDE - ou seja, se aproximando de ser membro pleno, passa a ter acesso a fontes de liquidez para investimento estrutural que Brasil n�o tinha acesso", continuou.
"E grandes acordos do futuro n�o ser�o sobre tarifas, mas sobre padr�es", completou, antes de acrescentar que, dos v�rios candidatos, o Brasil � o que est� mais "avan�ado". "A gente consegue sentar na cadeira ainda na administra��o Bolsonaro, antes de 31 dezembro de 2022".
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