
S�o Paulo – A percep��o de que a epidemia do coronav�rus est� longe de ser contida, com o aumento do n�mero de mortes e casos suspeitos na China e em outros pa�ses, fez a Bolsa fechar em queda o primeiro preg�o da semana. Os relatos de que a doen�a tem afetado os neg�cios de exportadores e importadores brasileiros alimentam o mau humor do mercado, enquanto cresce o n�mero de casas que consideram vi�s de baixa para o PIB de 2020.
Assim, o Ibovespa, principal �ndice da B3, terminou a sess�o de ontem em baixa de 1,05%, aos 112.570,30 pontos, na antev�spera de vencimento de op��es sobre o �ndice, o que tamb�m gerou press�o de vendas nesta primeira sess�o da semana. O n�vel de fechamento de ontem foi o menor para o Ibovespa desde 16 de dezembro, quando o �ndice encerrou aos 111.896,04 pontos – no dia seguinte, fechou a 112.615,66. Na m�nima, o �ndice foi hoje aos 112.134,40 e na m�xima aos 114.176,46 pontos. No ano, acumula agora perda de 2,66% e, no m�s, de 1,05%. As fortes chuvas que atingiram S�o Paulo e causaram transtornos em v�rios pontos da cidade n�o chegaram, segundo operadores, a prejudicar os neg�cios da Bolsa, que teve giro de R$ 29,1 bilh�es nesta sess�o, em n�vel elevado.
No in�cio da tarde, a Organiza��o Mundial da Sa�de (OMS) informou que, na China, j� foram identificados 40.235 casos de coronav�rus, com 909 mortes. No resto do mundo, 309 pacientes foram diagnosticados com a doen�a em 24 pa�ses, com uma morte nas Filipinas. "Cerca de 2% dos casos s�o fatais, o que ainda � muito", disse o diretor-geral da entidade, Tedros Adhanom Ghebreyesus, em coletiva de imprensa em Genebra, na Su��a.
A epidemia tem causado revis�es para baixo no PIB da China, segunda maior economia do mundo e principal parceira comercial do Brasil. Na semana passada, por exemplo, o JPMorgan cortou estimativa para a expans�o da economia chinesa, de 4,9% para 1% no primeiro trimestre e de 5,8% para 5,4% no ano.
No Brasil, o movimento de revis�es � mais t�mido, mas os sinais de alerta t�m crescido. Em relat�rio divulgado ontem, o Commerzbank ressaltou que os dados de atividade econ�mica t�m sido decepcionantes no Brasil, sem que ainda se saiba a extens�o do impacto do coronav�rus. O Ita� Unibanco e o Banco Fibra, por sua vez, admitiram, tamb�m em relat�rios divulgados ontem, que consideram vi�s de baixa para suas proje��es de PIB em 2020, atualmente em 2,2% e 2,6%, respectivamente. Ambos citam o coronav�rus como fator de risco.
Luiz Roberto Monteiro, operador de mesa institucional da Renascen�a, afirma que a falta de perspectivas positivas para a epidemia refor�a o pessimismo. "Por enquanto, n�o estamos vendo nenhuma solu��o. Os casos de morte e os casos suspeitos est�o aumentando, os exportadores e importadores est�o tendo problemas e algumas casas t�m reduzido suas estimativas para o PIB", diz. Na semana passada, por exemplo, a Ita� Asset diminuiu proje��o para o crescimento da economia brasileira, de 2,7% para 2,3% em 2020.
As declara��es dadas ontem pelo presidente da C�mara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), tamb�m pesaram sobre os neg�cios. Maia disse que a privatiza��o da Eletrobras "a cada dia que passa, fica mais dif�cil". Os pap�is ON da estatal ca�ram 3,78% e ajudaram a derrubar o principal �ndice da B3.
D�lar
Em uma sess�o marcada pela baixa liquidez no Brasil, o d�lar encerrou o dia em leve alta ante o real. O principal vetor para o mercado foi, novamente, as incertezas em rela��o ao crescimento global em fun��o do surto de coronav�rus na China. As chuvas que atingem S�o Paulo desde a noite de domingo reduziram as negocia��es nas mesas.
O d�lar � vista encerrou o dia em alta de 0,03%, aos R$ 4,3220. J� a moeda americana para mar�o subiu 0,07%, aos R$ 4,3290. O volume de d�lar futuro negociado ficou perto de US$ 13,3 bilh�es – abaixo do que � visto em um dia normal de neg�cios. "Muita gente n�o chegou ao trabalho hoje (ontem) por conta das chuvas. E quem chegou �s vezes tem problemas para processar a opera��o", comentou durante a tarde o profissional da mesa de c�mbio de um grande banco. "Muito trader ficou em casa."
De acordo com o diretor da Fourtrade Corretora, Luiz Carlos Baldan, alguns bancos nem chegaram a abrir posi��es no mercado, porque tinham dificuldades no backoffice para atender os clientes. "O mercado nem pode oscilar tanto, porque n�o h� nem muito par�metro para oscilar. Parece que � um dia de n�o mercado", comentou.
Durante a sess�o, o d�lar � vista chegou a registrar a m�xima de R$ 4,3292 (+0,19% em rela��o ao fechamento de sexta-feira), um recorde hist�rico em termos nominais. O vi�s de alta era puxado pelas incertezas em rela��o aos impactos da epidemia de coronav�rus sobre o crescimento da China e, em consequ�ncia, do restante do mundo.
Juros
Os juros futuros encerraram o dia de lado nos vencimentos de curto prazo e com leve queda nos trechos longo e intermedi�rio. A taxa do contrato de Dep�sito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2021 fechou a sess�o regular com taxa de 4,265% e a estendida a 4,255%, ante 4,275% no ajuste de sexta-feira. A do DI para janeiro de 2023 encerrou a regular em 5,52% e a estendida em 5,50%, de 5,56% na sexta-feira. A do DI para janeiro de 2025 passou de 6,202% para 6,15% (regular) e 6,13% (estendida). O DI para janeiro de 2027 terminou com taxa de 6,48% (regular) e 6,46% (estendida), ante 6,55%.