
Em um dia marcado por forte volatilidade no mercado financeiro, o d�lar voltou a subir e fechou no maior valor nominal desde a cria��o do real. O d�lar comercial encerrou o dia vendido a R$ 4,286, com alta de R$ 0,027 (0,63%). Foi a terceira sess�o seguida de alta da moeda norte-americana, que encerrou janeiro com valoriza��o de 6,8% em rela��o ao real. Essa foi a maior alta para meses de janeiro em dez anos. A divisa sobe h� cinco semanas seguidas. O euro comercial tamb�m subiu e fechou o dia em R$ 4,753, alta de 1,5%. Nem a interven��o do Banco Central (BC) segurou a cota��o. Ontem, a autoridade monet�ria vendeu US$ 3 bilh�es das reservas internacionais com compromisso de recomprar o dinheiro em junho.
A desvaloriza��o da moeda brasileira acentuou-se nos �ltimos meses – em novembro passado, o d�lar estava em 4,20 reais –, acelerando com o surgimento do coronav�rus em janeiro. Alguns analistas projetam o real em 4,30. “N�o acho que exista um limite para a valoriza��o do d�lar, at� porque o Banco Central tem uma pol�tica bastante ortodoxa de n�o interven��o no c�mbio, por�m, de acordo com a gravidade dessa epidemia, o valor da moeda americana pode at� transpor os R$ 4,30”, avalia Fernando Bergallo, diretor de c�mbio da FB Capital.
Para quem vai viajar e precisa comprar moeda em corretoras de c�mbio, o valor � bem mais alto. Em casas de c�mbio de S�o Paulo, por exemplo, o d�lar em dinheiro vivo chega a custar R$ 4,51, j� considerado o Imposto sobre Opera��es Financeiras (IOF). Para quem compra no cart�o pr�-pago, o valor � ainda maior: R$ 4,73. No caso de quem vai comprar euro, os pre�os chegam a R$ 5,01 no dinheiro e a R$ 5,24 no cart�o pr�-pago.
O an�ncio pelo governo chin�s de que o coronav�rus ter� menos impacto na sa�de e na economia do que a epidemia de S�ndrome Respirat�ria Aguda Grave (Sars, sigla em ingl�s), em 2003, foi insuficiente para acalmar o mercado. O confinamento dos habitantes de diversas cidades afetadas pela doen�a reduz a produ��o e o consumo da China. A expectativa de desacelera��o da economia chinesa impacta diretamente pa�ses como o Brasil, que exporta diversos produtos, principalmente commodities (bens prim�rios com cota��o internacional) para o pa�s asi�tico. Com menos exporta��es, menos d�lares entram no pa�s, pressionando a cota��o para cima.
A��es A turbul�ncia repetiu-se no mercado de a��es. Depois de uma recupera��o ontem (30), o �ndice Ibovespa, da B3 (antiga Bolsa de Valores de S�o Paulo), fechou o dia com queda de 1,66%, aos 113.605 pontos. O indicador operou o dia todo em baixa. A sess�o foi marcada pelo receio de que o novo v�rus descoberto na China traga impactos para a segunda maior economia do planeta. Na quinta-feira, a Organiza��o Mundial de Sa�de (OMS) declarou estado de emerg�ncia global por causa da doen�a. A China e pa�ses pr�ximos adotaram medidas para conter a dissemina��o da doen�a.
As expectativas em torno da pol�tica monet�ria tamb�m interferiram nas negocia��es. Na pr�xima semana, o Comit� de Pol�tica Monet�ria (Copom) do Banco Central define os juros b�sicos no Brasil. Caso a taxa Selic – juros b�sicos – caia para 4,25% ao ano, o pa�s se tornar� menos atrativo para os investidores externos, e a entrada de d�lares diminuir�.&