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Estado de Minas LAMA E L�GRIMAS

Temporais danificam cintur�o verde da Grande BH e alagam f�bricas em v�rias cidades

Planta��es de hortali�as e frutas do cintur�o da capital j� contabilizam preju�zos com excesso de �gua. Acessos a ind�strias ficaram comprometidos e m�quinas foram atingidas


postado em 28/01/2020 04:00 / atualizado em 28/01/2020 14:08

Em Santa Luzia, água invadiu o distrito industrial de Carreira Comprida, levando à paralisação de máquinas(foto: Arquivo pessoal)
Em Santa Luzia, �gua invadiu o distrito industrial de Carreira Comprida, levando � paralisa��o de m�quinas (foto: Arquivo pessoal)

Os efeitos dos temporais que atingiram Minas Gerais na semana passada j� levam perda e apreens�o a empresas de setores importantes para o estado, da agricultura � produ��o de l�cteos, cal�ados e equipamentos. Na Regi�o Metropolitana de Belo Horizonte, os agricultores de frutas e hortali�as contabilizam preju�zos e devem repassar a despesa para o consumidor final nos pr�ximos dias.

A produ��o de milho e leite tanto na Grande Belo Horizonte, quanto no interior tamb�m foram afetadas. Em Santa Luzia e Sabar�, munic�pios que est�o entre os mais castigados pelas �guas, ind�strias tiveram que paralisar as atividades e em Nova Serrana, no Centro-Oeste do estado, comerciantes do setor de cal�ados sofreram com os alagamentos.
 
Os efeitos das chuvas sobre o chamado cintur�o verde da Regi�o Metropolitana da capital s� come�aram a ser apurados. O analista de agroneg�cio da Federa��o da Agricultura e Pecu�ria do Estado de Minas Gerais (Faemg) Caio Coimbra afirma que ainda n�o h� uma avalia��o detalhada sobre o impacto das precipita��es nas lavouras, apenas “ideias vagas”. Por�m, ele explica que agricultores de �reas que foram alagadas perderam a produ��o, enquanto a interrup��o da passagem em algumas pontes pode atrapalhar o escoamento. Com isso, a oferta dos produtos ser� menor e a tend�ncia � de que os pre�os nos mercados e sacol�es subam nos pr�ximos dias.
 
O Sindicato da Ind�stria de Latic�nios de Minas Gerais (Silemg) registrou ocorr�ncias de f�bricas em todo o estado que n�o conseguiram receber leite nos �ltimos 10 dias, informou ontem o diretor-executivo da entidade, Celso Moreira. “N�o h� como buscar o leite armazenado nos tanques de diversas fazendas, que ficaram inacess�veis, diante da situa��o das estradas. S�o v�rios os registros de caminh�es atolados”, afirma.
 
Com a entrega comprometida, n�o s� as fazendas leiteiras sofrem o preju�zo, embora possam o usar o leite para alimentar os animais, como tamb�m os latic�nios perdem produ��o. Na sexta-feira e no s�bado, o rio Doce, que corta uma das maiores bacias leiteiras do estado, a Zona da Mata Mineira, subiu 4 metros acima do seu n�vel normal. Houve transbordamento, tamb�m no Vale do Mucuri.

Nas regi�es Central e Oeste de Minas, houve comprometimento da oferta de leite de fazendas de Sete Lagoas, Divin�polis e Par� de Minas. “A perda � inevit�vel com o atual �ndice pluviom�trico ao qual estamos assistindo. O maior prejudicado � o produtor, mas na ind�stria, tamb�m significa produ��o menor e preju�zos”, diz Celso Moreira.
 
Ainda quanto ao cen�rio da produ��o de l�cteos, o analista da Faemg, Caio Coimbra, observa que esta �poca, normalmente, � favor�vel aos produtores, porque h� mais pasto dispon�vel, o que reduz o custo do leite e o pre�o para o consumidor final. Por�m, segundo o analista, o encharcamento com as chuvas provoca perdas pontuais. “Esse excesso de �gua cria uma lama que atrapalha a pastagem, al�m de as chuvas estressarem os animais”. Coimbra acredita que o quadro nesses segmentos do agroneg�cio mineiro pode se normalizar dentro de um ou dois meses, mas � necess�rio contabilizar as perdas para ter certeza.


Equipamentos


O impacto das chuvas tamb�m foi sentido no setor industrial. Em Sabar�, de acordo com a presidente do Sindicato das Ind�strias Metal�rgicas, Mec�nicas e de Material El�trico, Patr�cia Vinte, equipamentos e instala��es foram danificados. A chuva prejudicou empresas de constru��o met�lica e caldeiraria. “Neste momento ainda estamos contabilizando os danos. � prematuro confirmar a real dimens�o destas perdas", afirma. O acesso a algumas empresas na avenida principal de Sabar� est� prejudicado. J� as empresas instaladas em pontos mais altos do munic�pio est�o funcionando normalmente e tentam facilitar o transporte dos funcion�rios.
 
