Com reforma, previd�ncia privada aberta volta a crescer

O setor de previd�ncia privada aberta conseguiu mudar de rota em 2019, ancorado no debate e na aprova��o da reforma nas regras da aposentadoria e tamb�m no aumento da concorr�ncia, que pressionou as taxas de administra��o para baixo. Al�m de adicionar cerca de 400 mil novos participantes, o segmento inverteu a trajet�ria da capta��o de recursos, que cresceu tanto no comparativo bruto quanto no l�quido - considerando resgates, o que empurrou as reservas para o patamar hist�rico de quase R$ 1 trilh�o.

"O desempenho do setor em 2018 j� apontava para uma recupera��o, que se confirmou no ano passado. O mercado retomou seu ponto de equil�brio de crescimento pela procura de planos de previd�ncia. Em 2020, esperamos um resultado ainda melhor", diz o presidente da Federa��o Nacional de Previd�ncia Privada e Vida (FenaPrevi), Jorge Nasser.

No ano passado, os novos dep�sitos em planos de previd�ncia privada aberta somaram R$ 126,4 bilh�es, expans�o de 16,9% frente a 2018. A capta��o l�quida, que considera os resgates realizados no per�odo, foi de R$ 55,5 bilh�es, consolidando uma expans�o de 40,4% - ante uma queda anual de mais de 30% em 2018, na mesma base de compara��o.

O crescimento das contribui��es levou as reservas acumuladas pelos participantes do sistema para o patamar de R$ 946,8 bilh�es. "A ind�stria ruma para superar a marca de R$ 1 trilh�o em reservas, o que mostra o vigor do setor neste momento de recupera��o da economia", avalia Nasser.

Ele chama aten��o para o aumento de participantes no sistema, que nos �ltimos anos teve de diversificar seu portf�lio e baixar o custo da gest�o para reter sua base frente � propaga��o de casas que ofereciam fundos e planos sem taxa de carregamento e um ped�gio menor pela gest�o dos ativos.

Depois de perder 200 mil clientes em 2018, as seguradoras conseguiram atrair 400 mil novos usu�rios para o setor de previd�ncia privada aberta, fechando o ano passado com um total de 13,5 milh�es de indiv�duos com planos nas m�os.

"A aprova��o da reforma da Previd�ncia foi fundamental para atrair novos participantes e ajudar a mudar um pouco o comportamento do mercado. At� por falta da informa��o, existia uma vis�o de que o governo operaria um milagre, o que come�ou a mudar", explica Nasser.

De acordo com ele, n�o � poss�vel tra�ar um perfil dos novos participantes, uma vez que as seguradoras n�o abrem esses detalhes. H�, por�m, conforme o presidente da FenaPrevi, o ingresso de novos participantes com perfil b�sico e que est�o investindo em um plano de previd�ncia privada aberta pela primeira vez na vida. Al�m do debate da reforma, contribuiu para atrair esse p�blico a diversifica��o de produtos do setor, que passou a investir em planos de t�quete menor - h� planos que aceitam a aplica��o a partir de R$ 50 por m�s.

Queda nos juros

A queda dos juros b�sicos (a Selic) no Pa�s, que agora est� em 4,25% ao ano, tamb�m ajudou nesse movimento. Em busca de melhor remunera��o, os participantes seguem se deslocando para fundos multimercado, que combinam diferentes estrat�gias. A modalidade fechou o ano respondendo por 13% das aplica��es. O �ndice, segundo a FenaPrevi, era de 9,8%, em 2018, e de 7,3%, em 2017.

"Um fator importante para o crescimento de nossas reservas foi o aumento das op��es no portf�lio do mercado de previd�ncia. Com a queda dos juros, ampliamos a oferta de fundos multimercado, o que foi decisivo para fortalecer a atratividade dos planos", diz Nasser.

Valor investido

O volume de investimentos de pessoas f�sicas totalizou R$ 3,263 trilh�es no ano passado, 12,05% mais do que em 2018, segundo a Associa��o Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima). "Foi o melhor desempenho dos �ltimos anos. Muito disso foi puxado pela renda vari�vel, em meio ao ano positivo na Bolsa de Valores, que teve crescimento acima de 31%", disse o presidente do F�rum de Distribui��o da Anbima, Jos� Ramos Rocha Neto. As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.