
Bras�lia – O rombo das contas externas brasileiras cresceu no in�cio deste ano. Segundo o Banco Central (BC), o d�ficit do setor externo foi de US$ 11,9 bilh�es em janeiro. O resultado � o pior para o m�s nos �ltimos cinco anos e foi influenciado, sobretudo, pela queda das exporta��es brasileiras.
O d�ficit em transa��es correntes (entradas e sa�das de dinheiro proveniente do com�rcio de bens e servi�os, pagamento de transfer�ncias e as contas relativas a investimentos) de janeiro � cerca de 30% maior que o registrado no mesmo m�s do ano passado (US$ 9 bilh�es). E � ainda maior que o rombo esperado pelo Banco Central (BC), que, no fim do ano passado, projetou resultado negativo de US$ 8,7 bilh�es para o resultado de janeiro passado.
O Banco Central (BC) explicou, por sua vez, que esse resultado � fruto do comportamento da balan�a comercial brasileira. “O desempenho das exporta��es apresentou redu��o de 19,5% em rela��o ao mesmo m�s do ano anterior”, disse o chefe do Departamento de Estat�sticas do BC, Fernando Rocha.
As exporta��es brasileiras somaram US$ 14,5 bilh�es no m�s passado, frente aos US$ 18 bilh�es de janeiro de 2019. Os analistas de bancos e corretoras acreditam, como admitiu Rocha, que essa redu��o pode estar relacionada � desacelera��o da economia da China, que ampliou o feriado lunar e deixou f�bricas fechadas em boa parte de janeiro devido ao surto de coronav�rus. O cen�rio levou � redu��o da demanda de produtos de outros pa�ses, como as commodities (produtos agr�colas e minerais cotados no mercado internacional) brasileiras.
N�o fosse isso, as exporta��es poderiam ter tido resultado bem melhor, uma vez que o d�lar alto favorece os exportadores brasileiros. A influ�ncia da moeda norte-americana, por sinal, foi sentida em outra conta importante do balan�o das transa��es correntes. A conta de servi�os, que reduziu o seu d�ficit em 6,4% devido, entre outras coisas, � redu��o dos gastos dos brasileiros no exterior. S� os gastos com viagens internacionais ca�ram quase 15% em raz�o da escalada do d�lar. Por isso, o rombo da conta de servi�os saiu de US$ 2,841 bilh�es em janeiro de 2019 para US$ 2,659 em janeiro �ltimo – o melhor resultado para o m�s desde 2016.
A conta de rendas prim�rias, a terceira e �ltima do balan�o das transa��es correntes, tamb�m teve performance melhor que a de janeiro de 2019, mas por outro motivo: a redu��o da taxa de juros, aquela que remunera os t�tulos do governo no mercado financeiro e serve de refer�ncia para as opera��es nos bancos e no com�rcio. O d�ficit caiu 7%, passando de US$ US$ 7,2 bilh�es para US$ 6,8 bilh�es, j� que o Brasil est� precisando gastar menos para pagar os juros da d�vida externa.
“O d�ficit de transa��es correntes foi de US$ 11,8 bilh�es. E o principal respons�vel foi a redu��o do resultado da balan�a comercial, que atingiu um d�ficit de US$ 2,6 bilh�es em janeiro, porque, nas demais contas, tivemos uma redu��o do d�ficit”, refor�ou Rocha, do BC. Contudo, segundo ele, uma opera��o de importa��o de US$ 2,1 bilh�es ocorrida no �mbito do Repetro tamb�m contribuiu para a piora do resultado da balan�a comercial. Por isso, o BC espera saldo mais positivo para este m�s. A estimativa � de que a conta de transa��es correntes do Brasil encerre fevereiro com rombo de US$ 4 bilh�es.
Gastos no exterior
A conta de viagens internacionais voltou a registrar d�ficit em janeiro. No m�s passado, a diferen�a entre o que os brasileiros gastaram l� fora e o que os estrangeiros desembolsaram no Brasil representou saldo negativo de US$ 857 milh�es. Em igual m�s de 2018, o rombo nessa conta foi de US$ 986 milh�es. O desempenho das viagens internacionais foi determinado por despesas de brasileiros no exterior, que somaram US$ 1,438 bilh�o em janeiro. J� o gasto dos estrangeiros em passeio pelo Brasil ficou em US$ 582 milh�es no m�s passado. (Com ag�ncias)
EUA liberam carne bovina

O Minist�rio da Agricultura, Pecu�ria e Abastecimento (Mapa) informou, ontem, ter sido comunicado de que o governo dos Estados Unidos (EUA) abriu seu mercado para a carne bovina in natura do Brasil. O comunicado foi feito pelo Departamento de Agricultura do pa�s (USDA, na sigla em ingl�s). “Uma not�cia que esper�vamos com ansiedade h� algum tempo e que hoje eu tive a felicidade de receber. � uma �tima not�cia, porque isso traz o reconhecimento da qualidade da carne brasileira por um mercado t�o importante como o americano”, disse a ministra titular da pasta,Tereza Cristina.
