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Estado de Minas CRISE

Saiba quais s�o os impactos do surto de coronav�rus na economia

Investidores especulam sobre at� onde pode chegar o impacto do coronav�rus nos mercados, enquanto os exportadores avaliam cen�rio dif�cil neste ano. Ontem, preg�o brasileiro voltou ao azul


postado em 29/01/2020 15:08 / atualizado em 29/01/2020 15:27

Chineses tentam se proteger com máscaras, enquanto os aplicadores em bolsa jogam ao sabor das notícias diárias sobre a epidemia, com suspensão das atividades do mercado financeiro do país asiático (foto: Miguel SCHINCARIOL/AFP)
Chineses tentam se proteger com m�scaras, enquanto os aplicadores em bolsa jogam ao sabor das not�cias di�rias sobre a epidemia, com suspens�o das atividades do mercado financeiro do pa�s asi�tico (foto: Miguel SCHINCARIOL/AFP)
A epidemia do novo tipo de coronav�rus na China, que j� matou mais de 130 pessoas, preocupa os exportadores brasileiros, al�m de afetar a bolsa de valores. Uma diminui��o da demanda do gigante asi�tico no mercado internacional pode resultar em queda de pre�os e se unir a outros fatores para tornar 2020 mais dif�cil para o setor exportador.
 
Enquanto isso, o mercado financeiro v� na crise na �sia a oportunidade de compra de ativos, mas aguarda desdobramentos da situa��o. De qualquer forma, as preocupa��es giram em torno da falta de informa��o por parte dos chineses e a possibilidade que o quadro do cont�gio pelo v�rus mortal seja mais grave do que parece.

Ontem, o �ndice Ibovespa, das a��es mais negociadas na bolsa brasileira de valores, a B3, voltou a operar em alta de 1,74%, somando 116.479 pontos. Na segunda, teve a maior queda em 10 meses, recuando 3,29% a 114.481 pontos. O �ndice Nikkei, no Jap�o, atingiu a menor pontua��o em tr�s semanas (desde 8 de janeiro), com 23.215,71 pontos, retra��o de 0,55%. A justificativa foram as medidas dr�sticas das autoridades chinesas para conter o coronav�rus.

O prolongamento do feriado de Ano-novo na China manteve as bolsas de Hong Kong, Xangai e Shenzhen fechadas. O mercado financeiro chin�s voltar� a abrir somente em 3 de fevereiro. As empresas em Xangai n�o retomam as atividades antes do dia 10. J� o polo industrial de Suzhou, que abriga f�bricas de empresas como Johnson & Johnson e Samsung, adiou a volta de oper�rios ao trabalho por uma semana.

O presidente da Associa��o de Com�rcio Exterior do Brasil (AEB), Jos� Augusto de Castro, analisa que ainda falta informa��o para que o cen�rio mundial fique claro por completo, mas tudo indica que o impacto no mercado internacional ser� negativo. “Tudo que acontece na China tem um impacto porque � o segundo maior importador do mundo. Os efeitos ser�o sentidos nas commodities como petr�leo, soja, prote�nas e min�rio”, explica.

Castro prev� quedas de pre�os, j� que a demanda chinesa deve ser menor e a oferta de pa�ses como o Brasil continuar� alta, assim como a de Minas Gerais, que tem na China um grande parceiro comercial no exterior. “Tudo aquilo que n�o � de primeira necessidade ser� afetado. O contingenciamento de pessoas significa redu��o de trabalho, que leva a redu��o de consumo”, afirma.

O presidente da AEB avalia tamb�m que o maior impacto deve ocorrer no primeiro trimestre, mas � poss�vel que os efeitos continuem sendo sentidos ao longo do ano, a depender da evolu��o da epidemia. Uma preocupa��o de Castro � o h�bito do governo de chin�s de n�o divulgar por completo a situa��o. “Preocupa porque as medidas tomadas pela China s�o muito duras”.

Outra quest�o que deve se somar ao coronav�rus, na avalia��o de Castro, � o acordo entre o pa�s asi�tico e os Estados Unidos para aliviar a guerra comercial entre as duas pot�ncias. Uma das determina��es � que a China deve dar prefer�ncia para a compra de produtos agropecu�rios americanos. Para o dirigente, isso deve significar perda de mercado para o Brasil. “N�o foi um acordo; foi uma camisa de for�a”,classifica.

Oportunidade


O mercado financeiro tamb�m aguarda mais informa��es sobre o surto de coronav�rus na China, mas enxerga a situa��o com mais otimismo. O diretor de investimentos da corretora Infinity Asset Managment, Andr� Pimentel, v� a crise no pa�s asi�tico como uma oportunidade de entrada e n�o como ponto de venda. “Se compararmos com o passado, com outros eventos semelhantes, o impacto � limitado”, afirma.

Por�m, Pimentel aponta que as medidas duras tomadas pelo governo chin�s, como o prolongamento do feriado de Ano-novo, e a falta de informa��o oficial preocupam e podem indicar que o quadro � mais grave do que parece. Na avalia��o dele, � poss�vel que setores ligados fortemente � economia chinesa, como a minera��o, ainda podem ser prejudicados dependendo da evolu��o da crise.

“Tivemos um movimento cl�ssico de corrida a ativos menos arriscados. A bolsa caiu como h� muito tempo n�o caia”, diz. O analista ainda afirma que um dos motivos para a queda das bolsas foi a confiss�o do prefeito da cidade de Wuhan, epicentro da epidemia, de que ele teria omitido informa��es sobre o coronav�rus.

Na segunda-feira, o bancos de investimentos americano JP Morgan Chase afirmou que a alta volatilidade no mercado pode representar uma oportunidade de compra de ativos. A institui��o tamb�m comparou a situa��o atual na China com os surtos de S�ndrome Respirat�ria Aguda (Sars), entre 2002 e 2003, e de gripe su�na em 2009.
 
A conclus�o foi que esses eventos n�o significaram movimentos de vendas prolongados e em algumas semanas se mostraram como oportunidades de compra. O banco Morgan Stanley, tamb�m americano, concordou, afirmando que pode ser um momento de oportunidade e que por enquanto a crise de sa�de na �sia n�o � motivo para p�nico.
  
Por�m, h� tamb�m espa�o para pessimismo, especialmente em rela��o aos impactos no crescimento econ�mico chin�s. O banco dinamarqu�s Danske Bank fez uma estimativa sobre uma poss�vel perda de 0,8 ponto percentual no PIB (Produto Interno Bruto) da China no primeiro semestre. J� a consultoria brit�nica Capital Economics fala em um impacto de 3 pontos percentuais no �ndice chin�s no primeiro trimestre do ano.
 
O consultor financeiro e professor de economia Paulo Vieira acredita que ainda � cedo para falar em impactos no PIB chin�s ou global. “N�o se sabe ainda a real extens�o da doen�a e se ela atingir� setores e �reas economicamente sens�veis. Acho que, para influenciar a economia global, a doen�a tem que se transformar em uma pandemia”, analisa.
 
Vieira pensa que qualquer previs�o tem que ser feita com cuidado para evitar “um p�nico desnecess�rio”. O professor ainda atribui as oscila��es bruscas no mercado financeiro a “um n�vel de estresse muito alto e grande n�vel especulativo”.  

Estagi�rio sob a supervis�o da subeditora Marta Vieira


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