(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas ECONOMIA

Banco Central monta centro para acelerar a cria��o de fintechs


postado em 16/02/2020 15:40

Um dos mais fechados e sisudos �rg�os do governo, o Banco Central tem aberto suas portas para startups de inova��o em servi�os para o sistema financeiro. O fiscal da economia virou ambiente favor�vel para acelerar prot�tipos de tecnologia avan�ada. Com apoio do BC, as fintechs, como s�o chamadas essas startups financeiras, desenvolvem projetos lado a lado com t�cnicos que elaboram as normas regulat�rias do mercado brasileiro.

Criado h� dois anos, o ainda pouco conhecido Laborat�rio de Inova��es Financeiras e Tecnol�gicas (LIFT) lan�a, em mar�o, a terceira chamada de inscri��o para novos projetos. A experi�ncia tem dado resultado. Prot�tipos "acelerados" no LIFT j� come�aram a receber aportes de investidores interessados nas fintechs (mais informa��es nesta p�gina). O projeto foi inspirado na experi�ncia do Banco da Inglaterra e da autoridade monet�ria de Cingapura.

A iniciativa ganha f�lego redobrado na esteira do avan�o tecnol�gico das �ltimas d�cadas, que tem mudado o jeito como os servi�os financeiros s�o oferecidos e mexido com os grandes bancos. Nesse novo ambiente digital, os processos s�o mais simples e t�m custo mais barato para o consumidor.

"Durante muito tempo, o BC foi acusado de ser uma caixa-preta e de estar fechado em si. O LIFT rompe esse paradigma e coloca o banco numa postura de abertura e di�logo", diz a diretora de administra��o do BC, Carolina de Assis Barros.

Ela explica que o LIFT n�o � um propriamente uma incubadora (que atua na fase de cria��o de um prot�tipo), mas uma aceleradora de desenvolvimento do projeto.

Essa � uma segunda fase do processo de inova��o, quando o projeto ganha corpo e entra na etapa de teste, com clientes de verdade.

Para o BC, o LIFT � uma oportunidade de diminuir a curva de aprendizado. Segundo Carolina, esse aprendizado precisa ser r�pido para que o �rg�o regulador acompanhe e valide as regras necess�rias para dar seguran�a aos clientes desses novos servi�os.

A diretora conta que o banco percebeu que tinha de estar no nascedouro dessas tecnologias para lidar com o sistema financeiro do futuro, que � digital. "Olhamos o projeto e vemos coisas que n�o necessariamente eles estejam vendo. Temos o olhar regulat�rio", diz.

Parcerias. Um projeto aceito no LIFT recebe coopera��o de diferentes �reas do banco e de empresas como IBM, Oracle, Amazon e Microsoft. Essas parceiras oferecem o ambiente virtual onde o prot�tipo � desenvolvido. No primeiro ano do LIFT, dos 18 projetos selecionados, 12 chegaram ao final. No segundo, 20 foram escolhidos e 17 terminaram o prot�tipo.

O BC n�o recebe no LIFT qualquer ideia. Ela tem que estar alinhada � agenda "BC#", cronograma do banco para implementa��o de novas tecnologias. Muitas come�am a sair em 2020, depois que o presidente do BC, Roberto Campos Neto, decidiu acelerar essa agenda.

Todo o desenvolvimento � feito no ambiente das empresas de tecnologia. Na incuba��o, as empresas t�m reuni�es com t�cnicos do BC, metas e avan�am at� a entrega do produto.

Aristides Cavalcante, chefe adjunto do Departamento de TI do BC, diz que o ambiente virtual recebe projetos de v�rias regi�es do Pa�s e tamb�m do exterior. Na primeira edi��o, duas empresas eram da Calif�rnia. Ter o selo do LIFT ajuda para que os projetos recebam aportes no futuro. "N�o � s� uma ideia incubada. � um prot�tipo com in�cio, meio e fim."