A libera��o permite que o Brasil envie �quele pa�s, de imediato, produtos de carne bovina in natura derivados de animais abatidos. O comunicado encaminhado ao Mapa destaca que o Brasil corrigiu os problemas sist�micos que levaram � suspens�o dos embarques ao EUA. Ainda segundo o Mapa, o governo norte-americano vai encerrar os casos pendentes de viola��o de pontos de entrada associada � suspens�o de 2017.
Antes da primeira remessa, o Departamento de Inspe��o de Produtos de Origem Animal do Mapa (Dipoa) deve enviar lista atualizada de estabelecimentos eleg�veis certificados. As compras de cortes bovinos do Brasil foram suspensas pelos EUA em 2017, em consequ�ncia das rea��es (abcessos) provocadas no rebanho pela vacina contra a febre aftosa.
Desde o in�cio do ano passado, a ministra participou de diversas reuni�es com o secret�rio de Agricultura dos Estados Unidos, Sonny Perdue, para tratar do assunto. Em junho de 2019, miss�o de veterin�rios norte-americanos esteve no Brasil para inspecionar frigor�ficos de bovinos e su�nos. A miss�o retornou em janeiro �ltimo.
Previs�o � otimista no campo
O Produto Interno Bruto (PIB) do setor agropecu�rio deve apresentar crescimento maior do que o previsto para 2020. A estimativa � do Instituto de Pesquisa Econ�mica Aplicada (Ipea), que revisou as previs�es para este ano. De acordo com estudo, divulgado ontem, para 2020 a expans�o do setor dever� variar de 3,4% a 4,15%, com base em proje��es do Instituto Brasileiro de Geografia e Estat�stica (IBGE) e da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). A estimativa anterior do Ipea era de crescimento entre 3,2% e 3,7%.
De acordo com o Ipea, a melhora nos cen�rios para a safra 2019/2020 representa forte acelera��o da atividade do setor em rela��o ao ano passado, quando o crescimento foi de 0,7%, segundo estimativa do instituto. O estudo, nos dois cen�rios, mostrou que o componente que mais deve contribuir positivamente para esse resultado s�o as lavouras. A expectativa � de que a produ��o cres�a acima de 3,9% devido principalmente � expans�o esperada na oferta de soja e caf�.
No caso da soja, as previs�es indicam que a produ��o crescer� entre 7,1% (segundo a Conab) e 8,7% (de acordo com o IBGE). Aliado a isso, � esperada eleva��o de dois d�gitos na produ��o de caf�, 13,1%. Para a pecu�ria, as proje��es indicam crescimento de 3,5% neste ano. O destaque fica com a produ��o de su�nos, com alta de 4,5%. O segmento de bovinos deve apresentar crescimento de 3,5% e a de aves, 2,1%. O Ipea chama a aten��o para a possibilidade de efeitos da epidemia de coronav�rus na China sobre a demanda por produtos agropecu�rios.
Novo recorde
O d�lar comercial teve valoriza��o de 0,02% ontem e fechou o preg�o cotado a R$ 4,3926, batendo novo recorde. A cota��o m�xima registrada anteriormente foi de R$ 4,3917, �ndice final da �ltima quinta-feira. Durante o dia, a moeda norte-americana atingiu o recorde nominal de R$ 4,40, maior valor sem considerar a infla��o na hist�ria. O pico de R$ 4,40 foi atingido logo no in�cio do preg�o, por volta de 9h30. Por�m, com o avan�o da manh� a moeda norte-americana se desvalorizou, atingindo a m�nima de R$ 4,37. A queda ocorreu devido � interven��o do Banco Central. Al�m disso, analistas de bancos e corretoras apontam que a divulga��o de dados ruins sobre a atividade dos setores de manufatura e servi�os nos Estados Unidos contribuiu para a mudan�a de dire��o. Eles atribuem as altas recentes do d�lar �s preocupa��es com a crise provocada pela epidemia do novo coronav�rus na China e aos juros m�nimos no Brasil.