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Estado de Minas ECONOMIA

Brasileiros recorrem ao cr�dito rotativo, apesar de alto custo


postado em 17/02/2020 07:29

A quantidade de dinheiro emprestado via cr�dito rotativo no cart�o aumentou. Em dezembro do ano passado, foram R$ 41,1 milh�es concedidos, ante R$ 34,2 milh�es no mesmo per�odo de 2018 - o que significa um aumento de 20% do cr�dito concedido nesta modalidade.

O cliente entra no "rotativo do cart�o" quando n�o efetua o pagamento completo da fatura e quita apenas o valor m�nimo ou atrasa a data de vencimento da conta. Dentro disso, o que tamb�m aumentou foi a inadimpl�ncia: do valor total emprestado no rotativo, R$ 25,1 milh�es dizem respeito a faturas atrasadas. Em 2018, esse valor era de R$ 19,9 milh�es. Os dados s�o do Banco Central.

Na busca de conhecer melhor os h�bitos de quem usa regularmente o cart�o de cr�dito e de entender o que leva o brasileiro a continuar adquirindo esse tipo de empr�stimo emergencial, o Guiabolso - aplicativo de gest�o financeira - realizou uma pesquisa com seus usu�rios.

O estudo concluiu que quanto menor a renda do consumidor, mais ele usa, proporcionalmente, o limite dispon�vel. A pesquisa dividiu os cart�es em tr�s grupos: Gold, relativo aos usu�rios que t�m renda de R$ 1 mil a R$ 7 mil; Platinum, de R$ 7 mil a R$ 15 mil; e Black, acima de R$ 15 mil. Para a faixa salarial mais baixa, chega a 13% o grupo de pessoas que usaram mais de 50% do limite. J� para a mais alta, essa porcentagem � de 10%.

"A diferen�a pode parecer pequena, mas estamos falando de 30% a mais de pessoas na faixa salarial mais baixa que comprometem acima de 50% do seu limite no cart�o de cr�dito", diz o diretor de Produto e Tecnologia do Guiabolso, Julio Duran.

Ele explica que o cr�dito liberado pelo emissor do cart�o � o resultado da an�lise da renda do cliente somado ao seu relacionamento com o banco e seu hist�rico de pagamento. O problema no or�amento, no entanto, costuma acontecer quando o consumidor passa a contar com o cr�dito do cart�o para dar conta dos seus gastos.

"O risco de ter um limite muito grande � 'ter corda para se enforcar' e cair no rotativo, que � um cr�dito caro", diz Duran.

Custa mais. De fato, essa modalidade de empr�stimo pesa no or�amento. A taxa de juros m�dia do cr�dito rotativo subiu 0,6 ponto porcentual em dezembro em rela��o a novembro. Assim, ela fechou 2019 em impressionantes 318,9% ao ano. No ano, o crescimento foi de 33,5 pontos porcentuais.

"O banco avalia os riscos de emprestar o dinheiro e n�o o risco para o or�amento do cliente. A institui��o espera que, uma vez que o cliente � considerado bom pagador, se houver uma emerg�ncia, ele vai parcelar a fatura. Essas empresas contam, sim, que uma hora o cliente vai extrapolar e cair no rotativo", diz o planejador financeiro pela Planejar, Janser Rojo.

Para ele, o maior uso proporcional do limite por pessoas que t�m renda mais baixa mostra que, como neste caso a quantidade de cr�dito oferecida tamb�m � menor, � mais f�cil consumi-la. Al�m disso, ele pontua que, em geral, quanto mais baixa � a faixa salarial, menor costuma ser a educa��o financeira dessas fam�lias. "Quem ganha menos pode acabar sendo mais dependente do uso do cart�o", concorda Julio Duran. Essa depend�ncia, em geral est� ligada � falta de conhecimento dos reais custos de um cr�dito que est�, literalmente, � m�o.

Facilidade

� consenso entre os especialistas que a rapidez em acessar os cr�ditos emergenciais como o rotativo do cart�o e o cheque especial � o que mais contribui para o seu uso irrespons�vel. "Hoje os gastos com o cart�o de cr�dito s�o muito r�pidos e parecem inofensivos. � uma corrida no aplicativo de transporte, um pedido de delivery em outra plataforma e, quando voc� v�, a fatura do m�s te surpreende", diz Duran, do Guiabolso.

Para aprender a lidar com as armadilhas que o cr�dito dessa modalidade traz para o consumidor, o planejador Janser Rojo indica que, na hora de estabelecer o or�amento do m�s, o consumidor divida seus gastos por categorias, indicando o quanto ele pode gastar em cada �rea da sua vida como alimenta��o, divers�o, vestu�rio, aluguel, entre outras.

Sendo assim, o ideal � que s� se use o cart�o de cr�dito quando houver dinheiro dispon�vel para aquela parte do or�amento. "Quando o cart�o de cr�dito � usado desta maneira, s� h� vantagens e o risco de cair no rotativo fica longe. � poss�vel aproveitar as milhas, os programas de cashback e ainda ter a vantagem de manter o dinheiro em conta at� o vencimento da fatura", diz Rojo.

J� para quem tem problemas recorrentes com as faturas do cart�o, a solu��o pode ser um pouco mais agressiva. Nesse caso, os especialistas recomendam que o consumidor pe�a ao banco para reduzir o seu limite dispon�vel, de maneira a for��-lo a reduzir seus gastos. As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.


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