A melhora nas proje��es para o crescimento econ�mico n�o levanta preocupa��es sobre a capacidade do setor el�trico de absorver investimentos. Para especialistas, a expans�o do parque gerador nos �ltimos anos garante uma folga pelo menos at� 2024, e n�o h� qualquer risco de desabastecimento.
Ap�s tr�s anos de avan�o pr�ximo de 1%, a expectativa de crescimento do PIB em 2020 at� vem caindo, mas est� em 2,23%, segundo a �ltima pesquisa Focus do Banco Central. Nos quatro anos anteriores, o consumo de energia subiu cerca de 5%, de 64 mil megawatts m�dios (MWm) em 2015 para 67 mil MWm em 2019. No mesmo per�odo, a capacidade instalada subiu 22%, de 134 gigawatts (GW) para 172 GW.
Foi ao longo desse per�odo que entraram em opera��o as hidrel�tricas de Santo Ant�nio, Jirau, Belo Monte, e�licas e solares. Esses empreendimentos foram planejados com anos de anteced�ncia, com base em projetos de alta do PIB e do consumo bem maiores do que os concretizados, explica Cristopher Vlavianos, presidente de uma das maiores comercializadoras do Pa�s, a Comerc. "Temos uma folga estrutural, pois tivemos um aumento de capacidade instalada sem a contrapartida de aumento de consumo", diz.
Outros 23 GW devem entrar at� 2024, afirma Rodrigo Limp, diretor da Ag�ncia Nacional de Energia El�trica (Aneel). "Temos seguran�a de que o setor el�trico brasileiro est� preparado para atender o consumo de energia, mesmo que haja um crescimento mais robusto da economia nos pr�ximos anos."
O coordenador do Grupo de Estudos do Setor El�trico (Gesel) da UFRJ, Nivalde de Castro, ressalta que o Pa�s conta com parque de termoel�tricas que pode ser acionado caso haja qualquer tipo de press�o. "N�o vemos nenhum problema no cen�rio de curto e m�dio prazos. O pre�o pode at� subir, mas teremos energia", afirma. "Diferente do restante da economia, o setor el�trico continua bem. A pol�tica energ�tica, o planejamento e a regula��o t�m garantido a expans�o da capacidade instalada."
Sob o ponto de vista de atendimento ao mercado, a preocupa��o � zero at� 2024, diz o presidente da Associa��o Brasileira de Investidores em Autoprodu��o de Energia (Abiape), M�rio Menel. "Nosso receio � sempre com o pre�o que vamos enfrentar", diz.
Segundo ele, com a melhora no cen�rio econ�mico e para evitar os pre�os mais altos, v�rios associados da Abiape - que re�ne empresas como Honda, Braskem e Votorantim - estudam retomar investimentos em usinas pr�prias.
Se no passado as hidrel�tricas eram a prefer�ncia dos autoprodutores, hoje o setor investe em e�licas, cujo licenciamento ambiental � mais simples, e avalia com aten��o o setor de g�s - de olho no "choque da energia barata" prometido pelo ministro da Economia, Paulo Guedes.
Na modalidade de autoprodu��o, os investidores n�o pagam encargos t�cnicos, nem o encargo que banca os subs�dios - que, neste ano, somar�o R$ 22 bilh�es, valor que ser� rateado entre todos os consumidores. As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.
ECONOMIA