Incuba��o

O "selo" do Laborat�rio de Inova��es Financeiras e Tecnol�gicas (LIFT) do Banco Central j� abriu caminho para investimentos nas startups que ficaram incubadas. Rec�m-adquirida pela Valid - multinacional brasileira que presta servi�os digitais e fabrica cart�es banc�rios -, a fintech BluPay passou pelo LIFT.

Foi justamente a experi�ncia na aceleradora que atraiu o interesse da Valid. A empresa, listada na B3 e com presen�a em 16 pa�ses, comprou 51% da BluPay para crescer na oferta de transa��es digitais.

A ideia � oferecer uma plataforma de pagamento instant�neo, inova��o que est� em fase de regula��o pelo BC e que faz parte da agenda de medidas para aumentar a competi��o no fechado clube do sistema banc�rio em que grandes bancos dominam o mercado.

Fundador da BluPay, Rubens Rocha diz que o LIFT proporcionou bastante troca e funcionou como porta de acesso para a fintech. "Para quem est� tentando pensar em novas alternativas para o setor financeiro, se aproximar quem de fato tem o controle da execu��o da regulamenta��o do nosso sistema financeiro funciona com uma ponte muito importante", conta Rocha.

Com uso da blockchain, tecnologia que faz o registro de uma transa��o de moeda virtual, o produto desenvolvido pela BluPay j� nasce em conformidade com a regulamenta��o de pagamento instant�neo do BC. Unindo conceitos do open banking (troca de informa��es dos dados dos clientes entre as institui��es), a plataforma pretende integrar as diversas pontas - pessoas, governo e empresas - para fazer a movimenta��es de recursos de forma instant�nea. O pagamento poder� ser feito em at� 20 segundos usando uma infraestrutura que o BC colocar� � disposi��o a partir de fevereiro.

Rocha explica que a plataforma faz esse servi�o com mais velocidade e trazendo uma garantia e um sistema 100% auditado e com rastreabilidade. O BC criou um calend�rio de homologa��o dessa plataforma com entrada de produ��o em novembro deste ano.

"O nosso interesse � caminharmos de maneira bastante agressiva para migra��o e complementaridade de servi�os de transa��es", conta Maur�cio Menezes, diretor da Valid.

A Nobli, fintech de cr�dito pessoal, � outra startup que recebeu aporte de recursos depois de testar seu produto na aceleradora do BC. O investimento veio da Redpoint eventures, gestora que investe em startups em fase inicial por meio de rodadas sucessivas de capta��o, muitas vezes com investidores diferentes. "A empresa cresce num m�s o que uma empresa tradicional leva um ano", diz Anderson Thees, fundador da Redpoint.

Para ele, o LIFT mostra que o �rg�o regulador do sistema financeiro brasileiro est� aberto � inova��o. "� muito bacana e s�o poucos pa�ses que tem um BC atento com o potencial da fintechs", ressalta. Um dos grandes riscos para o investidor de empresas inovadoras � justamente o regulat�rio. "A mensagem do agente regulador � que a inova��o tem vida."

Campos Neto quer parcerias com universidades

Em 2020, o Banco Central quer que o LIFT Learning estimule a parceria com universidades, centros de pesquisa e escolas de tecnologia da informa��o. A ideia � fomentar o esp�rito empreendedor de jovens estudantes da �rea de servi�os financeiros.

� frente do BC, Roberto Campos Neto acelerou o cronograma de medidas visando � queda do custo do cr�dito no Pa�s. Em 2020, a institui��o quer tirar do papel o novo pagamento instant�neo, apelidado de "zap de pagamentos", que vai permitir transfer�ncia online para quita��o de contas, sem uso de dinheiro, cart�o ou conta em banco. Com v�rios cursos na Singularity University, refer�ncia em tecnologia, Campos Neto ajudou a montar a plataforma digital do Santander, onde trabalhava antes de assumir o BC.
As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.


receba nossa newsletter

Comece o dia com as not�cias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, fa�a seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)