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Estado de Minas ECONOMIA

'Investimento vai buscar impacto positivo', diz diretor do Deutsche Bank


postado em 16/02/2020 10:50

Diretor de investimentos do Deutsche Bank Wealth Management nas Am�ricas, o indiano Deepak Puri n�o hesita ao ser questionado sobre o impacto da pol�tica ambiental do governo Bolsonaro na atra��o de investimento estrangeiro: "Sim, tem atrapalhado."

"O mercado questiona o qu�o sens�vel o Brasil � para a quest�o ambiental. Esse tema foi o principal das discuss�es em Davos neste ano, mas escuto de nossos clientes h� alguns anos", disse.
Segundo ele, o Brasil pode perder 0,1 ponto porcentual do PIB em 2020 por causa do coronav�rus, mas, ao que tudo indica, deve registrar uma recupera��o mais forte neste ano.

Com o coronav�rus, o que se pode esperar para a economia?

Sempre h� riscos que podem mudar a trajet�ria da economia. O n�mero do Deutsche Bank para o PIB global � 3,1% para 2019 e 2020. O que muda � o crescimento dos pa�ses. Esperamos que os EUA desacelerem de 2,2% a 1,6%. A China, e isso pr�-coronav�rus, de 6,2% para 5,8%. Mas h� outros pa�ses acelerando, como Brasil, �ndia e R�ssia.

Mas 3,1% � um n�mero bom? H� quem considere recess�o global um PIB abaixo de 3%.

N�o � muito bom, mas n�o � t�o ruim. Est� em um intervalo em que os bancos centrais podem estimular o crescimento. Por exemplo, os EUA crescendo 1,6% � abaixo do potencial. Mas, seis meses atr�s, est�vamos preocupados com uma recess�o. O Escrit�rio Or�ament�rio do Congresso dos EUA fez um estudo para ver qual seria o PIB m�dio para os anos 2020, e � 1,7%. Precisamos estar confort�veis com a ideia que n�o se cresce mais a 4%.

E qual seria o n�mero global para os anos 2020?

Se voc� olhar para �rg�os como FMI e Banco Mundial, eles diriam que 3,1% n�o � bom. Eles gostariam de algo pr�ximo a 4%. O problema � que, globalmente, a taxa de crescimento demogr�fico � 2,1%. Ent�o, 2,1% � o fluxo e, a partir da�, � preciso produtividade. E produtividade no mundo desenvolvido est� diminuindo. Ent�o, com 4%, as pessoas e os investidores ficariam felizes. Mas n�o estamos vendo isso.

Qual o impacto do coronav�rus?

Achamos que pode tirar de 0,3 a 0,4 ponto porcentual do PIB chin�s no ano. Mas o BC chin�s vai estimular a economia e o governo tamb�m. Por isso, � cedo para mensurar o impacto. Mas, globalmente, devemos ver uma perda de 0,2 ponto porcentual.

Esse � o quarto ano que economistas dizem que o PIB brasileiro vai ganhar tra��o.Nos outros tr�s anos, isso n�o se concretizou. Acha que agora vai?

Esperamos um crescimento de 2,3%, mas isso � pr�-coronav�rus. A epidemia pode tirar 0,1 ponto porcentual. Mas h� raz�es estruturais para acreditar no crescimento. O fluxo de fundos, o dinheiro do exterior, come�ou a voltar. Tamb�m teve a reforma da Previd�ncia. O que ainda desaponta s�o os dados da atividade. Mas o fato de o BC ter cortado os juros deu impulso aos neg�cios.

O sr. disse que o dinheiro est� vindo para o Brasil. Mas, na Bolsa, por exemplo, o investidor estrangeiro ainda n�o voltou.

N�o diria que a grande onda come�ou, mas h� sinais de melhora. Entre 2015 e 2017, voc� n�o ouvia falar sobre o Brasil entre os investidores globais. Come�ou a haver conversas sobre o Pa�s em 2019, mas de forma devagar. Em vez do mercado de a��es, vejo mais demanda no mercado de t�tulos.

Aqui h� uma preocupa��o com a possibilidade de haver uma bolha na Bolsa. � poss�vel?

Ouvi isso tamb�m para o mercado de a��es dos EUA. O fato � o que os BCs est�o transformando as a��es mais atraentes ao cortar juros. Se h� uma bolha, realmente n�o a vejo. Uma bolha significa que voc� est� comprando sem prestar aten��o nos fundamentos corporativos e macroecon�micos. N�o vejo isso na B3 nem no S&P; 500. Vejo uma rea��o muito otimista do mercado � pol�tica monet�ria expansionista.

O Brasil tem sido criticado por suas pol�ticas ambientais. A postura do presidente Bolsonaro nessa �rea tem atrapalhado a atra��o de investimento estrangeiro?

Sim, tem. A governan�a ambiental e social est� na cabe�a dos investidores. Quando ocorre algo como abrir a Amaz�nia para a explora��o, d� a percep��o fora do Brasil de que o governo n�o se importa com o meio ambiente. O mercado questiona qu�o sens�vel o Brasil � para a quest�o ambiental. A quest�o do meio ambiente foi, de longe, a principal em Davos neste ano, mas estou escutando isso dos nossos clientes h� alguns anos. No Deutsche Bank, estamos nos movendo para o que chamamos de performance com objetivo. Queremos investir onde haja um impacto positivo para a sociedade. � o modo que as pessoas v�o investir agora e no futuro. As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.


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