Informalidade cresce e � recorde em 20 estados

A estudante universit�ria Dennyse Sousa, 24, mora em Bel�m (PA) e trabalha desde os 16 anos. Nunca teve a carteira assinada. Ela estagiou, foi bab�, atendente em uma gr�fica e freelancer em eventos como demonstradora de produtos em supermercados. H� tr�s anos, vende brincos e acess�rios artesanais. "Como n�o conseguia um emprego fixo, com carteira assinada, eu tive que tentar v�rias maneiras de conseguir alguma renda. Queria aliviar as despesas da fam�lia", diz.

A hist�ria de Dennyse ilustra a informa��o divulgada ontem pelo IBGE de que a melhora na qualidade do emprego gerado no Pa�s ainda est� concentrada em poucos locais, especialmente em S�o Paulo, segundo os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domic�lios Cont�nua (Pnad Cont�nua).

No ano de 2019, a taxa de informalidade alcan�ou recorde em 19 Estados, al�m do Distrito Federal. Na m�dia do Brasil, a taxa de informalidade foi de 41,1%, o equivalente a 38,4 milh�es de pessoas entre os trabalhadores ocupados. Mas esse porcentual subia a 62,4% no Par�, onde reside Dennyse. No Maranh�o, 60,5% dos trabalhadores ocupados eram informais. No Estado de S�o Paulo, a taxa de informalidade m�dia foi de 32,0% no ano passado, tamb�m o n�vel mais elevado da s�rie iniciada em 2016.

"O ano de 2019 � importante, porque � o terceiro ano seguido com aumento na ocupa��o. Mas outros indicadores mostram que a qualidade desse trabalho que est� sendo gerado ainda carece de uma melhora", ponderou Adriana Beringuy, analista da Coordena��o de Trabalho e Rendimento do IBGE.

Na passagem do terceiro trimestre de 2019 para o quarto trimestre do ano, a taxa de desemprego teve um recuo estatisticamente significativo - ou seja, superou a margem de erro - em apenas nove das 27 Unidades da Federa��o. Em S�o Paulo, a taxa de desemprego desceu de 12,0% para 11,5%, movimento semelhante ao da m�dia nacional, que saiu de 11,8% para 11,0% no per�odo.

Foram abertas 593 mil vagas com carteira assinada no setor privado em todo o Pa�s no �ltimo trimestre do ano passado, sendo mais da metade delas em S�o Paulo, que gerou 324 mil postos formais a mais no per�odo. Em todo o Brasil, apenas quatro Estados tiveram avan�o significativo na carteira assinada no �ltimo trimestre do ano: S�o Paulo, Rond�nia, Para�ba e Sergipe.

O Estado de S�o Paulo abriu 473 mil vagas formais no setor privado no per�odo de um ano. "A gente n�o v� nenhuma atividade se destacando. Tudo indica que foi uma soma de pequenas rea��es setoriais. N�o foi a ind�stria que reagiu em S�o Paulo e come�ou a contratar com carteira na regi�o. N�o parece ser isso", disse Adriana.

No quarto trimestre de 2019, o Pa�s ainda tinha 11,632 milh�es de desempregados, sendo 2,910 milh�es deles em busca de emprego h� pelo menos dois anos.

E entre esses desempregados est� Dennyse, a estudante do in�cio deste texto, que segue vendendo brincos por ,meio das redes sociais e em eventos. Sem emprego formal s�o essas vendas que ajudam com as despesas da faculdade, tarifa de transporte p�blico, produtos de higiene, entre outras. As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.