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Estado de Minas ECONOMIA

Amaz�nia � tema de painel em Davos


postado em 23/01/2020 07:04

Conservar a Amaz�nia � muito mais lucrativo do que substituir a floresta por monocultura ou pecu�ria, segundo explicou o professor Carlos Nobre, diretor de pesquisa da Academia Brasileira de Ci�ncias, numa sess�o no maior audit�rio do F�rum Econ�mico Mundial. Na quarta-feira, 22, ele participou, ao lado do presidente colombiano, Ivan Duque, e do ex-vice-presidente americano Al Gore, de uma sess�o especial sobre como garantir um futuro sustent�vel � Amaz�nia.

A crise ambiental � o grande tema do f�rum de Davos neste ano, com mais discuss�es que as dedicadas a assuntos tradicionais, como as condi��es do com�rcio internacional, as mudan�as tecnol�gicas e as perspectivas da economia global. Os riscos econ�micos principais est�o hoje associados � emerg�ncia ambiental, havia dito horas antes, em outra sess�o, a presidente da Comiss�o Europeia, Ursula von der Leyen. Quest�es ambientais t�m destaque, h� algum tempo, nas pautas do Fundo Monet�rio Internacional (FMI), do Banco Mundial e de bancos centrais, mas s�o tratadas como irrelevantes, ou at� negadas, pelo governo brasileiro.

�nica figura brasileira a participar dos debates sobre meio ambiente em Davos, o professor Carlos Nobre diverge do governo ao reconhecer a mudan�a clim�tica e sua import�ncia para todo o mundo. Suas advert�ncias v�o at� detalhes da atividade econ�mica. Ao apontar a explora��o do a�a� como dez vezes mais lucrativa que a pecu�ria em zonas desflorestadas, o cientista usou um argumento com tradu��o imediata em dinheiro. Mas o argumento dram�tico foi outro: se o ponto de virada for atingido, a devasta��o ter� chegado a 50%, talvez 60%, e a floresta ser� incapaz de se recompor. Nesse caso, grande parte da Amaz�nia se converter� numa savana seca.

Desflorestada, a Amaz�nia deixar� de funcionar como fonte de chuvas para outras �reas. Essa �, lembrou o professor, uma das fun��es das florestas tropicais. Secas prolongadas, um dos efeitos da mudan�a clim�tica, j� s�o um sinal de alerta em v�rias partes do mundo, acrescentou. Uma campanha de plantio de um trilh�o de �rvores em dez anos � uma das marcas principais da reuni�o do f�rum neste ano. � tamb�m parte da celebra��o de seu 50� anivers�rio. Ao anunciar, na ter�a-feira, 21, apoio a essa campanha, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, mais uma vez pode ter surpreendido seu mais importante seguidor na Am�rica Latina, o presidente Jair Bolsonaro. Trump rejeitou as advert�ncias sombrias sobre o clima global, mas se declarou empenhado em preservar e elogiou a iniciativa do f�rum.

Tamb�m o presidente colombiano, Ivan Duque, aderiu � campanha. Antes da sess�o sobre a Amaz�nia, ele havia participado, bem cedo, de uma entrevista sobre o plantio do trilh�o de �rvores. Falou, na ocasi�o, sobre o plano colombiano, j� em andamento, de plantar 180 milh�es de �rvores at� 2022. A Col�mbia, esclareceu, tem 35% de seu territ�rio na Amaz�nia, e seu governo j� tem um programa de preserva��o florestal. Essas informa��es foram repetidas, horas depois, no come�o da sess�o especial.

Fora do debate.
O Brasil apareceu mal desde o come�o do debate sobre a sustentabilidade da Amaz�nia. Ao abrir a sess�o, a apresentadora lembrou os inc�ndios do ano passado e citou, sem falar seu nome, o ministro da Economia, Paulo Guedes. No dia anterior, ele havia estabelecido, sem se explicar, um v�nculo entre pobreza e desflorestamento. Com o governo brasileiro fora dos debates sobre o ambiente, e at� em posi��o de vil�o, sobrou amplo espa�o para o presidente colombiano se destacar.

De manh�, a presidente da Comiss�o Europeia havia apresentado um panorama dos desafios e das metas dos 28 pa�ses-membros da comunidade regional. Lembrou como � dif�cil, para a maioria das pessoas, acompanhar a velocidade das mudan�as econ�micas. Lembrou as tens�es internacionais e a import�ncia de buscar o equil�brio e a coopera��o no campo geopol�tico.

Valorizou o multilateralismo, um tema importante do f�rum e tamb�m depreciado pelo atual governo brasileiro. Real�ou o peso econ�mico dos riscos ambientais e lembrou a import�ncia, para a Uni�o Europeia, de ter parceiros comerciais engajados na preserva��o do ambiente. N�o mencionou o acordo comercial entre Uni�o Europeia e Mercosul, ainda pendente de aprova��o pelos Estados envolvidos, nem os desentendimentos motivados pela pol�tica ambiental do governo Bolsonaro. Mas o tema poderia estar contido na refer�ncias �s parcerias comerciais. Indagada sobre o assunto, numa conversa fora do plen�rio, limitou-se a classificar o acordo com o Mercosul como quest�o ainda aberta.

Ausente de Davos, o presidente Bolsonaro pode ter-se livrado de conversas inc�modas sobre a Amaz�nia. Presente, o presidente Ivan Duque certamente lucrou.

As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.


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