Em Santa Luzia, a chuva obrigou a paralisa��o da atividade de f�bricas do distrito industrial de Carreira Comprida. O diretor do Sindicato das Ind�strias Metal�rgicas de Santa Luzia, J�lio C�sar Ximenes, conta que o p�tio de uma f�brica foi inundado, o que levou � interrup��o da produ��o desde sexta-feira. Os equipamentos n�o foram danificados, mas o acesso aos p�tios foi prejudicado.
 
Ximenes acredita que a atividade s� deve ser retomada completamente amanh�. “Na principal m�quina da empresa, as perdas somadas s�o somente de dois dias. As outras perdas s�o recuper�veis sem maiores danos”, afirma. Na avalia��o dele, o preju�zo provocado pelas chuvas foi potencializado pela falta de infraestrutura da regi�o, o que atribui a um “descaso do poder p�blico”.

Em Nova Serrana, polo produtor de cal�ados no Centro-Oeste de Minas, a �gua da chuva alagou a f�brica Zurick. O propriet�rio, Marco Ant�nio da Silva, conta que a produ��o est� parada desde sexta-feira, prejudicando 70 funcion�rios. “Ainda n�o consegui fazer um levantamento, pois estamos nos organizando para a f�brica voltar �s suas atividades. Mas vamos ter bastante preju�zo”, diz. O comerciante espera n�o ter que cortar nenhum gasto ou demitir funcion�rios para se recuperar das perdas.

* Estagi�rio sob supervis�o da subeditora Marta Vieira
 
Davi Natã não pôde trabalhar no fim de semana, quando precisou de uma corda para conseguir entrar e sair da casa alagada, em Raposos(foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)
Davi Nat� n�o p�de trabalhar no fim de semana, quando precisou de uma corda para conseguir entrar e sair da casa alagada, em Raposos (foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)
 

Trabalhadores ficaram ilhados e ao desabrigo

Depois do temporal que caiu sobre Raposos, na Grande BH, na �ltima sexta-feira, afetando cerca de 3 mil pessoas, – um sexto da popula��o do munic�pio –, o analista cont�bil Davi Nat� Rodrigues Cassilhas, de 26 anos, precisou amarrar uma corda ao port�o de sua casa para tentar entrar no im�vel. Ele trabalha em Belo Horizonte, mas n�o pode cumprir a jornada. “N�o pude ir ao trabalho hoje. Estamos na casa da minha tia. Dizem que chuva assim e problemas assim s� houve em 1997. Para garantir, levamos tudo para a parte de cima, incluindo a m�quina de costura da minha m�e, que � costureira", contou Davi. Ele mora no Bairro Vila Bela, com a m�e, o pai e dois irm�os, numa casa s�lida de dois pavimentos. Agarrado � corda, ele sentiu alguma seguran�a para entrar em casa e tentar resolver alguma urg�ncia.
 
N�o foi diferente o sofrimento de Gabriel R�mulo Soares de Paula, de 21. Ele trabalha num restaurante na vizinha Nova Lima e n�o pode bater o ponto. Perto da casa dele, o n�vel do Rio das Velhas subiu quatro metros. Para chegar ao port�o de casa, Gabriel ficou com a �gua na altura do joelho. O rapaz n�o p�de trabalhar. Com a m�e, Denise de Jesus Soares, de 48, e dois irm�os, buscou abrigo na casa da tia, Vanusa. "Perdemos muita coisa e conseguimos tirar outras. Mas meu telefone fixo est� l�”, contou Denise.
 
Em Nova Serrana, fábrica ficou alagada, como ocorreu também em Sabará, onde houve prejuízo em máquinas(foto: Arquivo pessoal)
Em Nova Serrana, f�brica ficou alagada, como ocorreu tamb�m em Sabar�, onde houve preju�zo em m�quinas (foto: Arquivo pessoal)
 
Al�m das ind�strias e da agricultura, atingidas na Grande BH, a Faemg recebeu relatos de perdas pontuais por parte de agricultores de outras regi�es do estado. Segundo Coimbra, produtores de milho na Zona da Mata e do Tri�ngulo est�o contabilizando preju�zo. “O milho � muito sens�vel, se encharcar perde a produ��o toda. � plantado nas �reas de baixada, que s�o sujeitas a inunda��o”, afirma o analista da entidade Caio Coimbra.
 
O especialista da Faemg esclarece que esta �poca n�o � muito favor�vel para o setor de hortifr�ti, j� que � preciso fornecer �gua em volume adequado para as plantas. “Como veio uma quantidade muito grande, o adubo vai para as camadas profundas do solo e n�o � absorvido pelas plantas. A umidade tamb�m gera doen�as f�ngicas. H� uma queda tanto na produtividade quanto na qualidade”, conclui.

 


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